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04/07/2002 - 08h52

Japão sonha com Scolari, mas acerta com o ídolo Zico

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JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial da Folha a Yokohama
FÁBIO SOARES
da Folha de S.Paulo

O Japão queria Luiz Felipe Scolari, mas acertou com Zico.

O ídolo do Flamengo, desbravador e incentivador do futebol do outro lado do mundo, aceitou preparar a seleção japonesa para a Copa de 2006, na Alemanha.

Zico vai substituir o francês Philippe Troussier, com quem o Japão chegou às quartas-de-final no Mundial-2002, feito inédito na curta história do país no torneio.

O assessor de Zico no Brasil, Raul Quadros, confirmou ontem que restam apenas pequenos acertos, como local de moradia. Segundo ele, entretanto, o convite já foi aceito pelo ex-jogador.

O técnico pentacampeão também estava nos planos japoneses. Shunichiro Okano, diretor do Comitê Organizador do Japão para a Copa-2002 e representante da Associação Japonesa de Futebol, disse à Folha que o interesse por Luiz Felipe Scolari partiu de um dos membros da família imperial, o príncipe Takamado, um dos mais influentes integrantes da federação, que detém o título de presidente honorário da entidade.

"Na primeira fase, contra adversários fracos, o time foi à frente fazer gols. A partir das oitavas, tudo mudou. A defesa parecia impenetrável", elogiou o príncipe.

Ainda antes da final contra a Alemanha, Scolari disse que gostaria de voltar a trabalhar numa Copa, mesmo em outra seleção.

"Ele acompanhou todos os jogos do Brasil, fosse do estádio ou pela televisão", disse Okano à Folha. "O que mais o impressionou foi a vibração de Scolari em cada lance, a união que os brasileiros mostraram em todo jogo e o espírito de equipe, sem falar no conhecimento tático que ele tem."

Para Okano, o príncipe saiu do estádio de Yokohama convicto de que Scolari seria ideal para comandar o Japão. "Como ele já trabalhou aqui [no Jubilo Iwata], não teria dificuldades para se adaptar e daríamos as melhores condições para se sentir em casa."

Indagado sobre o salário que poderiam oferecer a Scolari, ele se negou a responder. Disse que seria cedo para falar em números e que havia um longo caminho do interesse a um início de conversação.

"Primeiro ele tem de pensar no que vai fazer da vida. Se quiser continuar na seleção [brasileira], nem entramos na parada, ficamos na vontade. Mas que ele seria um nome importante para o nosso futebol, com certeza seria."

Ainda de acordo com Okano, durante a final contra a Alemanha, o príncipe Takamado, que estava acompanhado de sua mulher, a princesa Hisako, o primeiro-ministro Junichiro Koizumi e Joseph Blatter, presidente da Fifa, teria dito que o futebol japonês ainda necessita de técnicos estrangeiros a fim de ganhar mais experiência internacional. "Mas para 2010 já poderíamos pensar num técnico caseiro."

Zico se aproxima bem do perfil vislumbrado para o futuro. O ex-jogador e coordenador técnico da seleção brasileira na Copa-98 atuou por três anos pelo Kashima Antlers, clube em que ocupa hoje cargo de direção. Pelo que fez no período, é endeusado, com direito a uma estátua, no Japão.

O advogado de Zico, Antonio Simões, está no Japão resolvendo os negócios. O ex-jogador estaria voltando ontem da Ásia, onde chegou em maio para acompanhar a Copa. O anúncio oficial de seu retorno ao Oriente deve ocorrer na próxima segunda-feira.

Leia mais: Copa do Mundo-2002
 

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