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30/06/2002 - 09h50

Ronaldo iguala Pelé e traz o pentacampeonato

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SILVIO NAVARRO
da Folha Online

Saiu dos pés dele, duas vezes, dos pés mágicos dele. Foram os gols do título, do pentacampeonato, da redenção. Gols de Ronaldo, do "Fenômeno", que elevaram o Brasil à condição de máxima potência do futebol depois de oito anos. Gols que para ele valem em dobro.

"Tirei um grande peso dos meus ombros. Me sinto livre", disse, após o jogo.

Em uma partida memorável, que dosou dramaticidade e festa, colocando frente a frente Brasil e Alemanha, as melhores seleções da história do esporte, prevaleceu a genialidade do astro, que hoje traz a Copa nos braços e entra para a memória do futebol igualando-se a Pelé, ambos com 12 gols em Mundiais.

Clique aqui para ver os melhores lances da vitória brasileira por 2 a 0 na cidade japonesa de Yokohama.

Reuters

Herói do penta, Ronaldo comemora o segundo gol

A Alemanha jamais vai esquecer esse dia. Ronaldo e o Brasil inteiro também não. Mais do que herói do título, artilheiro da primeira Copa do milênio _com oito gols, feito que o Brasil não alcançava há 52 anos_, para ele o Mundial de 2002 marca a ressurreição do seu futebol, que um dia já o elevou ao patamar de melhor do mundo em 1996 e 97.

Hoje ele foi eleito o melhor em campo pela segunda vez no torneio asiático. "Minha grande luta foi voltar a jogar futebol. O título de hoje veio para comemorar esse árduo trabalho", afirmou.

Com um gol de oportunismo e outro de classe, ele calou os críticos e suprimiu o descrédito que assolou o país após o fracasso nos últimos anos.

Líder do Brasil dos "erres" de Luiz Felipe Scolari, Ronaldo supera o trauma do fiasco de 1998, que terminou marcado por uma crise nervosa e pela derrota diante dos franceses na final. E entra para a história como unanimidade nacional, um craque completo, ídolo máximo do país do futebol.

O jogo
O Brasil sofreu. Começou a partida levando sufoco da Alemanha, especialista em bolas cruzadas na área. O hábil meio-campo do time nacional ficou preso na sólida marcação do rival, que ainda projetou seu jogo nas laterais, neutralizando as ofensivas dos alas brasileiros.

Aos 10min, os alemães deram o primeiro susto em um cruzamento da direita na direção do goleador Klose, que Edmílson cortou em cima da hora.

O lance acordou a seleção. Oito minutos depois, Ronaldinho enfiou a bola para Ronaldo, cara a cara com Kahn, mas o atacante tocou com a parte de fora do pé, à direita do goleiro.

O Brasil teve outra chance de abrir o placar aos 30min. Novamente Ronaldinho lançou Ronaldo na área, desta vez pelo alto, mas o centroavante dominou a bola no peito e não conseguiu finalizar.

No final do primeiro tempo, aos 44min, Kleberson acertou o travessão de Kahn em um belo chute de fora da área. Três minutos depois, Roberto Carlos chutou de fora da área, a zaga alemã não cortou, e a bola sobrou para Ronaldo, que bateu de primeira, para grande defesa de Kahn com os pés.

A etapa final iniciou como a anterior. Neuville disparou um chute muito forte em cobrança de falta, e a bola explodiu na trave esquerda de Marcos

A resposta veio dois minutos depois, após cruzamento na área de Roberto Carlos, que Lúcio cabeceou para outra boa defesa de Kahn, em seu canto esquerdo rasteiro.

A partir daí o Brasil cresceu e impôs seu jogo. Apereceu o futebol dos craques. Aos 23min, Rivaldo chutou forte de fora da área, Kahn "bateu roupa" e, no rebote, Ronaldo abriu o placar.

A Alemanha tentou reagir, mas esbarrou na boa atuação da zaga brasileira, que também se redimiu de atuações pífias ao longo da competição.

O segundo gol da seleção saiu aos 34min. Em uma jogada brilhante, Kleberson cruzou rasteiro para Rivaldo na entrada da área, que fez um lindo corta-luz, tirando a marcação alemã, e a bola caiu nos pés de Ronaldo, que bateu no canto esquerdo de Kahn.

No final da partida, Scolari tentou se aproveitar da pressão alemã e trocou Ronaldinho por Juninho, e Ronaldo por Denílson para tentar explorar os contra-ataques.

A Alemanha não sucumbiu, continuou tentando, mas parou nas mãos de Marcos.

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