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Hugo Hoyama vê chineses naturalizados como principais adversários
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ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
da Folha de S.Paulo, no Rio
Dois chineses naturalizados são o obstáculo ao brasileiro Hugo Hoyama em seu caminho para ser o recordista brasileiro em medalhas de ouro no Pan. Hoje está empatado com o nadador Gustavo Borges (oito).
"Procuro não pensar muito nisso até para não criar pressão", disfarça Hoyama ao ser questionado sobre o recorde.
Porém pessoas que conhecem o mesa-tenista apontam que o recorde é mais importante do que deixa transparecer.
"Eu diria que [ser recordista] é uma obsessão hoje para ele e para nós da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa", analisa Alaor Azevedo, presidente da confederação brasileira do esporte. "O Hugo tem tido patrocinadores muito em função dos nove ouros no Pan. O recorde coroaria um atleta extraordinário", argumenta.
"Não marque nada para o dia seguinte das decisões do tênis de mesa. Se ele [Hugo] ganhar, vamos dar uma festa", conclui.
Mas, primeiro, Hoyama terá de passar por Liu Song, chinês naturalizado argentino, que o eliminou nas quartas-de-final do individual em Winnipeg. Na mesma competição, em equipes, ganhou duas partidas sobre os brasileiros, e os argentinos venceram por 3 a 2.
O chinês naturalizado dominicano Lin Ju tirou Hoyama do Pan de Santo Domingo. E bateu Thiago Monteiro na final.
"Em torneios individuais, já venci os dois. Contra Liu Song, tive uma vitória e uma derrota no último Latino-Americano. E venci Lin Ju. Mas são adversários difíceis", diz Hoyama.
Tudo isso terá um espectador especial, Gustavo Borges.
"Poderia ficar nervoso quando estava lá competindo. Agora não posso, então não haverá nervosismo, mesmo porque não nado mais e tenho outras coisas na carreira", diz.
"Além disso, ele pode ultrapassar em ouros, mas não em total de medalhas. Tenho 19."
E Borges lembra que esse recorde teve no caminho outro mesa-tenista, Claudio Kano, companheiro de Hoyama, que morreu em um acidente automobilístico. No Pan de Winnipeg-99, Borges superou Kano ao conseguir 15 medalhas.
"Estou com 38 anos, 31 de tênis de mesa. Quero tentar a classificação para Pequim. Depois, pretendo continuar no esporte, talvez como treinador, dando clínicas ou palestras. Quero ajudar a disseminar o tênis de mesa nas escolas, aumentar o número de praticantes", analisa Hoyama.
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