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06/10/2006 - 09h00

Fernando Alonso racha equipe Renault na hora da decisão

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FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo, no Japão

Os mecânicos fecham a cara para Fernando Alonso. A cúpula do time está irritada com Fernando Alonso. O companheiro de equipe rompeu com Fernando Alonso. E tudo isso, obra dele: Fernando Alonso.

Em Suzuka, perto da prova que pode decidir o Mundial, o espanhol empreendeu o que nem o mais fanático ferrarista conseguiria. Destruiu, arrasou o ambiente na Renault. E, a partir da madrugada de sábado, dependerá de um time rachado para evitar o que soa cada vez mais real, o octacampeonato de Michael Schumacher.

O treino que define o grid do GP do Japão começa às 2h de sábado (de Brasília), com TV, e tem importância extra. Caso vença e Alonso não pontue, o ferrarista será campeão com uma etapa de antecedência.

Alonso, ao que tudo indica, terá que se virar sozinho. O estopim para a crise foi a entrevista coletiva que concedeu ontem. "Eu deveria ter recebido mais ajuda da equipe neste ano. Em alguns momentos, me senti sozinho", disse o atual campeão, para em seguida dar exemplos de sua "solidão".

"Houve dois GPs difíceis neste ano, em Indianápolis, onde não era competitivo, e em Xangai, onde perdi ritmo por dez voltas. Nessas horas, acredito que a equipe deveria ter agido."

O espanhol também criticou o companheiro. "Na China, o [Giancarlo] Fisichella me atacou, lutamos, ele me ultrapassou, depois eu o ultrapassei... Essas coisas, esses riscos faltando três corridas para o fim do campeonato... Seu companheiro é um pouco... Não é bom o suficiente, eu acho", afirmou.

O italiano recebeu as declarações com indignação. "Estou surpreso. Não sei por que ele disse isso. Eu corro por mim, não pelo Fernando. Não posso parar no meio da pista para ele passar. Já o ajudei bastante neste ano e se ele perder o título não será por minha culpa."

Ontem, o diário alemão "Bild" piorou a situação. Publicou que Fisichella foi à festa do alemão em um hotel de Xangai após a vitória, no domingo, e lá ficou até às 6h da manhã.

No GP dos EUA, em julho, Alonso era o terceiro colocado e sofria com um motor ruim quando foi superado pelo escudeiro. Sem a proteção do italiano, foi batido ainda por Jarno Trulli. Acabou em quinto.

Na China, no último domingo, liderava a prova quando enfrentou problemas de pneus. Mais uma vez Fisichella, que o separava de Schumacher, fez a ultrapassagem, deixando-o à mercê do alemão, que também o superou. No fim da prova, o espanhol deu o troco no companheiro. Acabou em segundo.

O racha com Fisichella é apenas o último de uma série. No início da semana, Alonso irritou os dirigentes da Renault ao insinuar que estava sendo boicotado por integrantes do time que não gostariam que ele levasse o número 1 para a rival McLaren --já tem contrato assinado com a escuderia inglesa.

Publicamente, numa tentativa de aplacar a crise, a direção da Renault declarou apoio ao piloto e afastou o mecânico que, por duas vezes, na Hungria e na China, atrapalhou-se ao trocar o pneu traseiro direito.

Ação e reação: a punição desagradou aos outros mecânicos, que em Suzuka já contaram a colegas de outros times a intenção de fazer corpo mole neste fim de semana.

Schumacher não quis comentar os problemas do rival. Ante a insistência dos repórteres, definiu tudo com uma palavra: "Interessante". E sorriu.

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