Publicidade
Publicidade
11/12/2003
-
00h10
MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo
Na seleção, ele não tem sombra. Líbero, Sérgio Dutra Santos, o Escadinha, conta com o privilégio de ser o único de sua posição na equipe --não possui reservas.
Mas a pressão que não encarou no time "sem titulares" de Bernardinho o atleta vai enfrentar na Superliga. No mais importante campeonato de vôlei do país, Escadinha terá de ratificar aposta do técnico da seleção e assegurar sua vaga nos Jogos de Atenas-2004.
"Depois da Copa do Mundo (foi eleito o melhor líbero do torneio, no mês passado), as pessoas vão querer me ver defendendo tudo. A cobrança vai ser maior. Se eu jogar mal e, mesmo assim, for convocado, só vou me prejudicar."
Além de enfrentar a concorrência --Bernardinho já declarou que pretende convocar mais de um líbero para os treinos no ano que vem--, o jogador terá a missão de se destacar em uma equipe que não figura entre as principais candidatas ao título nacional.
"Sei que o Banespa não é favorito. Mas eu tenho de jogar bem no time que me paga e entrar em quadra pensando em ganhar o título e nada mais", diz ele, que estréia na Superliga nesta quinta-feira, fora de casa, contra o São José, às 19h.
Se não chamar atenção por suas defesas, Escadinha, 28, já tem garantidos os holofotes por sua postura dentro e fora da quadra.
Nos últimos três anos, o líbero se tornou um dos símbolos do time de Bernardinho. Brincalhão fora das partidas, é um dos atletas mais aguerridos e vibrantes quando a bola está em jogo.
"Sua grande característica é a personalidade forte. Ele chegou a um time cheio de feras, empenhou-se e conquistou o respeito e a confiança de todos. Hoje ele é uma referência", avalia Ricardo Tabach, assistente técnico responsável pela defesa da seleção.
O mesmo treinador que destaca a aplicação de Escadinha na quadra é um dos principais alvos das imitações do líbero, que também não poupa o outro auxiliar de Bernardinho, Chico dos Santos.
O jeito irreverente foi uma das principais armas que o líbero usou para superar o abismo que separava o menino pobre de Pirituba (zona oeste de São Paulo) do elitizado esporte que escolheu.
Antes de conseguir viver do vôlei, aos 17 anos, ele foi contador de supermercado, office-boy, colocador de papel de parede e vendedor de água sanitária.
Estreou no vôlei no Palmeiras. Logo se destacou e foi jogar em Guarulhos, quando começou a enfrentar uma maratona diária. Saía de casa às 7h e voltava às 23h. No trajeto para o treino, encarava duas viagens de ônibus e o metrô.
"Eu chegava morrendo de fome. Às vezes, ficava chateado porque via os pais irem buscar outros meninos no treino, e eu tinha de atravessar a cidade de ônibus. Mas, no final, isso me fortaleceu."
Do dinheiro que ganhava, Escadinha pegava "dez reais" e entregava o resto para sua mãe, Benedita. Sob o braço forte de dona Didi e do pai, Domingos, conta que foi um filho comportado.
"Eu tenho medo da minha mãe até hoje", diverte-se o pai de Marlon, 6, e Matheus, 3.
Na rua, no entanto, o jeito "maloqueiro" e o vocabulário repleto de gírias lhe renderam o apelido, em alusão ao famoso traficante.
"Gostando ou não, não posso mais reclamar. Até minha mãe me chama de Escadinha", conta.
Na seleção, o jogador ostenta "Sérgio" na camiseta, mas não credita o fato a uma tentativa de "melhorar" sua imagem: "A camisa veio assim, e eu nunca pedi para mudar, só isso".
Especial
Confira notícias, tabelas e resultados de torneios
Escadinha põe à prova na Superliga rótulo de intocável na seleção
Publicidade
da Folha de S.Paulo
Na seleção, ele não tem sombra. Líbero, Sérgio Dutra Santos, o Escadinha, conta com o privilégio de ser o único de sua posição na equipe --não possui reservas.
