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19/08/2003 - 00h02

Brasil terá que evoluir se quiser medalhas na Olimpíada de Atenas-2004

da Folha de S.Paulo

O COB atingiu no Pan de Santo Domingo os seus objetivos: recordes históricos de medalhas (123), ouros (28) e a manutenção da quarta colocação geral, atrás apenas das potências EUA, Cuba e Canadá. Mas terá que melhorar se quiser subir ao pódio daqui a um ano, na Olimpíada de Atenas.

A reportagem coletou os tempos, notas e índices de sete modalidades que foram responsáveis por 64 das 123 medalhas, ou 52%, do país no Pan e comparou-os com os dos finalistas em Sydney-2000. E constatou que apenas um atleta conseguiria repetir o pódio na Olimpíada: Rodrigo Bastos na fossa olímpica, do tiro.

Com 124 pontos em 125 possíveis na fase classificatória, que conta para efeitos de recorde, ele quebrou as marcas brasileira, sul-americana e pan-americana. Se estivesse na Olimpíada, teria igualado o recorde olímpico, de 1996. Se estivesse em Sydney, teria conquistado a medalha de prata.

Embora a motivação e a competitividade sejam maiores em uma Olimpíada, o Pan incentiva a busca por melhores marcas por ser o evento mais aguardado do ano por muitos atletas, devido à visibilidade que proporciona.

A natação, que colheu 21 medalhas e foi a modalidade que mais rendeu medalhas ao país em Santo Domingo, teria como melhor resultado em Sydney um sexto lugar no 4 x 100 m livre, 1s26 atrás do tempo da própria equipe brasileira que foi bronze na ocasião.

Nas 21 provas, em 13 o tempo obtido foi pior do que os de todos os finalistas olímpicos. Ouro nos 200 m costa, Rogério Romero ficou a 54 centésimos do tempo do oitavo colocado na Austrália.

No fim de julho, em Barcelona, praticamente a mesma delegação que foi ao Pan não subiu ao pódio uma única vez pela terceira edição seguida de um Mundial, o maior hiato da história da modalidade.

O único atleta do país com dois ouros no Pan, Hudson de Souza, terminaria em 11º de 12 atletas na final dos 1.500 m do atletismo em Sydney, mais de 13 segundos após o terceiro colocado. Nos 5.000 m, a diferença foi semelhante.

Na canoagem e no remo, nos quais a delegação brasileira amealhou 11 medalhas, a situação se repete. No primeiro caso, no entanto, Guto Campos e Fábio Demarchi, ouro no K-2 500, teriam ficado a apenas três décimos do bronze se considerados também os últimos Mundiais dos esportes.

Nas modalidades com notas, existe a diferença no julgamento, pois apenas juízes das Américas atuam no Pan. Com a ressalva, constata-se que a ginástica artística, que trouxe dez medalhas, não teria alcançado nenhum pódio há três anos. O melhor feito teria sido de Diego Hypólito, prata no salto sobre o cavalo masculino em Santo Domingo: quinto em Sydney.

A irmã mais velha, Daniele, que conquistou a primeira medalha individual geral em Pans (bronze), não passaria do 24º posto entre as 36 finalistas olímpicas.

Nos esportes com mata-matas individuais e coletivos, o levantamento apontou as modalidades em que os principais atletas não foram ao Pan, por não serem das Américas ou simplesmente por terem desprezado a competição.

No handebol, que levou ouro no masculino e no feminino, as principais potências são européias. Nos últimos Mundiais, os brasileiros ficaram em 22º e 12º.

Foi o caso também do judô, recordista do país em ouros, com cinco. Todos os rivais de chave de Flávio Canto, Daniel Hernandes e Luiz Camilo não levaram medalhas em Sydney tampouco ficaram entre os oito primeiros no último Mundial, em Munique-01.

O caratê trouxe medalhas em seis categorias, mas havia só três atletas que haviam obtido o feito no último Mundial, em Madri-02. Lucélia Ribeiro, bicampeã do Pan no kumitê até 62 kg, era um deles.

O baixo número de inscritos também facilitou as conquistas. O pugilista James Dean, por exemplo, teve que vencer apenas uma luta para garantir o bronze.

Na classe snipe, do iatismo, Bruno Amorim e Dante Bianchi ganharam o ouro com apenas sete concorrentes. Foram beneficiados ainda pela realização do Mundial da classe, entre os dias 2 e 9 deste mês: quatro duplas do continente que não foram ao Pan, inclusive duas do Brasil, ficaram entre as cinco primeiras.

A facilidade foi destacada pelo tricampeão da competição Robert Scheidt, que venceu suas dez regatas no Pan: "Não dá para comparar com um Mundial, que passa das 100 embarcações".

Especial
  • Jogos Pan-Americanos-2003
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