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Renault se complica ao tentar explicar caso de espionagem
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da Folha de S.Paulo
Depois de ser convocada pela FIA para se explicar em um novo caso de espionagem na F-1, a Renault distribuiu ontem um comunicado para se defender das acusações. Mas pode ter se complicado mais.
A equipe diz que no dia 6 de setembro soube que o engenheiro Phil Mackereth, que se veio da McLaren um ano antes, havia trazido disquetes com informações de seu ex-time. A pedido dele os arquivos foram copiados para a rede interna da Renault.
"Assim que isto chegou à direção do time, as informações foram retiradas de nosso sistema e uma investigação formal foi iniciada. Imediatamente avisamos a McLaren e a FIA", disse o comunicado.
Segundo a Renault, Mackereth foi suspenso e os disquetes foram então enviados à McLaren.
Mais abaixo, porém, a equipe começa a se complicar em sua explicação.
"Nossa investigação mostrou que logo que chegou à Renault, Mackereth mostrou vários desenhos a alguns de nossos engenheiros. Esses desenhos continham quatro sistemas usados pela McLaren: o layout interno do tanque de combustível, o da embreagem, um amortecedor de massa e um amortecedor da suspensão."
Apesar de dizer que todos os que tiveram acesso a estes desenhos atestaram ter visto as imagens apenas rapidamente e que nenhum deles influenciou nas decisões relativas ao design do carro da Renault, o fato de admitir que funcionários seus tiveram contato com informações sigilosas da McLaren já é o suficiente para que a equipe seja duramente punida.
A punição, inclusive, pode ser ainda mais dura que a aplicada a McLaren, cujo projetista teve acesso a um dossiê sobre a Ferrari.
No caso do time inglês, punido em setembro pelo Conselho Mundial da FIA com a perda dos pontos no Mundial de Construtores e US$ 100 milhões, a não ser por algumas trocas de e-mails, não foi provado que a McLaren tenha se beneficiado das informações vindas da Ferrari.
A data para a audiência da Renault já está marcada: dia 6 de dezembro, em Mônaco. Até lá o time franco-inglês tentará juntar provas que o livrem de punição por ter dados da rival por mais de um ano --de setembro de 2006 até outubro passado.
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