Mas a pressão que não encarou no time "sem titulares" de Bernardinho o atleta vai enfrentar na Superliga. No mais importante campeonato de vôlei do país, Escadinha terá de ratificar aposta do técnico da seleção e assegurar sua vaga nos Jogos de Atenas-2004.
"Depois da Copa do Mundo (foi eleito o melhor líbero do torneio, no mês passado), as pessoas vão querer me ver defendendo tudo. A cobrança vai ser maior. Se eu jogar mal e, mesmo assim, for convocado, só vou me prejudicar."
Além de enfrentar a concorrência --Bernardinho já declarou que pretende convocar mais de um líbero para os treinos no ano que vem--, o jogador terá a missão de se destacar em uma equipe que não figura entre as principais candidatas ao título nacional.
"Sei que o Banespa não é favorito. Mas eu tenho de jogar bem no time que me paga e entrar em quadra pensando em ganhar o título e nada mais", diz ele, que estréia na Superliga nesta quinta-feira, fora de casa, contra o São José, às 19h.
Se não chamar atenção por suas defesas, Escadinha, 28, já tem garantidos os holofotes por sua postura dentro e fora da quadra.
Nos últimos três anos, o líbero se tornou um dos símbolos do time de Bernardinho. Brincalhão fora das partidas, é um dos atletas mais aguerridos e vibrantes quando a bola está em jogo.
"Sua grande característica é a personalidade forte. Ele chegou a um time cheio de feras, empenhou-se e conquistou o respeito e a confiança de todos. Hoje ele é uma referência", avalia Ricardo Tabach, assistente técnico responsável pela defesa da seleção.
O mesmo treinador que destaca a aplicação de Escadinha na quadra é um dos principais alvos das imitações do líbero, que também não poupa o outro auxiliar de Bernardinho, Chico dos Santos.
O jeito irreverente foi uma das principais armas que o líbero usou para superar o abismo que separava o menino pobre de Pirituba (zona oeste de São Paulo) do elitizado esporte que escolheu.
Antes de conseguir viver do vôlei, aos 17 anos, ele foi contador de supermercado, office-boy, colocador de papel de parede e vendedor de água sanitária.
Estreou no vôlei no Palmeiras. Logo se destacou e foi jogar em Guarulhos, quando começou a enfrentar uma maratona diária. Saía de casa às 7h e voltava às 23h. No trajeto para o treino, encarava duas viagens de ônibus e o metrô.
"Eu chegava morrendo de fome. Às vezes, ficava chateado porque via os pais irem buscar outros meninos no treino, e eu tinha de atravessar a cidade de ônibus. Mas, no final, isso me fortaleceu."
Do dinheiro que ganhava, Escadinha pegava "dez reais" e entregava o resto para sua mãe, Benedita. Sob o braço forte de dona Didi e do pai, Domingos, conta que foi um filho comportado.
"Eu tenho medo da minha mãe até hoje", diverte-se o pai de Marlon, 6, e Matheus, 3.
Na rua, no entanto, o jeito "maloqueiro" e o vocabulário repleto de gírias lhe renderam o apelido, em alusão ao famoso traficante.
"Gostando ou não, não posso mais reclamar. Até minha mãe me chama de Escadinha", conta.
Na seleção, o jogador ostenta "Sérgio" na camiseta, mas não credita o fato a uma tentativa de "melhorar" sua imagem: "A camisa veio assim, e eu nunca pedi para mudar, só isso".
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Guga perde processo milionário no Carf e diz que decisão é 'lamentável'
- Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principais
- Brady lidera maior virada da história do Super Bowl e leva Patriots à 5ª taça
- CBF quer testar uso de árbitro de vídeo no Brasileiro deste ano
- Fifa estuda usar recurso de imagem para árbitros na Copa do Mundo-18
+ Comentadas