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04/02/2003
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20h03
Por sua morosidade, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) pode fazer o país perder seu atleta mais premiado em 2002 nos mais importantes torneios de 2003: o Pan-Americano e o Mundial.
Em agosto, o ligeiro João Derly, 20, foi pego no antidoping dos Jogos Sul-Americanos. O teste do judoca detectou a presença do diurético clortalidona, mas o caso ainda não foi julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva da CBJ.
Na mesma competição, outros dois brasileiros foram flagrados pelo antidoping: Eliane Pereira (ouro no atletismo nos 1.500 m), com o esteróide anabólico estanozolol, e a triatleta Mariana Ohata (ouro no individual e por equipes) com anfetamina.
O caso de Mariana foi julgado pelo tribunal da Confederação Brasileira de Triatlo em outubro. O resultado -dois meses de suspensão da triatleta- foi enviado à UIT (União Internacional de Triatlo), que acatou a decisão.
O mesmo procedimento deveria ter sido adotado no caso de Derly, mas a Sogipa, clube do judoca, diz que até hoje o tribunal não foi notificado pela CBJ e que, por isso, o caso está parado.
O advogado de Derly, Thomaz Mattos de Paiva afirmou que o julgamento ainda não aconteceu porque a CBJ não tomou as providências necessárias, oferecendo denúncia para o tribunal.
"Pela inexperiência da confederação, um caso que poderia ser resolvido em dois meses como o da Mariana fica se arrastando por até seis meses", disse o advogado.
Segundo Paiva, ainda não foi definida a legislação que será usada, a da Federação Internacional de Judô, a da Organização Desportiva Sul-Americana ou a brasileira. ´Com isso, não tenho nem uma linha de defesa para o atleta."
O advogado diz que a pena máxima para o caso é de dois anos. Se for condenado a até seis meses, Derly pode voltar aos tatames imediatamente já que está suspenso preventivamente desde os Sul-Americanos, em agosto.
Hoje, uma equipe do Brasil embarca para competir na Europa. Derly, o maior destaque do país em 2002 no Circuito Europeu com quatro medalhas (três ouros e uma prata), não foi relacionado.
Para o presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira, a demora para o envio da documentação ao Tribunal de Justiça Desportiva aconteceu por inexperiência. "É um processo diferente para nós. Nunca tínhamos passado por situação semelhante", disse ele.
Para Wanderley, o procedimento não é embaraçado. ´Não que seja uma coisa complicada, mas se fosse algo normal você teria mais velocidade", prevê.
O dirigente disse, porém, que o caso foi encaminhado para o tribunal no início de janeiro.
"Agora nós estamos aguardando uma definição de data de julgamento. Acredito que deve ser marcada nos próximos dias."
O presidente da CBJ disse que lamenta a não-participação de Derly no Circuito Europeu. ´Seria maravilhoso [ele lutar]. Enquanto esteve competindo, ele foi o melhor do Brasil", lembrou ele.
O dirigente disse acreditar que o caso deve estar solucionado a tempo de Derly participar da seletiva final para o Pan-Americano e o Mundial do Japão, em março.
"Nós não queremos perder o atleta e creio que não vamos perder. Acho é que dá tempo."
Brasil pode perder destaque do judô
da Folha de S.PauloPor sua morosidade, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) pode fazer o país perder seu atleta mais premiado em 2002 nos mais importantes torneios de 2003: o Pan-Americano e o Mundial.
Em agosto, o ligeiro João Derly, 20, foi pego no antidoping dos Jogos Sul-Americanos. O teste do judoca detectou a presença do diurético clortalidona, mas o caso ainda não foi julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva da CBJ.
Na mesma competição, outros dois brasileiros foram flagrados pelo antidoping: Eliane Pereira (ouro no atletismo nos 1.500 m), com o esteróide anabólico estanozolol, e a triatleta Mariana Ohata (ouro no individual e por equipes) com anfetamina.
O caso de Mariana foi julgado pelo tribunal da Confederação Brasileira de Triatlo em outubro. O resultado -dois meses de suspensão da triatleta- foi enviado à UIT (União Internacional de Triatlo), que acatou a decisão.
O mesmo procedimento deveria ter sido adotado no caso de Derly, mas a Sogipa, clube do judoca, diz que até hoje o tribunal não foi notificado pela CBJ e que, por isso, o caso está parado.
O advogado de Derly, Thomaz Mattos de Paiva afirmou que o julgamento ainda não aconteceu porque a CBJ não tomou as providências necessárias, oferecendo denúncia para o tribunal.
"Pela inexperiência da confederação, um caso que poderia ser resolvido em dois meses como o da Mariana fica se arrastando por até seis meses", disse o advogado.
Segundo Paiva, ainda não foi definida a legislação que será usada, a da Federação Internacional de Judô, a da Organização Desportiva Sul-Americana ou a brasileira. ´Com isso, não tenho nem uma linha de defesa para o atleta."
O advogado diz que a pena máxima para o caso é de dois anos. Se for condenado a até seis meses, Derly pode voltar aos tatames imediatamente já que está suspenso preventivamente desde os Sul-Americanos, em agosto.
Hoje, uma equipe do Brasil embarca para competir na Europa. Derly, o maior destaque do país em 2002 no Circuito Europeu com quatro medalhas (três ouros e uma prata), não foi relacionado.
Para o presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira, a demora para o envio da documentação ao Tribunal de Justiça Desportiva aconteceu por inexperiência. "É um processo diferente para nós. Nunca tínhamos passado por situação semelhante", disse ele.
Para Wanderley, o procedimento não é embaraçado. ´Não que seja uma coisa complicada, mas se fosse algo normal você teria mais velocidade", prevê.
O dirigente disse, porém, que o caso foi encaminhado para o tribunal no início de janeiro.
"Agora nós estamos aguardando uma definição de data de julgamento. Acredito que deve ser marcada nos próximos dias."
O presidente da CBJ disse que lamenta a não-participação de Derly no Circuito Europeu. ´Seria maravilhoso [ele lutar]. Enquanto esteve competindo, ele foi o melhor do Brasil", lembrou ele.
O dirigente disse acreditar que o caso deve estar solucionado a tempo de Derly participar da seletiva final para o Pan-Americano e o Mundial do Japão, em março.
"Nós não queremos perder o atleta e creio que não vamos perder. Acho é que dá tempo."
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