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24/03/2008 - 09h37

Profusão de recordes na natação cria polêmica sobre maiô

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da Folha de S.Paulo

As duas quebras do recorde mundial do nadador francês Alain Bernard nos 100 m livre foram tão surpreendentes que desencadearam uma busca por explicações para os feitos do nadador. Por respostas para além da boa fase do atleta.

Na sexta-feira, o francês cravou 47s60 nos 100 m livre, na semifinal do Europeu. No domingo, conquistou a medalha de ouro e baixou a marca para 47s50.

Uma das teses para a performance do nadador, que tinha como melhor tempo 48s12, é reforçada por uma coincidência: nas dez quebras de recordes mundiais ocorridas neste ano, todos usavam o mesmo traje, o LZR Racer, da Speedo.

O diretor técnico da federação francesa, Claude Fauquet, foi um dos primeiros a reclamar atenção da federação internacional para o maiô.

"Acho que isso merece um debate e tem de ser analisado por um comitê de ética", disse.

A seleção francesa é patrocinada pela fabricante de material esportivo Arena. Bernard tem acordo com a Speedo. O LZR Racer, lançado neste ano, foi aprovado pela federação internacional e será usado por boa parte dos nadadores que irão à Olimpíada de Pequim.

A Fina, entidade que comanda a natação mundial, no entanto, acena com uma nova discussão sobre o assunto após a coincidência entre os recordes.

O diretor executivo Cornel Marculescu afirmou que a federação irá questionar a fabricante sobre o material usado na confecção do traje e marcará encontro com dirigentes durante o Mundial em piscina curta de Manchester, em abril.

Ressaltou, no entanto, que a Fina já aprovou o maiô e que a empresa de material esportivo não está fazendo nada ilegal.

O LZR Racer não tem costuras e é feito de material que repele a água. Ajudaria na flutuabilidade, principal ponto a levantar polêmica. Ele custa cerca de US$ 800 e promete 5% menos atrito e 4% a mais de velocidade que o traje anterior.

Só o Campeonato Australiano viu três recordes no fim de semana. No domingo, Sophie Edington fez 27s67 nos 50 m costas, superando o tempo da adolescente Emily Seebohm obtido no sábado.

Além dos nadadores que registraram recordes, um brasileiro também atingiu feito histórico com o novo maiô.
César Cielo fez seu melhor tempo nos 100 m livre (48s49) --recorde sul-americano-- no GP do Missouri, em fevereiro, dentro do traje. Sua universidade é patrocinada pela marca.

Thiago Pereira, Nicholas Santos e Poliana Okimoto são alguns brasileiros que têm acesso ao maiô. Os dois primeiros já têm vaga na Olimpíada.

O Comitê Olímpico Brasileiro também possui acordo com a empresa fabricante do LZR Racer, que vestirá as equipes de esportes aquáticos na China.

"Dizer que o maiô fez isso é tirar o mérito do atleta. Há regras que regem a modalidade e estão sendo seguidas. A tecnologia está permitindo que os nadadores nadem mais rápido, e isso é excitante", disse o técnico australiano Alan Thompson.

 

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