Publicidade
Publicidade
Profusão de recordes na natação cria polêmica sobre maiô
Publicidade
da Folha de S.Paulo
As duas quebras do recorde mundial do nadador francês Alain Bernard nos 100 m livre foram tão surpreendentes que desencadearam uma busca por explicações para os feitos do nadador. Por respostas para além da boa fase do atleta.
Na sexta-feira, o francês cravou 47s60 nos 100 m livre, na semifinal do Europeu. No domingo, conquistou a medalha de ouro e baixou a marca para 47s50.
Uma das teses para a performance do nadador, que tinha como melhor tempo 48s12, é reforçada por uma coincidência: nas dez quebras de recordes mundiais ocorridas neste ano, todos usavam o mesmo traje, o LZR Racer, da Speedo.
O diretor técnico da federação francesa, Claude Fauquet, foi um dos primeiros a reclamar atenção da federação internacional para o maiô.
"Acho que isso merece um debate e tem de ser analisado por um comitê de ética", disse.
A seleção francesa é patrocinada pela fabricante de material esportivo Arena. Bernard tem acordo com a Speedo. O LZR Racer, lançado neste ano, foi aprovado pela federação internacional e será usado por boa parte dos nadadores que irão à Olimpíada de Pequim.
A Fina, entidade que comanda a natação mundial, no entanto, acena com uma nova discussão sobre o assunto após a coincidência entre os recordes.
O diretor executivo Cornel Marculescu afirmou que a federação irá questionar a fabricante sobre o material usado na confecção do traje e marcará encontro com dirigentes durante o Mundial em piscina curta de Manchester, em abril.
Ressaltou, no entanto, que a Fina já aprovou o maiô e que a empresa de material esportivo não está fazendo nada ilegal.
O LZR Racer não tem costuras e é feito de material que repele a água. Ajudaria na flutuabilidade, principal ponto a levantar polêmica. Ele custa cerca de US$ 800 e promete 5% menos atrito e 4% a mais de velocidade que o traje anterior.
Só o Campeonato Australiano viu três recordes no fim de semana. No domingo, Sophie Edington fez 27s67 nos 50 m costas, superando o tempo da adolescente Emily Seebohm obtido no sábado.
Além dos nadadores que registraram recordes, um brasileiro também atingiu feito histórico com o novo maiô.
César Cielo fez seu melhor tempo nos 100 m livre (48s49) --recorde sul-americano-- no GP do Missouri, em fevereiro, dentro do traje. Sua universidade é patrocinada pela marca.
Thiago Pereira, Nicholas Santos e Poliana Okimoto são alguns brasileiros que têm acesso ao maiô. Os dois primeiros já têm vaga na Olimpíada.
O Comitê Olímpico Brasileiro também possui acordo com a empresa fabricante do LZR Racer, que vestirá as equipes de esportes aquáticos na China.
"Dizer que o maiô fez isso é tirar o mérito do atleta. Há regras que regem a modalidade e estão sendo seguidas. A tecnologia está permitindo que os nadadores nadem mais rápido, e isso é excitante", disse o técnico australiano Alan Thompson.
Leia mais
- Depois dos 100 m, nadador francês bate recorde nos 50 m livre
- Nadador francês volta a bater o recorde mundial dos 100 m livre
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Guga perde processo milionário no Carf e diz que decisão é 'lamentável'
- Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principais
- Brady lidera maior virada da história do Super Bowl e leva Patriots à 5ª taça
- CBF quer testar uso de árbitro de vídeo no Brasileiro deste ano
- Fifa estuda usar recurso de imagem para árbitros na Copa do Mundo-18
+ Comentadas