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07/07/2000 - 21h33

Associação de juízes prepara seu projeto para o novo torneio

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da Sucursal do Rio

Para afastar o fantasma de Ivens Mendes, o presidente da Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol), Márcio Rezende de Freitas, vai entregar, nos próximos dias, um projeto de criação do órgão que vai comandar a arbitragem na Copa João Havelange, o novo Nacional.

"Como entidade de classe, temos que ser ouvidos. Só posso adiantar que a nossa proposta já está pronta, mas não quero falar pelos jornais. Prefiro conversar com os dirigentes primeiro", disse Freitas.

Árbitro brasileiro na última Copa do Mundo, na França, Freitas assumiu o cargo neste mês em substituição a Jorge Travassos, que deixou o quadro da Fifa e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no ano passado por causa da sua idade. As duas entidades não aceitam árbitros com mais de 45 anos.

Para a Copa João Havelange, Freitas adiantou que a Anaf vai colocar em funcionamento o conselho de ética da entidade, criado recentemente.
O órgão vai julgar todos os erros de conduta cometidos pelos árbitros brasileiros.

No final do semestre passado, a Anaf instituiu um código de ética para a categoria.

Em 32 artigos, o código normatiza uma série de questões da carreira dos juízes _desde proibir a participação de árbitros em atividades como comentaristas da área na mídia até obrigá-los a se licenciar para atuar em campanhas políticas.

Armando Marques, que poderia deixar o cargo de chefe da arbitragem na CBF para continuar no comando do setor na Copa João Havelange, teve sua participação no torneio vetada pelos dirigentes do Clube dos 13.

Segundo a Folha apurou, o veto ao nome do ex-árbitro está assustando os principais juízes do país, que temem a volta de algum "herdeiro" de Ivens Mendes.

Nas conversas de Mendes reveladas pelo "Jornal Nacional", o ex-dirigente supostamente barganhava favorecimento financeiro nas arbitragens em troca de apoio financeiro para fazer sua campanha a deputado federal por Minas Gerais.

Apesar das suspeitas de manipulação de resultados, Mendes, que nunca foi árbitro, conseguia o apoio dos dirigentes por causa de sua subserviência.

Depois, Armando Marques entrou no cargo para dar credibilidade ao órgão. Uma de suas primeiras medidas foi proibir a entrada de dirigentes de clubes no seu gabinete.

Nesse período, ele rejuvenesceu o quadro de árbitros nacional e pôs fim aos rumores de manipulação de resultados.

Além de desagradar os principais árbitros brasileiros, a perda de poder de Marques é criticada pelas autoridades internacionais.

O paraguaio Carlos Alarcón, integrante da Comissão de Arbitragem da Fifa, disse à Folha que o trabalho de Marques é "ótimo" na arbitragem brasileira e não gostaria de vê-lo fora do comando.

Política
A Anaf iniciou este mês o lobby para regulamentar a profissão em Brasília.

Uma comissão presidida pelo árbitro goiano Antônio Pereira da Silva está trabalhando na capital federal para aprovar o projeto de lei que pretende profissionalizar a categoria.

"Queremos apenas os nossos direitos. Atualmente, a cobrança é muito forte em cima da gente, mas não existe nenhum respaldo por trás. Queremos ser tratados como atletas também. Não podemos apenas dar uma corridinha no quarteirão para apitar um jogo profissional", disse Freitas.

O projeto de lei está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

A intenção da Anaf é conseguir garantias trabalhistas como as de qualquer trabalhador.

Atualmente, os árbitros recebem como remuneração apenas uma cota por partida.

O projeto de lei dá autonomia para os árbitros se organizarem em cooperativas ou prestar serviços para ligas ou federações por uma competição determinada.

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