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13/02/2003
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00h05
Na contramão da modernização por que passa a China, o estádio de Guangzhou, que abrigou o amistoso de ontem, mostrou que, pelo menos em tratando-se de futebol, velhos "hábitos" comunistas ainda estão presentes no cotidiano do país.
O torcedor chinês tem pouca liberdade para vibrar e passa por constrangimentos causados pela polícia, que usou mais de um milhar de homens e mulheres.
Para quem não é "VIP", são necessárias duas revistas _ chegam ao detalhe de abrir carteiras e bisbilhotar até fotos de parentes dos fãs _ na procura de algo que possa causar transtornos.
Dentro do estádio, é até melhor torcer para seu time não vencer. Qualquer demonstração de entusiasmo "exacerbado", como jogar uma quantidade ínfima de papel picado, o que fez um torcedor ontem, pode significar a expulsão do estádio.
Em jogos dos campeonatos locais, as comemorações de gols não podem passar de 30 segundos _ após isso, a segurança manda os torcedores se sentarem. Brigas nos estádios chineses, apesar de raras, podem decretar um bom período na prisão e penas severas aos clubes.
Como em boa parte do que ainda acontece no resto da economia do país, um estádio de futebol é lugar para abrigar muitos funcionários para pouco trabalho, outra tradição comunista.
No estádio de Guangzhou, por exemplo, existe até rodízio de gandulas, que, ao contrário de seus pares brasileiros, esperam trabalho sentados em cadeiras.
Para cada roleta na entrada, são dois funcionários para receber os ingressos e três para fazer a severa, e demorada, revista.
Nas quatro esquinas dos estádios, havia, em cada um delas, pelo menos três dezenas de homens do exército e da polícia, atrapalhando a visão dos fãs.
A falta de confiança nos números oficiais repete-se no futebol. Vendido pelos organizadores como sucesso, o amistoso foi jogado com pelo menos 25% dos lugares no estádio vazios.
Tirando o comportamento das pessoas, o estádio em nada lembra uma arena de um país ainda administrado por um governo comunista. Nada de exagero nas bandeiras vermelhas e, em nenhum lugar, o famoso símbolo da foice e do martelo.
Velhos hábitos comunistas prevalecem nos estádios chineses
da Folha de S.PauloNa contramão da modernização por que passa a China, o estádio de Guangzhou, que abrigou o amistoso de ontem, mostrou que, pelo menos em tratando-se de futebol, velhos "hábitos" comunistas ainda estão presentes no cotidiano do país.
O torcedor chinês tem pouca liberdade para vibrar e passa por constrangimentos causados pela polícia, que usou mais de um milhar de homens e mulheres.
Para quem não é "VIP", são necessárias duas revistas _ chegam ao detalhe de abrir carteiras e bisbilhotar até fotos de parentes dos fãs _ na procura de algo que possa causar transtornos.
Dentro do estádio, é até melhor torcer para seu time não vencer. Qualquer demonstração de entusiasmo "exacerbado", como jogar uma quantidade ínfima de papel picado, o que fez um torcedor ontem, pode significar a expulsão do estádio.
Em jogos dos campeonatos locais, as comemorações de gols não podem passar de 30 segundos _ após isso, a segurança manda os torcedores se sentarem. Brigas nos estádios chineses, apesar de raras, podem decretar um bom período na prisão e penas severas aos clubes.
Como em boa parte do que ainda acontece no resto da economia do país, um estádio de futebol é lugar para abrigar muitos funcionários para pouco trabalho, outra tradição comunista.
No estádio de Guangzhou, por exemplo, existe até rodízio de gandulas, que, ao contrário de seus pares brasileiros, esperam trabalho sentados em cadeiras.
Para cada roleta na entrada, são dois funcionários para receber os ingressos e três para fazer a severa, e demorada, revista.
Nas quatro esquinas dos estádios, havia, em cada um delas, pelo menos três dezenas de homens do exército e da polícia, atrapalhando a visão dos fãs.
A falta de confiança nos números oficiais repete-se no futebol. Vendido pelos organizadores como sucesso, o amistoso foi jogado com pelo menos 25% dos lugares no estádio vazios.
Tirando o comportamento das pessoas, o estádio em nada lembra uma arena de um país ainda administrado por um governo comunista. Nada de exagero nas bandeiras vermelhas e, em nenhum lugar, o famoso símbolo da foice e do martelo.
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