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08/05/2003 - 08h30

Assediado, Leão diz que o coração é Santos

da Folha de S.Paulo

O São Paulo quer Emerson Leão. O Santos até admite que pode perdê-lo. Mas a dramática vitória de ontem, sobre o Nacional, do Uruguai, pela Libertadores, pode ter garantido a sobrevida do técnico no clube da Vila Belmiro.

Os 3 a 1 nos pênaltis contra o time de Montevidéu devem minar as investidas do São Paulo sobre o treinador. Mesmo com uma boa proposta financeira, dificilmente ele sairia do Santos agora, com a classificação para as quartas-de-final da Libertadores da América.

"Convites e interesses de outros clubes me deixam profissionalmente feliz, mas meu coração só fica contente com o Santos em campo", declarou o técnico, após o jogo de ontem, descartando uma mudança por enquanto.

O discurso poderia ser outro caso o Nacional tivesse vencido.

Leão já havia avisado a diretoria de que fora procurado pelo São Paulo. A cúpula santista já admitia perdê-lo por causa de dinheiro e demonstrava irritação com a sondagem do clube do Morumbi.

A principal preocupação da diretoria santista era com o valor da oferta ao técnico. Segundo o diretor de futebol do time da Vila, Francisco Lopes, as chances de Leão permanecer no Santos só dependeriam de nova proposta são-paulina, já que a primeira não teria sido "tão atraente".

"Pelo que eu entendi da reunião franca que fizemos ontem [anteontem], os valores apresentados não foram os mesmos que são pagos para o Kaká e o Ricardinho. Acho que o Leão não vai trocar seis por meia dúzia. Mas nós sabemos que hoje ninguém joga futebol por amor à camisa. Queremos aqui só quem quer ficar no Santos. Se ele aceitar [o que ofereceram], que seja feliz no São Paulo", afirmou o dirigente.

Para deixar o Santos, Leão teria que pagar ao clube uma multa rescisória equivalente a três meses de seu salário -cerca de R$ 100 mil mensais livres não declarados. Um valor considerado "irrisório" para impedir uma negociação, segundo o diretor santista.

Irritado, Lopes considerou a postura do São Paulo antiética, já que os santistas estavam às vésperas de um jogo "importante e histórica" na Libertadores.

Apesar de Leão já ter deixado vazar a proposta são-paulina, a diretoria do clube do Morumbi tenta mostrar tranquilidade e sinaliza com a manutenção de Roberto Rojas, há cinco dias como interino, até conseguir fechar com o técnico "certo" para o clube.

Ontem, sob comando do chileno, o São Paulo empatou em 0 a 0 com o Goiás pela Copa do Brasil.

"Esperamos um técnico que tenha disputado decisões nos últimos tempos. É bom ter alguém no comando que nos dirija. Tenho certeza de que o São Paulo tomou a decisão certa", disse o goleiro Rogério, capitão do time, após a partida, descrevendo o perfil de Leão. Naquele momento, o Santos ainda decidia sua vaga.

Mesmo com a pressão do grupo de jogadores e da torcida, o presidente Marcelo Portugal Gouvêa despachou normalmente e disse que não tem pressa para anunciar o novo treinador. O recado foi passado aos conselheiros, em reunião realizada anteontem.

Segundo o dirigente, o São Paulo não pode fazer as vias de laboratório e se apressar a contratar um técnico qualquer e se ver envolto a uma nova crise em breve.

Com a diretriz traçada pelo presidente, o diretor de futebol Carlos Augusto Barros e Silva embarcou para Goiânia, onde chefiou a delegação e assistiu ao jogo. Pela agenda, só haveria uma reunião de cúpula hoje, às 18h, para definir se o time participará ou não da Copa da Paz, na Coréia, em julho.

O vice-presidente do clube, Márcio Aranha, acredita que a política de Gouvêa é acertada. Rojas esteve bem contra o Figueirense no último domingo e, provavelmente, terá que comandar o time do banco de reservas contra o Atlético-MG, domingo, porque não haverá tempo hábil para o novo técnico trabalhar.

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