Inspirado em 1999, Palmeiras busca o terceiro milagre na Libertadores

Na semana em que celebra os dez anos da conquista da Libertadores, o Palmeiras se vê hoje, contra o Nacional, diante de seu principal desafio no ano.

Após as homenagens prestadas ao condutor do título de 1999, Luiz Felipe Scolari, é a vez de Vanderlei Luxemburgo, maior vencedor de taças nacionais na história do clube, manter o sonho do bicampeonato.

Perante o difícil cenário que terá em Montevidéu, o Palmeiras busca um terceiro "milagre" no torneio continental.

O primeiro foi se classificar às oitavas de final depois da campanha irregular na fase de grupos. O gol de Cleiton Xavier que calou o Monumental, palco do jogo contra o Colo Colo, só saiu aos 42min da etapa final.

A segunda "ajuda divina" passou pelas luvas de um santo em terra. Com três pênaltis defendidos, o goleiro Marcos derrubou a mística da Ilha do Retiro, eliminou o Sport e colocou o Palmeiras na etapa seguinte.

Desta vez, o palco do terceiro prodígio será o estádio Centenário, onde a seleção brasileira goleou os donos da casa na semana passada por 4 a 0, pelas eliminatórias sul-americanas.

Em situação semelhante à que chegara ao Chile para desafiar o Colo Colo, o conjunto brasileiro precisa vencer.

A diferença é que em Santiago só os três pontos salvavam. Agora um empate por dois ou mais gols também serve.

O 1 a 1 do jogo de ida incomoda. Porém, para um elenco que se habituou aos feitos históricos, nada mais é impossível.

"Já tivemos um aprendizado com o Colo Colo, que jogou mais recuado e atacou pouco", disse o meia Diego Souza.

Como a vantagem do 0 a 0 é do rival, os brasileiros pretendem tomar a iniciativa no jogo.

"Sabemos da necessidade de vencer, mas não adianta partirmos para o ataque feito loucos. Precisamos ser inteligentes", afirmou o atacante Keirrison.

"Contra Sport e Colo Colo, tivemos paciência. O time sabe lidar com esse tipo de situação", afirmou o volante Pierre.

A tendência é que Luxemburgo escale a mesma formação com três zagueiros que bateu o Cruzeiro (3 a 1), no último domingo, pelo Brasileiro.

Antes de embarcar para o Uruguai, os palmeirenses sentiram de perto a importância de ganhar uma Libertadores.

Alguns ex-atletas do clube, como o centroavante Evair e o meia Alex, foram homenageados antes do jogo contra os mineiros com direito a volta olímpica no Parque Antarctica.

Já o treinador daquela geração, Luiz Felipe Scolari, recebeu uma placa das mãos do presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, segunda-feira, no CT.

"É um título que poucos têm na América do Sul", disse o comandante do histórico triunfo.

Ao contrário do time que bateu o Deportivo Cali naquela final e que tinha a experiência de Evair, 34, César Sampaio, 31, e Zinho, 31, a aposta agora é em jovens como Keirrison, 20, Willians, 20, e Diego Souza, 23.

"Quando não tem experientes, mas tem jovens, o que eles podem fazer? Correr como se aquilo fosse seu último prato de comida", receitou Scolari.

NACIONAL
Muñoz; Romero, Victorino, Coates e Domínguez; Caballero, Morales, Arismendi e Lodeiro; Biscayzacú (García) e Medina.
Técnico: Gerardo Peluso

PALMEIRAS
Marcos; Maurício Ramos, Danilo e Marcão; Wendel, Pierre, Cleiton Xavier, Diego Souza e Armero; Willians e Keirrison.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Local: estádio Centenário, em Montevidéu
Horário: 19h20
Juiz: Carlos Vera (EQU)