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07/07/2001
-
17h04
FERNANDO CAMINATI
da Folha Online
Fundador da rede de fast food Bob's, criador do primeiro cachorro Fila Brasileiro e tricampeão brasileiro de golfe, Robert Falkenburg segue, aos 75 anos, fã incondicional do esporte que o consagrou.
Apesar a carreira relâmpago, o norte-americano foi campeão de Wimbledon de duplas (1947) e simples (48). No ano seguinte, aposentou-se dos principais torneios.
Falkenburg diz apreciar o saque-voleio (estilo que o consagrou), dos jogadores agressivos, mas de tênis "cerebral". Confira trechos da entrevista exclusiva do "brasileiro" à Folha Online, por telefone, da casa de seu filho, Robert 2º, em Los Angeles.
Folha Online - Qual era seu estilo de jogo?
Robert Falkenburg - Jogava num estilo que hoje é muito popular, forçando sempre os saques e subindo sempre para decidir o ponto na rede, em voleios. Fui considerado dono de um dos saques mais potentes da época e cheguei a ter um recorde de velocidade.
Folha Online - Por que o senhor encerrou sua carreira tão cedo?
Falkenburg - Tinha muitos problemas respiratórios. Em jogos muito longos e cansativos, chegava a perder o fôlego de tanto que corria. Meus problemas começaram aos 17, quando servi o exército americano. Nunca mais tive grandes complicações depois que parei de competir, em 1949.
Folha Online - Por que o senhor veio morar no Brasil?
Falkenburg - Casei-me em 1947 com uma brasileira [Lourdes Mayrink Veiga Machado], que conhecera no Rio de Janeiro, quando fui disputar uma partida amistosa no Fluminense. Mudamos em 50 e abri uma sorveteria e lanchonete _o Bob's, em Copacabana [na rua Domingos Ferreira]. Entre as décadas de 50 e 70, foi um ponto de encontro de artistas e famosos, como o campeão de boxe Rocky Marciano e o Presidente da República [Arthur da] Costa e Silva.
Folha Online - Como era o tênis brasileiro naquela época?
Falkenburg - Não havia o profissionalismo e as coisas não eram muito organizadas. Mas havia um grande jogador, Armando Vieira, que foi meu parceiro na Copa Davis. Ele tinha um estilo muito performático e foi um dos precursores do smash de costas.
Folha Online - O que é o mais importante para se obter sucesso no tênis?
Falkenburg - Aprecio o tênis cerebral e os jogadores mais racionais. Quando você tem na cabeça que vai ganhar, não tem jeito. Se tem confiança em seu jogo, você adquire uma força extra, algo que te move para a vitória. Da mesma forma, quando desperdiça chances de vencer, você se abatesse e vê a derrota na frente. Aí não tem jeito, você perde.
Folha Online - Quem são seus jogadores preferidos, no passado e na atualidade?
Falkenburg - Da minha época, gosto de Elsworth Vines, Don Budge e Jack Kramer [todos norte-americanos]. Kramer foi meu maior rival. Perdi duas vezes para ele no Aberto dos EUA _uma nas quartas-de-final e outra na semifinal_ e só o vencia em torneios menores.
Dos mais recentes, gostava muito de Steffi Graf e Boris Becker [alemães], por terem um estilo agressivo. Dos atuais, Pete Sampras [norte-americano], Patrick Rafter [australiano], Goran Ivanisevic [croata], Roger Federer [suíço], do Guga. Nas mulheres, prefiro a Martina Hingis [suíça], mas ela tem enfrentado problemas recentemente, gosto muito do backhand de Justine Henin [belga].
Acho que o futuro está com Andy Roddick [teen americano de 18 anos]. Ele deve ser o próximo grande nome do tênis.
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Bob é fã do tênis agressivo, mas cerebral
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da Folha Online
Fundador da rede de fast food Bob's, criador do primeiro cachorro Fila Brasileiro e tricampeão brasileiro de golfe, Robert Falkenburg segue, aos 75 anos, fã incondicional do esporte que o consagrou.
Apesar a carreira relâmpago, o norte-americano foi campeão de Wimbledon de duplas (1947) e simples (48). No ano seguinte, aposentou-se dos principais torneios.
Falkenburg diz apreciar o saque-voleio (estilo que o consagrou), dos jogadores agressivos, mas de tênis "cerebral". Confira trechos da entrevista exclusiva do "brasileiro" à Folha Online, por telefone, da casa de seu filho, Robert 2º, em Los Angeles.
Folha Online - Qual era seu estilo de jogo?
Robert Falkenburg - Jogava num estilo que hoje é muito popular, forçando sempre os saques e subindo sempre para decidir o ponto na rede, em voleios. Fui considerado dono de um dos saques mais potentes da época e cheguei a ter um recorde de velocidade.
Folha Online - Por que o senhor encerrou sua carreira tão cedo?
Falkenburg - Tinha muitos problemas respiratórios. Em jogos muito longos e cansativos, chegava a perder o fôlego de tanto que corria. Meus problemas começaram aos 17, quando servi o exército americano. Nunca mais tive grandes complicações depois que parei de competir, em 1949.
Folha Online - Por que o senhor veio morar no Brasil?
Falkenburg - Casei-me em 1947 com uma brasileira [Lourdes Mayrink Veiga Machado], que conhecera no Rio de Janeiro, quando fui disputar uma partida amistosa no Fluminense. Mudamos em 50 e abri uma sorveteria e lanchonete _o Bob's, em Copacabana [na rua Domingos Ferreira]. Entre as décadas de 50 e 70, foi um ponto de encontro de artistas e famosos, como o campeão de boxe Rocky Marciano e o Presidente da República [Arthur da] Costa e Silva.
Folha Online - Como era o tênis brasileiro naquela época?
Falkenburg - Não havia o profissionalismo e as coisas não eram muito organizadas. Mas havia um grande jogador, Armando Vieira, que foi meu parceiro na Copa Davis. Ele tinha um estilo muito performático e foi um dos precursores do smash de costas.
Folha Online - O que é o mais importante para se obter sucesso no tênis?
Falkenburg - Aprecio o tênis cerebral e os jogadores mais racionais. Quando você tem na cabeça que vai ganhar, não tem jeito. Se tem confiança em seu jogo, você adquire uma força extra, algo que te move para a vitória. Da mesma forma, quando desperdiça chances de vencer, você se abatesse e vê a derrota na frente. Aí não tem jeito, você perde.
Folha Online - Quem são seus jogadores preferidos, no passado e na atualidade?
Falkenburg - Da minha época, gosto de Elsworth Vines, Don Budge e Jack Kramer [todos norte-americanos]. Kramer foi meu maior rival. Perdi duas vezes para ele no Aberto dos EUA _uma nas quartas-de-final e outra na semifinal_ e só o vencia em torneios menores.
Dos mais recentes, gostava muito de Steffi Graf e Boris Becker [alemães], por terem um estilo agressivo. Dos atuais, Pete Sampras [norte-americano], Patrick Rafter [australiano], Goran Ivanisevic [croata], Roger Federer [suíço], do Guga. Nas mulheres, prefiro a Martina Hingis [suíça], mas ela tem enfrentado problemas recentemente, gosto muito do backhand de Justine Henin [belga].
Acho que o futuro está com Andy Roddick [teen americano de 18 anos]. Ele deve ser o próximo grande nome do tênis.
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