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07/07/2001
-
17h01
ROBERT FALKENBURG
especial para a Folha Online
Wimbledon é o maior e mais tradicional torneio do mundo, jogar lá é diferente. Toda a atenção dos espectadores, o silêncio da quadra central, tudo lá é especial.
Joguei três edições, mas meus melhores anos foram 1947 e 48. O tênis era um pouco diferente naquela época, os jogadores não eram tão fortes fisicamente e não existia profissionalismo.
Em 47, fui campeão de duplas ao lado de Jack Kramer [também norte-americano], então um dos melhores jogadores e meu maior rival. Perdi duas vezes para ele Aberto dos EUA _uma nas quartas-de-final e outra na semifinal_, mas se estivesse do outro lado da chave quem sabe não teria uma sorte melhor, provavelmente até chegar a uma eventual final.
No ano seguinte, consegui ser campeão de simples, lutando contra problemas respiratórios que me fariam abandonar as competições anos depois.
Passei nas oitavas-de-final pelo australiano Frank Sedgman [campeão de Wimbledon-52, do Aberto dos EUA-51 e 52 e da Austrália-49 e 50], nas quartas pelo sueco Lennart Bergelin, num dos jogos mais difíceis do torneio.
Nas semifinais, venci Gardnar Mulloy, outro americano. E, na final, meu adversário foi o australiano John Bromwich, bicampeão do Aberto da Austrália [39 e 46], que praticamente não errava. Os pontos erram muito longos.
A decisão empatou em 2 a 2 [7/5, 0/6, 6/2 e 3/6], e fomos para o quinto set. Com uma quebra de saque atrás, perdia por 5/2. Consegui manter meu serviço e fazer 5/3. No saque seguinte, Bromwich teve triplo match-point.
Lembrei-me daquela partida ao assistir à semifinal de Patrick Rafter contra Andre Agassi, pois estava na mesma situação de Rafter. Salvei em todas as chances de Bromwich vencer e ganhei confiança. Fui o único a vencer Wimbledon tendo triplo match-point contra depois do pós-guerra.
No tênis é assim, quando você tem na cabeça que vai ganhar, não tem jeito. Mantive a cabeça no lugar e venci por 7/5. Foi um momento muito feliz.
Em 1949, fui defender meu título, mas encontrei Bromwich de novo, desta vez nas quartas-de-final. Abri 2 sets a 0, mas senti muita falta de ar. Deixei-o vencer os dois seguintes por 6/0 e 6/0, para ver se recuperava minhas energias. Naquele tempo, não podíamos pedir tempo, atendimento médico ou coisa do gênero.
No quinto set, abri 5/3 e tive um break-point para vencer o jogo. Mas não resisti, estava muito cansado e sem fôlego.
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Wimbledon é o maior e mais tradicional torneio do mundo, jogar lá é diferente. Toda a atenção dos espectadores, o silêncio da quadra central, tudo lá é especial.
Joguei três edições, mas meus melhores anos foram 1947 e 48. O tênis era um pouco diferente naquela época, os jogadores não eram tão fortes fisicamente e não existia profissionalismo.
Em 47, fui campeão de duplas ao lado de Jack Kramer [também norte-americano], então um dos melhores jogadores e meu maior rival. Perdi duas vezes para ele Aberto dos EUA _uma nas quartas-de-final e outra na semifinal_, mas se estivesse do outro lado da chave quem sabe não teria uma sorte melhor, provavelmente até chegar a uma eventual final.
No ano seguinte, consegui ser campeão de simples, lutando contra problemas respiratórios que me fariam abandonar as competições anos depois.
Passei nas oitavas-de-final pelo australiano Frank Sedgman [campeão de Wimbledon-52, do Aberto dos EUA-51 e 52 e da Austrália-49 e 50], nas quartas pelo sueco Lennart Bergelin, num dos jogos mais difíceis do torneio.
Nas semifinais, venci Gardnar Mulloy, outro americano. E, na final, meu adversário foi o australiano John Bromwich, bicampeão do Aberto da Austrália [39 e 46], que praticamente não errava. Os pontos erram muito longos.
A decisão empatou em 2 a 2 [7/5, 0/6, 6/2 e 3/6], e fomos para o quinto set. Com uma quebra de saque atrás, perdia por 5/2. Consegui manter meu serviço e fazer 5/3. No saque seguinte, Bromwich teve triplo match-point.
Lembrei-me daquela partida ao assistir à semifinal de Patrick Rafter contra Andre Agassi, pois estava na mesma situação de Rafter. Salvei em todas as chances de Bromwich vencer e ganhei confiança. Fui o único a vencer Wimbledon tendo triplo match-point contra depois do pós-guerra.
No tênis é assim, quando você tem na cabeça que vai ganhar, não tem jeito. Mantive a cabeça no lugar e venci por 7/5. Foi um momento muito feliz.
Em 1949, fui defender meu título, mas encontrei Bromwich de novo, desta vez nas quartas-de-final. Abri 2 sets a 0, mas senti muita falta de ar. Deixei-o vencer os dois seguintes por 6/0 e 6/0, para ver se recuperava minhas energias. Naquele tempo, não podíamos pedir tempo, atendimento médico ou coisa do gênero.
No quinto set, abri 5/3 e tive um break-point para vencer o jogo. Mas não resisti, estava muito cansado e sem fôlego.
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