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15/05/2002 - 08h23

"Pesadelo da concentração" atormenta os corintianos

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MARÍLIA RUIZ
enviada especial da Folha a Brasília

Em um hotel cinco estrelas, de frente para o lago Paranoá, longe do plano piloto e cercado de conforto, o Corinthians se prepara para disputar hoje, contra o Brasiliense, a sua segunda final consecutiva da Copa do Brasil. Tudo foi programado para que nada se repita neste ano. Para que o título do torneio e a vaga na Libertadores, agora, sejam conquistados.

No ano passado, mulheres na concentração e uma discussão no meio da madrugada foram as desculpas dos corintianos, que perderam, em São Paulo, para o Grêmio de forma vexatória.

Desta vez, além de um batalhão de seguranças, uma caravana da diretoria desembarcou ontem em Brasília. Ninguém admitiu a "espionagem", mas não esconderam a preocupação com a "tranquilidade" da delegação.

Na partida de ida da Copa do Brasil de 2001, em Porto Alegre, o clube do Parque São Jorge havia empatado em 2 a 2 com o rival. Mas em São Paulo o time jogou muito mal e perdeu por 3 a 1.

Depois disso, a equipe entrou em profunda crise e mais de dez jogadores foram dispensados por Wanderley Luxemburgo, então técnico do Corinthians. O hotel, na região da avenida Paulista, que antes era usado como concentração pelos corintianos, foi trocado tão logo Luxemburgo deixou o Parque São Jorge.

Um dos preteridos por Luxemburgo, inclusive, voltou com a contratação de Carlos Alberto Parreira: o zagueiro Fábio Luciano, que não quis comentar os "problemas" enfrentados no ano passado. "Estamos concentrados no jogo de amanhã [hoje]", disse.

A tensão é grande também por causa do clima hostil criado na capital federal contra os corintianos devido à criticada arbitragem do gaúcho Carlos Eugênio Simon na primeira partida da final.

Outdoors por toda Brasília e pela cidade satélite de Taguatinga (DF), patrocinados pelo ex-senador Luiz Estevão, dono e presidente do Brasiliense, pedem apoio ao time do Planalto Central e fazem menção ao "roubo" de Simon, que validou um gol corintiano marcado após falta cometida por Gil e deixou de marcar um pênalti a favor dos visitantes.

No início da tarde de ontem, a comissão técnica corintiana se irritou com a decisão do senador cassado, que proibiu que os paulistas treinassem no estádio Serejão, como estava previsto havia mais de uma semana.

Alegando uma suposta reforma no gramado, Estevão, na noite de anteontem, mandou entregar o aviso no hotel com a sua decisão.

"Não adianta dizer que o campo [estádio Serejão] está em obra porque eles [Brasiliense]" treinaram lá ontem [anteontem]. Negaram no último momento, isso é errado. Segundo me informaram, o estádio teria sido prometido. Não tem por que fazer isso. Não vamos entrar em um clima de guerra. Tenho certeza absoluta de que o jogo vai se resumir a 11 contra 11", disse o técnico do Corinthians, Carlos Alberto Parreira.

O treinador ainda lembrou que, em São Paulo, o oponente da final da Copa do Brasil não teve nenhuma "dessas" dificuldades.

Anteontem, não havia problemas com o gramado do Serejão. Alguns jardineiros regaram e jogaram adubo no gramado, mas o time de Taguatinga treinou normalmente. Ontem, alguns operários apenas davam retoques nas arquibancadas, colocando grades e pintando alguns lugares.

Na semana passada, o Brasiliense treinou no CT do São Paulo, Luiz Estevão e seus assessores foram recebidos no Parque São Jorge. E até a PM se mobilizou para garantir a segurança dos torcedores do Distrito Federal que foram a São Paulo assistir ao jogo.

Sem poder treinar no palco da final de hoje, a cúpula corintiana acertou com a diretoria do clube de funcionários do Banco Central o aluguel do campo da associação. O local foi escolhido porque o clube é bastante próximo ao hotel da concentração dos paulistas e porque os dirigentes de Brasília aceitaram fechar as portas para estranhos: só o Corinthians, além da imprensa e dos sócios, teria acesso ao gramado, cujas dimensões estão aquém das medidas oficiais estabelecidas pela Fifa.

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