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01/10/2000
-
19h24
FERNANDO MELLO
da Folha de S.Paulo
e RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Luiz Felipe Scolari, técnico do Cruzeiro, recusou convite para dirigir a seleção brasileira.
O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, contatou ontem, por volta das 23h, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, para comunicar o dirigente do clube mineiro sobre sua intenção de convidar Scolari para o lugar de Wanderley Luxemburgo.
Luxemburgo havia sido demitido por Teixeira poucas horas antes, durante almoço no Rio.
O presidente do Cruzeiro disse a seu colega da CBF que gostaria de continuar com Scolari no comando da equipe mineira. Disse, porém, que a decisão não dependia apenas dele e que iria telefonar para o treinador.
Perrella ligou então para Scolari e ouviu dele que não aceitaria o convite de Teixeira, porque isso o impediria de continuar seu trabalho no Cruzeiro.
"Tenho um compromisso de 28 meses com você e com o Cruzeiro. Nós montamos um projeto de longo prazo e não vou sair. Não sou de romper meus compromissos. Além do mais, acho que esse ainda não é o momento (de dirigir a seleção)", teria afirmado o treinador a Perrella.
A Folha apurou que três foram os motivos para o técnico declinar do convite da CBF.
O primeiro é a impossibilidade de conciliar seu trabalho no Cruzeiro e na seleção brasileira.
No início da era Luxemburgo, a CBF não aprovou a divisão entre clube e o time nacional. O ex-técnico da seleção, contratado em agosto, continuou dirigindo o Corinthians até o final de 1998, quando foi campeão brasileiro.
O segundo motivo foi a preferência da mulher do treinador, Olga, de permanecer em Belo Horizonte. Os dois filhos do casal se adaptaram bem à vida na capital mineira e à escola.
A terceira causa é financeira. Scolari recebe no Cruzeiro algo em torno de R$ 300 mil mensais. Da CBF, não ganharia salário maior que R$ 160 mil.
Se saísse do time mineiro, Scolari teria que pagar o equivalente a quase R$ 3 milhões pela rescisão e acha que não compensaria.
Após ouvir e ficar satisfeito com a negativa do técnico gaúcho, o deputado federal Zezé Perrella retornou a ligação ao presidente da CBF e o informou sobre a decisão.
O dirigente mineiro aproveitou para indicar o nome de Levir Culpi, atualmente no São Paulo, com quem trabalhou no time mineiro.
Sem Scolari e com a provável negativa de Carlos Alberto Parreira de comandar a equipe em campo _o treinador campeão da Copa dos EUA, segundo a reportagem apurou, só aceitaria deixar o Atlético-MG se sua função fosse diretiva_, as chances de Levir Culpi assumir a seleção aumentaram consideravelmente.
Hoje, o treinador são-paulino é o mais cotado para substituir Luxemburgo na seleção. Outro nome é o de Paulo César Carpegiani, que atualmente está sem clube. Emerson Leão, que dirige o Sport, seria a última opção.
Amanhã à tarde, os protagonistas das discussões que adiaram a definição do novo técnico da seleção darão entrevistas coletivas.
Em Belo Horizonte, Scolari e Perrella darão detalhes sobre a recusa do técnico gaúcho.
Às 13h, no Rio, Teixeira anunciará oficialmente a demissão de Luxemburgo.
Também falará sobre as novas diretrizes para que a seleção se recupere do fracasso na Olimpíada e da má campanha no qualificatório sul-americano, no qual o Brasil ocupa um incômodo quarto lugar _apenas os quatro primeiros garantem automaticamente uma vaga na Copa de 2002.
Teixeira deve anunciar ainda a preservação da comissão técnica até o jogo de domingo, contra a Venezuela, e a nomeação do auxiliar Candinho como interino.
Leia mais sobre esporte na Folha Online
Scolari recusa convite para assumir a seleção
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da Folha de S.Paulo
e RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Luiz Felipe Scolari, técnico do Cruzeiro, recusou convite para dirigir a seleção brasileira.
O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, contatou ontem, por volta das 23h, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, para comunicar o dirigente do clube mineiro sobre sua intenção de convidar Scolari para o lugar de Wanderley Luxemburgo.
Luxemburgo havia sido demitido por Teixeira poucas horas antes, durante almoço no Rio.
O presidente do Cruzeiro disse a seu colega da CBF que gostaria de continuar com Scolari no comando da equipe mineira. Disse, porém, que a decisão não dependia apenas dele e que iria telefonar para o treinador.
Perrella ligou então para Scolari e ouviu dele que não aceitaria o convite de Teixeira, porque isso o impediria de continuar seu trabalho no Cruzeiro.
"Tenho um compromisso de 28 meses com você e com o Cruzeiro. Nós montamos um projeto de longo prazo e não vou sair. Não sou de romper meus compromissos. Além do mais, acho que esse ainda não é o momento (de dirigir a seleção)", teria afirmado o treinador a Perrella.
A Folha apurou que três foram os motivos para o técnico declinar do convite da CBF.
O primeiro é a impossibilidade de conciliar seu trabalho no Cruzeiro e na seleção brasileira.
No início da era Luxemburgo, a CBF não aprovou a divisão entre clube e o time nacional. O ex-técnico da seleção, contratado em agosto, continuou dirigindo o Corinthians até o final de 1998, quando foi campeão brasileiro.
O segundo motivo foi a preferência da mulher do treinador, Olga, de permanecer em Belo Horizonte. Os dois filhos do casal se adaptaram bem à vida na capital mineira e à escola.
A terceira causa é financeira. Scolari recebe no Cruzeiro algo em torno de R$ 300 mil mensais. Da CBF, não ganharia salário maior que R$ 160 mil.
Se saísse do time mineiro, Scolari teria que pagar o equivalente a quase R$ 3 milhões pela rescisão e acha que não compensaria.
Após ouvir e ficar satisfeito com a negativa do técnico gaúcho, o deputado federal Zezé Perrella retornou a ligação ao presidente da CBF e o informou sobre a decisão.
O dirigente mineiro aproveitou para indicar o nome de Levir Culpi, atualmente no São Paulo, com quem trabalhou no time mineiro.
Sem Scolari e com a provável negativa de Carlos Alberto Parreira de comandar a equipe em campo _o treinador campeão da Copa dos EUA, segundo a reportagem apurou, só aceitaria deixar o Atlético-MG se sua função fosse diretiva_, as chances de Levir Culpi assumir a seleção aumentaram consideravelmente.
Hoje, o treinador são-paulino é o mais cotado para substituir Luxemburgo na seleção. Outro nome é o de Paulo César Carpegiani, que atualmente está sem clube. Emerson Leão, que dirige o Sport, seria a última opção.
Amanhã à tarde, os protagonistas das discussões que adiaram a definição do novo técnico da seleção darão entrevistas coletivas.
Em Belo Horizonte, Scolari e Perrella darão detalhes sobre a recusa do técnico gaúcho.
Às 13h, no Rio, Teixeira anunciará oficialmente a demissão de Luxemburgo.
Também falará sobre as novas diretrizes para que a seleção se recupere do fracasso na Olimpíada e da má campanha no qualificatório sul-americano, no qual o Brasil ocupa um incômodo quarto lugar _apenas os quatro primeiros garantem automaticamente uma vaga na Copa de 2002.
Teixeira deve anunciar ainda a preservação da comissão técnica até o jogo de domingo, contra a Venezuela, e a nomeação do auxiliar Candinho como interino.
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