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01/01/2002 - 23h05

Culinária nordestina quase derruba etíope na SS

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da Folha de S.Paulo

Vencedor da prova masculina da São Silvestre, o etíope Tesfaye Jifar, 26, competiu em São Paulo longe de suas condições ideais.

Nas 24 horas que antecederam a corrida, enfrentou problemas estomacais. Segundo Michel Boeting, assessor do maratonista que viajou ao Brasil para acompanhá-lo, os dois passaram mal após encomendarem comida de um restaurante de culinária nordestina.

"Nós dois tivemos problemas, fomos várias vezes ao banheiro, mas ele se recuperou mais rápido do que eu", contou Boeting, que é holandês e trabalha com Jifar desde 1999, minutos depois do encerramento da prova.

A receita do etíope para melhorar foi, ainda de acordo com o assessor, "beber uma boa dose de vinho tinto". "Ele acha que limpa o estômago e, pelo jeito, deu resultado. Antes de começar a corrida já estava bem melhor. Assim que terminou o percurso, eu perguntei se estava tudo ok, e ele me disse que sim. Eu que não bebi nada é que ainda não estou bem."

Cego do olho direito _perdeu a visão após receber uma chifrada, quando tinha "13 ou 14 anos" e tomava conta do gado em uma fazenda no interior da Etiópia_, Jifar obteve o tempo de 44min15s.

A melhor marca da prova continua com Paul Tergat, que registrou 43min12s em 1995. O queniano, pentacampeão em São Paulo, não participou da última edição alegando problemas pessoais. Em 2000, quando Jifar ficou em terceiro, Tergat chegou em primeiro.

"Não me senti ameaçado na prova em nenhum momento", afirmou o etíope, que chegou a ser empurrado durante a competição por Evans Rutto _o queniano terminou a prova em sexto.

"Não sei o que aconteceu, porque os corredores africanos costumam ser tranquilos. Talvez seja a rivalidade", declarou Jifar.

Para este ano, avisou que pretende voltar a São Paulo e, para isso, basta a organização convidá-lo. "Se eles me chamarem, venho disputar a São Silvestre."

Mas Michel Boeting, seu assessor, adotou discurso diferente. "A intenção é voltar a correr aqui, mas só temos certeza de que ele vai tentar o bi na Maratona de Nova York [em novembro]."

Após ter vencido a do ano passado com o tempo de 2h07min43, Jifar se prepara agora para a Maratona de Londres, que acontece em abril. A própria São Silvestre ele definiu como um treino de luxo para a prova na Inglaterra.

Com o triunfo de Jifar, a Etiópia obteve sua primeira vitória na prova masculina da São Silvestre. Como na feminina ganhou a brasileira Maria Zeferina, 29, que até então nunca a tinha vencido, ocorreu um feito que não se repetia desde 1995, quando as duas provas tiveram campeões inéditos _na ocasião Paul Tergat e a brasileira Carmen de Oliveira.

O segundo colocado entre os homens ontem foi o queniano Guilbert Okari, com o tempo de 44min32s. Foi a segunda vez que o fundista disputou uma prova de 15 km. Na primeira vez, nos EUA, ficou em quarto.

"Sabia que eu tinha uma responsabilidade muito grande por representar o Quênia na São Silvestre por causa da ausência de Paul Tergat. Apesar de não ter vencido, acredito que tive um bom desempenho."

O brasileiro mais bem colocado foi Marílson dos Santos, 24, que percorreu o trajeto em 44min43s.

Durante a prova, ele sentiu dores musculares na perna esquerda. Mesmo assim, recuperou posições e chegou em quarto.

A edição de 2001 da São Silvestre foi a primeira competição no país a realizar exame antidoping para a EPO (eritropoietina). A substância, usada na medicina em pacientes infectados com HIV ou que sofram de insuficiência renal crônica, estimula a produção de glóbulos vermelhos, melhorando a oxigenação do sangue.

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