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13/01/2001 - 17h03

Guga inicia busca por vitórias em Grand Slams

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do enviado especial a Melbourne

Depois de conquistar o topo do ranking no ano passado, Gustavo Kuerten, 24, começa no Aberto da Austrália, que tem sua rodada de abertura na madrugada de amanhã para segunda, a buscar o cume também nos Grand Slams.

A estréia do brasileiro, contra o argentino Gastón Gaudio, 22, 34º no ranking de entradas e 55º na Corrida dos Campeões (com 1 ponto), não teve a data anunciada pela organização até o momento.

A despeito de seus dois títulos em Roland Garros, um dos quatro torneios que formam a série mais famosa e milionária do tênis, o brasileiro ainda está longe de outras estrelas da modalidade nesse tipo de competição.

Dos 11 jogadores que já terminaram um ano na liderança do ranking mundial, Kuerten é o que ostenta os piores resultados em torneios de Grand Slam.

Em 50 jogos por uma das quatro competições da série, o brasileiro venceu 35 vezes, o que significa um aproveitamento de 70%.

Tirando suas participações em Roland Garros, o único Grand Slam disputado em quadras de saibro, a performance do melhor tenista brasileiro de todos os tempos despenca para 57%.

Na maioria dos casos, os outros tenistas que já foram "campeões" no final de uma temporada, mesmo considerando apenas os cinco anos iniciais de cada um em Grand Slams, o tempo que Kuerten disputa a série, superam o brasileiro com folga.

O norte-americano Jimmy Connors, por exemplo, venceu 82% dos jogos que fez por um dos quatro grandes torneios nos primeiros cinco anos como profissional.

Kuerten também não consegue repetir a performance de jogadores que ainda estão na ativa -Andre Agassi, por exemplo, saiu vitorioso em 75% das partidas que fez em Grand Slams nas cinco temporadas iniciais de sua vida.

Além de um aproveitamento de vitórias pior, o brasileiro concentra seus triunfos na série basicamente em Roland Garros.

Com exceção de Kuerten, todos os outros tenistas que terminaram o ano no topo do ranking conquistaram títulos em Grand Slams diferentes.

O tcheco Ivan Lendl, por exemplo, disputou finais nas quatro competições da série e só não foi campeão em Wimbledon.

Já o tenista brasileiro nunca passou das quartas-de-final de um dos quatro campeonatos da elite fora das quadras de saibro francesas de Roland Garros.

No Aberto da Austrália, a situação é ainda mais grave -jamais avançou da segunda rodada. No ano passado, foi ainda pior: acabou eliminado logo na estréia pelo espanhol Albert Portas.

Para Kuerten, que no ano passado cogitou não disputar mais o Aberto da Austrália, chegou a hora de mudar esse retrospecto.

Antes de viajar para Melbourne, onde está desde a última terça-feira, o melhor jogador da temporada 2000 adiantou que vai priorizar os Grand Slams em 2001.

"Os Grand Slams são os torneios que definem o ano", disse o tenista brasileiro, um dos melhores jogadores da história em Masters Series, o segundo grupo de torneios mais importante da modalidade entre os homens.

Realmente, é em Wimbledon, Roland Garros e nos Abertos dos EUA e da Austrália que estão concentrados boa parte dos pontos distribuídos pela ATP.

Cada campeão de uma dessas competições leva 200 pontos na Corrida dos Campeões e mil pontos no ranking de entradas.

No ano passado, Pete Sampras garantiu o terceiro lugar em ambos os rankings praticamente só jogando em Grand Slams. Dos 677 pontos conquistados pelo norte-americano na Corrida dos Campeões, 71% foram na série.

Em 2001, Kuerten tem muito mais chances de conseguir um bom desempenho no grupo de torneios mais importantes do tênis mundial.

Ao contrário do que ocorria até meados do ano passado, o brasileiro hoje parece adaptado às quadras duras e rápidas, piso em que são disputados os Abertos da Austrália e dos EUA.

No segundo semestre de 2000, Guga foi campeão de duas competições em superfícies desse tipo -em Indianápolis e no Masters de Lisboa, quando sacramentou seu título da Corrida dos Campeões, o novo sistema de classificação mundial.

Assim, só o inglês Wimbledon, com suas quadras de grama, continua como uma missão praticamente impossível para ele.
 

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