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25/12/2002 - 09h49

São Paulo desenvolve em irmão de Kaká o projeto de superatleta

LÚCIO RIBEIRO
da Folha de S.Paulo

A marca Kaká faz história no São Paulo, e o lema olímpico "Citius, altius, fortius", que significa "mais rápido, mais alto e mais forte" e projeta um ideal de corpo humano, virou ordem do dia no mais moderno clube na preparação de novos talentos.

À sombra do maior ídolo do time, um outro jogador com o mesmo sobrenome, Izeckson dos Santos Leite, começa a ser preparado na fábrica de menudos do "capataz" Cilinho.

Rodrigo, irmão do craque Ricardo, o Kaká, com 17 anos recém-completados e mais conhecido como Digão, é o mais significativo projeto de superatleta da nova filosofia do time paulista em criar na base o "jogador perfeito".

Digão, 1,92 m de altura e postulante a zagueiro, iniciou há três meses (ainda tinha 16) o programa de desenvolvimento científico de massa muscular aplicado recentemente em Kaká, de 20 anos.

O projeto com o jovem atleta vai durar exatos dois anos, tempo calculado para a chegada do garoto ao profissional, como um produto pronto. O prognóstico é que ele ganhe 10 kg de massa muscular nesse período de preparação.

"O Rodrigo não é um caso isolado no São Paulo. Mas ele, de certa forma, representa uma nova filosofia no clube, que, depois da chegada do Cilinho para coordenar as categorias de base, ficou exacerbada", diz Turíbio Leite de Barros Neto, 51, fisiologista do São Paulo e coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"Agora, desde o infantil, os talentos do São Paulo vão ter uma atenção especial", afirma.

Desde setembro, Digão viu sua vida de adolescente ser bastante restringida em nome do desenvolvimento corporal que vai ser bastante útil em sua vida adulta.

O irmão de Kaká, em uma semana normal, treina todos os dias de manhã e duas vezes à tarde. Nos períodos vespertinos restantes, está em uma academia ganhando massa muscular em um treinamento individualizado e com aparelhos importados.

"Às vezes sobra uma tarde livre para mim", diz Digão, que ainda tem os finais de semana para se divertir, quando não está jogando ou na igreja -é evangélico.

Desde que começou a preparação para superatleta, o garoto ganhou 3,1 kg de massa muscular planejadamente distribuída.

Rodrigo, que acabou sua era de juvenil e passa em 2003 à categoria júnior, já sente os efeitos do tratamento. "Sinto-me com mais força e bem mais confiante nos movimentos", explica o zagueiro.

"O Rodrigo está em fase de desenvolvimento e começa a ter um bom ganho na massa muscular. Até os 16 anos, mais ou menos, era desaconselhável que ele fizesse um planejamento de reforço muscular, porque estava em crescimento", afirma Turíbio Leite.

O fisiologista explica que, por meio de exames, é possível detectar quando um jogador do juvenil vai parar de crescer, condição para começar um trabalho de ganho de massa muscular sem trazer prejuízo à evolução natural do físico do aspirante a profissional.

"Assim que vimos que o Rodrigo parou de crescer, foi feita uma programação para que ele ganhasse massa muscular paralelamente ao benefício que ele vai ter na puberdade, quando o desenvolvimento das características masculinas está contribuindo para a modelação de seu corpo."

Digão, segundo Turíbio, já começa a ter a produção aumentada de um anabolizante natural que é o hormônio masculino. O aumento da produção de testosterona é o momento para pôr em ação o programa, que fará com que o atleta desenvolva a massa muscular de modo funcional.

"Nos exercícios, orientamos os mesmos movimentos, semelhantes aos gestos do futebol. Estamos usando com o Rodrigo uma suplementação com creatina [substância que melhora o condicionamento físico], que representaria a proteína nobre na produção de músculos", diz o fisiologista.

De férias, Rodrigo só vai se apresentar em fevereiro ao São Paulo, mas não descuidará da preparação. Deve se juntar à nova vida de júnior tricolor com algum extra na massa muscular.

Mesmo sendo uma aposta para o futuro, o jogador não tem um vínculo formal com o São Paulo.

"Isso não é necessário. Fazemos isso só quando queremos nos proteger para não perder um jogador. O Digão não vai sair do São Paulo. Tem o Kaká, o pai deles é diretor do infantil. Ele é da casa", declara Júlio Martins Morais, diretor do futebol amador do time.

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