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19/10/2006 - 10h44

Orçamento do Pan-2007 infla 444% e chega a R$ 2,8 bilhões

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SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, no Rio

Os governos (federal, estadual e municipal) declaram gastar com o Pan-07 ao menos R$ 2,847 bilhões. Dados obtidos pela Folha revelam que a conta subiu 443,5% em relação ao valor anunciado pelo Comitê Olímpico Brasileiro e políticos no dia da vitória da candidatura carioca, em 2002.

O evento estava orçado, nos três níveis de governo, em US$ 128,6 milhões --ou R$ 523,84 milhões em valor corrigido.

Apesar da elevação do custo, executivos da Prefeitura do Rio e do governo federal não descartam que mais dinheiro público poderá ser consumido.

A outra surpresa das contas é a maior participação do governo federal. Em 2002, os gastos eram equivalentes a 33,8% do total. Agora, a participação é de R$ 1,439 bilhão, mais da metade dos investimentos. As maiores verbas federais serão em segurança (R$ 385 milhões), na construção da Vila do Pan (R$ 189 milhões) e do Complexo de Deodoro (R$ 76,9 milhões).

Embora tenha tido mais despesas, o Ministério do Esporte não contesta o aumento de gasto. "O Pan foi compromisso do país com a comunidade internacional. Cabe, portanto, ao governo federal garantir a realização dos Jogos com a qualidade que um evento deste porte exige", informou a assessoria de imprensa do ministério.

A Prefeitura do Rio já contabiliza um gasto quatro vezes maior ao orçado em 2002, tendo comprometido R$ 1,276 bilhão. O estádio olímpico João Havelange é o principal investimento municipal. Até agora, R$ 315 milhões foram gastos na construção do estádio com capacidade para 45 mil pessoas.

Nanico no rateio, o governo do Estado teve o seu orçamento inflado em três vezes. A conta subiu de R$ 39 milhões para R$ 132 milhões. Sua maior despesa é a reforma do complexo do Maracanã. Apesar dos cerca de R$ 80 milhões investidos, o Maracanã deverá ser submetido a outra grande reforma, caso o país seja a sede da Copa-2014. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, já disse que somente após novas obras o estádio poderá receber o Mundial.

O único conflito nos dados dos governos é sobre as obras na Vila do Pan. A prefeitura, que gastará cerca de R$ 100 milhões com infra-estrutura, calcula o total em R$ 300 milhões.

O prefeito Cesar Maia alega que o dado foi incluído na lista porque se trata de parceria com o governo federal. Já Brasília também soma R$ 300 milhões. A Caixa Federal financiará R$ 190 milhões para erguer 17 prédios. Outros gastos na Vila não foram informados.

Apesar da alta conta, vários legados prometidos pelos governantes aos moradores do Rio não saíram do papel. A prefeitura anunciara que o Hospital Lourenço Jorge seria reformado. Depois da crise na saúde pública no Rio, em 2006, o hospital foi retirado do projeto. Os governos também não viabilizaram novas linhas de transporte público (metrô, trens e barcas) para a Barra da Tijuca, que concentrará os atletas.

Depois da conta divulgada em 2002, os organizadores do Pan divulgaram outros dois orçamentos. Em fevereiro de 2003, segundo levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas, o custo já seria de US$ 225 milhões (R$ 999,33 milhões, corrigido pelo câmbio da época e pelo IPCA no período).

Na conta estava incluída a parte do Co-Rio (comitê organizador dos Jogos), que era de R$ 219,96 milhões. Os governos gastariam R$ 779,37 milhões.

Em 2005, o comitê divulgou o custo operacional do evento: R$ 691 milhões. Esse valor não incluía gastos com segurança e construção de instalações esportivas. O valor seria custeado pelos três níveis de governo. O Co-Rio só comenta os valores apresentados em 2005.

Especial
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