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28/07/2008 - 10h06

Em Macau, adaptação da natação brasileira restringe "turismo"

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MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo

Os Jogos Olímpicos de Pequim ainda nem começaram, mas nadadores da seleção brasileira já experimentam o clima de concentração que deve imperar durante o torneio. Os passeios por Macau, onde a equipe brasileira faz a etapa final da preparação olímpica, são controlados, e a diversão em cassinos da cidade, paraíso do jogo da Ásia, está vetada.

"A gente está fazendo tudo junto para tentar viver um pouco do que vamos encontrar em Pequim. Saímos pouco. Ida ao cassino está proibida", diz o velocista César Cielo. "Para passar o tempo, eu assisto a vídeos. Acho que já vi uns sete filmes", conta o nadador.

O cuidado para manter a concentração e a motivação durante o complicado período de adaptação ao fuso horário fez alguns atletas até criarem um pacto interno: quem vai à piscina do Centro Aquático Olímpico de Macau tem de treinar.

"Não vale vir para cá só porque não quer dormir no hotel. Isso pode incomodar quem está na piscina, também está cansado, mas está treinando", afirma Cielo, que nos trabalhos da manhã de ontem sentiu muito cansaço devido ao fuso horário --Macau está 11 horas à frente do horário de Brasília.

O técnico Alberto Pinto havia programado um passeio com os atletas para aproveitarem a folga no restante do dia. Com o treino da noite cancelado --a piscina está reservada para os brasileiros apenas das 20h às 22h--, os nadadores teriam boa parte do período livre. O sufocante calor de Macau, porém, foi quebrado no fim da tarde por uma forte tempestade.

A regra do controle de saídas não é seguida por todos de forma rígida --a seleção é composta por técnicos e atletas de diferentes clubes. Mesmo assim, as escapadas do hotel têm sido raras. Quando acontecem, quase sempre são motivadas por compras, principalmente nas lojas de artigos eletrônicos.

"Eu quero comprar uma máquina digital. Mas não é muito bom mesmo ficar saindo demais do hotel, temos de manter nossa concentração, descansar. Se quer sair, tem de falar com o técnico e explicar o motivo", afirma Joanna Maranhão.

Além dos filmes e dos livros, uma das principais válvulas de escape dos nadadores tem sido a internet. Com as dificuldades de adaptação ao fuso horário de Macau, a procura pelos computadores tem acontecido em horários pouco comuns.

"Outro dia, às 5h, o MSN [programa de troca de mensagens instantâneas] ficou lotado. A gente não consegue dormir e vai para a internet. Esses primeiros dias são bastante complicados", diz Arilson Soares, um dos técnicos da seleção.

Os treinadores, porém, preocupam-se em amenizar respostas negativas ao período de concentração e treinos.

"Tem gente que não responde bem se fica muito fechado. Temos de ver o que é melhor para cada um. Ir a um cinema, passear um pouco, sem abusar, acho que não faz mal. Ir ao cassino? Acho que só se for para conhecer, ver como é", avalia o técnico Fernando Vanzella.

Uma restrição, porém, pode imperar até os Jogos Olímpicos: a equipe de natação deve ficar de fora da cerimônia de abertura, em 8 de agosto. As provas começam no dia 9.

 

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