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Judô recupera verba levada por tesoureiro sumido
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LUÍS FERRARI
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
A FIJ (Federação Internacional de Judô) diz que recuperou documentos e dinheiro que estavam em poder do boliviano Edgar Claure, ex-tesoureiro da entidade, que sumiu na tarde de segunda-feira após ter retirado sua candidatura à reeleição no congresso do órgão, no Rio.
"De fato, ele desapareceu. Hoje [ontem] eu não o vi. Mas a informação que tenho é que o senhor Claure mandou o que tinha em mãos. O presidente [da FIJ, o austríaco Marius Vizer] disse que os documentos e o dinheiro foram entregues, mas não deu maiores detalhes", disse o tunisiano Hedi Dhouib, secretário-geral da federação.
Ele alega não saber o paradeiro de Claure. Ontem, a Folha de S.Paulo noticiou o desaparecimento do boliviano com dinheiro e documentos da FIJ antes do encerramento da jornada de segunda-feira do congresso.
A entidade não revelou a quantia, mas a reportagem apurou que são US$ 400 mil (R$ 784 mil). "Não é uma quantia de uma ou outra pessoa. É do judô. Ninguém tem o direito de brincar com essa verba", completou Dhouib, destacando que a FIJ tem o direito e a responsabilidade de checar a contabilidade e as informações bancárias que estavam sob a responsabilidade de Claure.
No entanto, ele fez questão de enfatizar que a entidade não acusa ninguém. Segundo sua avaliação, a conduta do boliviano de se retirar foi um protesto e não um ato ilícito.
O tunisiano negou que Claure havia sido pressionado a retirar sua candidatura, conforme relataram à reportagem pessoas presentes ao congresso.
"Não sei exatamente o porquê da renúncia. Mas na carta em que comunicou isso, o senhor Claure explicou entender que o novo presidente trabalhe com pessoas de quem é mais próximo", declarou.
Presidente da Confederação Boliviana de Judô e vice-presidente do comitê olímpico daquele país, Claure fazia sustentação ao ex-presidente Park Yong-sung. Seis dias antes do início do Mundial de judô, que vai de quinta-feira até domingo no Rio, o sul-coreano renunciou.
Na carta em que apresentou sua desistência de continuar no mandato, que iria até 2009, o dirigente reclamara de pressões que sofria o dos europeus. Vizer, o novo presidente, dirigia a EJU (sigla, em inglês, da União Européia de Judô).
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