01/01/2002 - 10h04

Em alta, brasileiras desdenham das quenianas após a São Silvestre

SILVIO NAVARRO
da Folha Online

Depois de quebrar um tabu de quatro anos do país sem vencer a São Silvestre, as atletas brasileiras, que predominaram no pódio este ano, ironizaram as rivais quenianas, que há tempos dominavam a prova.

Com a vitória da ex-lavradora, Maria Zeferina Baldaia, 29, o Brasil igualou-se ao Quênia, com três com três títulos na competição feminina.

O Brasil não vencia a prova desde 1996, quando Roseli Machado foi a vencedora. A queniana Lydia Cheromey, bicampeã da prova, não competiu este ano porque está grávida.

A queniana Margaret Okayo, atual vencedora e recordista da Maratona de Nova York, que era apontada como principal favorita da corrida, ficou em segundo lugar.

"O calor era muito forte, e na subida da Brigadeiro [Luís Antônio] eu senti o desgaste", disse Okayo.

O restante do pódio este ano foi dominado por atletas nacionais. Márcia Narloch chegou em terceira, Adriana de Souza em quarta, e Selma dos Reis em quinta.

"O resultado mostra que as quenianas não são nenhum 'bicho de sete cabeças'", afirmou Selma. "Nosso objetivo era um pódio cheio de brasileiras. Atingimos nossa meta", completou Adriana, que foi brasileira melhor colocada na edição passada _quarto lugar.

A campeã da mais tradicional corrida de rua do Brasil também fez questão de minimizar a força das adversárias do país africano. "Elas [quenianas] são boas, mas estão longe de serem imbatíveis. Nós mostramos que com muito treino somos capazes de superá-las", disse Zeferina.

Pela façanha, a corredora de Sertãozinho (335 km a noroeste de São Paulo) faturou R$12 mil, além de um carro 0km.

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