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23/12/2001
-
21h59
MÁRCIO SENNE DE MORAES
especial para a Folha Online
Algo não me sai da cabeça desde o término da final do Brasileirão-01: o zagueiro Nem, do Atlético Paranaense, dizendo que mostrou todo o seu futebol e vangloriando-se de seu segundo título nacional em dois anos. Afinal, ao lado de Geninho, ele participou da campanha vitoriosa do Paraná Clube na segunda divisão em 2000. Aliás, o derrotado também foi o São Caetano de Jair Picerni.
Mas voltemos às declarações de Nem. Em seu desabafo, o limitadíssimo zagueiro simplesmente esqueceu que seu Furacão não ganhou o título pelo bom futebol de sua defesa (embora seja verdade que os dois laterais, Alessandro e Fabiano, tiveram ótimas atuações no campeonato), mas pela eficiência e pela criatividade de seu ataque, o melhor da competição.
Não foi Nem Bicão que deu o título ao Atlético. Não foram os volantes truculentos que levaram o Furacão à maior conquista de sua história. Não foi Co(i)cito que empolgou a maravilhosa torcida atleticana. Essas tarefas couberam a um ataque avassalador, que, como poucos, sabe aproveitar o mando de jogo.
Se hoje o Atlético é merecidamente campeão brasileiro, sua torcida sabe que foi graças ao arranque e à eficácia de Kléber, à lucidez e à combatividade de Kleberson, à inteligência de Souza, à agressividade (positiva) e à obediência tática de Adriano, à explosão do iluminado Alex Mineiro e, sobretudo, ao esquema montado por Geninho.
É claro que qualquer time precisa de alguns carregadores de piano, de atletas que, desempenhando uma função tática de pouco destaque para o público, permitem que os craques mostrem seu valor sem preocupação maior com a marcação. Mas, daí a ouvir Nem contando vantagens, há um abismo futebolístico...
O Furacão está de parabéns, pois, como o rival Coritiba em 1985, conquistou dentro de campo o título que tanto almejava. O São Caetano também, já que, com jogadores de pouca expressão no cenário nacional, mais uma vez chegou à final do Brasileirão. Geninho e Jair Picerni são, portanto, dois dos grandes vencedores em 2001.
Nessa lista, aliás, não constam os nomes de Nem, Co(i)cito... Isso embora eles também sejam campeões brasileiros. Bom, Eurico Miranda levou seu Vasco ao título no ano passado, mas ninguém (fora a torcida vascaína) o colocou entre os grandes vencedores de 2000. Nem é preciso lembrar o que 2001 reservou para ele. Assim, cuidado, Nem! Peixe tagarela ainda morre pela boca...
E-mail: mhenrique@folhasp.com.br
Márcio Senne de Moraes é redator de Mundo da Folha de S.Paulo
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Algo não me sai da cabeça desde o término da final do Brasileirão-01: o zagueiro Nem, do Atlético Paranaense, dizendo que mostrou todo o seu futebol e vangloriando-se de seu segundo título nacional em dois anos. Afinal, ao lado de Geninho, ele participou da campanha vitoriosa do Paraná Clube na segunda divisão em 2000. Aliás, o derrotado também foi o São Caetano de Jair Picerni.
Mas voltemos às declarações de Nem. Em seu desabafo, o limitadíssimo zagueiro simplesmente esqueceu que seu Furacão não ganhou o título pelo bom futebol de sua defesa (embora seja verdade que os dois laterais, Alessandro e Fabiano, tiveram ótimas atuações no campeonato), mas pela eficiência e pela criatividade de seu ataque, o melhor da competição.
Não foi Nem Bicão que deu o título ao Atlético. Não foram os volantes truculentos que levaram o Furacão à maior conquista de sua história. Não foi Co(i)cito que empolgou a maravilhosa torcida atleticana. Essas tarefas couberam a um ataque avassalador, que, como poucos, sabe aproveitar o mando de jogo.
Se hoje o Atlético é merecidamente campeão brasileiro, sua torcida sabe que foi graças ao arranque e à eficácia de Kléber, à lucidez e à combatividade de Kleberson, à inteligência de Souza, à agressividade (positiva) e à obediência tática de Adriano, à explosão do iluminado Alex Mineiro e, sobretudo, ao esquema montado por Geninho.
É claro que qualquer time precisa de alguns carregadores de piano, de atletas que, desempenhando uma função tática de pouco destaque para o público, permitem que os craques mostrem seu valor sem preocupação maior com a marcação. Mas, daí a ouvir Nem contando vantagens, há um abismo futebolístico...
O Furacão está de parabéns, pois, como o rival Coritiba em 1985, conquistou dentro de campo o título que tanto almejava. O São Caetano também, já que, com jogadores de pouca expressão no cenário nacional, mais uma vez chegou à final do Brasileirão. Geninho e Jair Picerni são, portanto, dois dos grandes vencedores em 2001.
Nessa lista, aliás, não constam os nomes de Nem, Co(i)cito... Isso embora eles também sejam campeões brasileiros. Bom, Eurico Miranda levou seu Vasco ao título no ano passado, mas ninguém (fora a torcida vascaína) o colocou entre os grandes vencedores de 2000. Nem é preciso lembrar o que 2001 reservou para ele. Assim, cuidado, Nem! Peixe tagarela ainda morre pela boca...
E-mail: mhenrique@folhasp.com.br
Márcio Senne de Moraes é redator de Mundo da Folha de S.Paulo
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