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14/12/2003
-
08h52
DIOGO PINHEIRO
da Agência Folha, em Campinas
Para o técnico Abel Braga, eles podem ser considerados heróis. Para a diretoria ponte-pretana, são jovens, mas responsáveis. Para os torcedores, são a única esperança de manutenção do time na elite do futebol nacional.
Na partida decisiva diante do Fortaleza, neste domingo, às 16h, no Moisés Lucarelli, a Ponte Preta terá nada menos que sete dos 11 titulares formados nas categorias de base do clube. A missão dos "pratas da casa": vencer os cearenses e segurar o clube na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Em caso de empate, a Ponte terá de torcer por uma derrota do Grêmio e por um empate do Bahia. Com uma derrota, os campineiros estarão rebaixados.
No ano em que o clube amargou sua pior crise na gestão do presidente Sérgio Carnielli, com deserções de 21 atletas, atraso de salários, derrotas nos bastidores e êxodo de sua torcida, os novatos ponte-pretanos têm a responsabilidade de evitar o maior revés do clube nos últimos 16 anos.
Temendo o pior, dirigentes e comissão técnica priorizaram durante a semana um processo de "blindagem" dos jogadores.
Os novatos estão concentrados desde quinta-feira, a participação em programas de TV foi controlada, as entrevistas foram acompanhadas de perto, e a maioria dos treinos foi realizada no Moisés Lucarelli.
"Nós tentamos encarar os treinos como mais um dia de trabalho. Pedimos para que eles se concentrassem no jogo e que não se preocupassem com notícias e comentários externos", afirmou o gerente de futebol, Ronaldão.
Com a presença dos experientes Gérson, 31, Piá, 30, e Romeu, 29, a média de idade dos jogadores da Ponte é de 24 anos.
"É a hora de mostrarmos personalidade e profissionalismo. Nós sabemos de todos os problemas do clube e da nossa responsabilidade. Nessa hora, a Ponte está em primeiro lugar", afirmou o zagueiro Alan, 22.
"Eu moro aqui na Ponte faz dois anos. Todos os novatos têm muito carinho pelo clube. Ninguém quer deixar essa marca [o rebaixamento]", disse o volante Rafael Ueta, 20, que marcou o gol de empate contra o Flamengo, em uma cobrança de pênalti.
Para o técnico Abel Braga, a responsabilidade atribuída aos ´pratas da casa" não deve influenciar o rendimento do time.
"É claro que um time mais experiente tem mais equilíbrio. Neste ano, esses jogadores já enfrentaram tantas dificuldades que a inexperiência não vai pesar muito", disse o treinador, que se despede da Ponte no jogo de amanhã.
E em sua derradeira participação no comando do clube, o treinador não mudará a forma de jogar da equipe. Com os retornos do lateral Marquinhos e do zagueiro Gérson, Abel Braga manterá o esquema com três zagueiros e colocará o meia Adrianinho no lugar de Ângelo, suspenso.
A intenção do treinador é pressionar a saída de bola do Fortaleza, conseguir marcar o primeiro gol logo nos primeiros minutos de jogo e garantir o apoio dos 18.500 ponte-pretanos que devem prestigiar a partida.
"Nós vamos conseguir. Eu não tenho dúvida disso. Vai ser emocionante decidir o trabalho de 365 dias em 90 minutos", afirmou o treinador.
Para triunfar, porém, o time terá de superar problemas crônicos. Segundo o Datafolha, a Ponte tem o terceiro pior passe do torneio (78,4% de eficiência), ganhou só 42,4% dos pontos em casa e finaliza 12 vezes por jogo.
PONTE PRETA
Lauro; Luís Carlos, Gérson e Alan; Marquinhos, Romeu, Rafael Ueta, Piá e Adrianinho; Jean e Lucas.
Técnico: Abel Braga
FORTALEZA
Jéfferson; Chiquinho, Ronaldo Angelim, Fernandão e Sérgio; Dude, Dino, Richarlysson e Mazinho Loyola; Rena e Vinícius.
Técnico: Márcio Araújo
Local: estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP)
Horário: 16h
Juiz: Márcio Rezende de Freitas (SC)
Especial
Campeonato Brasileiro
Ponte Preta aposta em "pratas da casa" para seguir na Série A
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da Agência Folha, em Campinas
Para o técnico Abel Braga, eles podem ser considerados heróis. Para a diretoria ponte-pretana, são jovens, mas responsáveis. Para os torcedores, são a única esperança de manutenção do time na elite do futebol nacional.
Na partida decisiva diante do Fortaleza, neste domingo, às 16h, no Moisés Lucarelli, a Ponte Preta terá nada menos que sete dos 11 titulares formados nas categorias de base do clube. A missão dos "pratas da casa": vencer os cearenses e segurar o clube na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Em caso de empate, a Ponte terá de torcer por uma derrota do Grêmio e por um empate do Bahia. Com uma derrota, os campineiros estarão rebaixados.
No ano em que o clube amargou sua pior crise na gestão do presidente Sérgio Carnielli, com deserções de 21 atletas, atraso de salários, derrotas nos bastidores e êxodo de sua torcida, os novatos ponte-pretanos têm a responsabilidade de evitar o maior revés do clube nos últimos 16 anos.
Temendo o pior, dirigentes e comissão técnica priorizaram durante a semana um processo de "blindagem" dos jogadores.
Os novatos estão concentrados desde quinta-feira, a participação em programas de TV foi controlada, as entrevistas foram acompanhadas de perto, e a maioria dos treinos foi realizada no Moisés Lucarelli.
"Nós tentamos encarar os treinos como mais um dia de trabalho. Pedimos para que eles se concentrassem no jogo e que não se preocupassem com notícias e comentários externos", afirmou o gerente de futebol, Ronaldão.
Com a presença dos experientes Gérson, 31, Piá, 30, e Romeu, 29, a média de idade dos jogadores da Ponte é de 24 anos.
"É a hora de mostrarmos personalidade e profissionalismo. Nós sabemos de todos os problemas do clube e da nossa responsabilidade. Nessa hora, a Ponte está em primeiro lugar", afirmou o zagueiro Alan, 22.
"Eu moro aqui na Ponte faz dois anos. Todos os novatos têm muito carinho pelo clube. Ninguém quer deixar essa marca [o rebaixamento]", disse o volante Rafael Ueta, 20, que marcou o gol de empate contra o Flamengo, em uma cobrança de pênalti.
Para o técnico Abel Braga, a responsabilidade atribuída aos ´pratas da casa" não deve influenciar o rendimento do time.
"É claro que um time mais experiente tem mais equilíbrio. Neste ano, esses jogadores já enfrentaram tantas dificuldades que a inexperiência não vai pesar muito", disse o treinador, que se despede da Ponte no jogo de amanhã.
E em sua derradeira participação no comando do clube, o treinador não mudará a forma de jogar da equipe. Com os retornos do lateral Marquinhos e do zagueiro Gérson, Abel Braga manterá o esquema com três zagueiros e colocará o meia Adrianinho no lugar de Ângelo, suspenso.
A intenção do treinador é pressionar a saída de bola do Fortaleza, conseguir marcar o primeiro gol logo nos primeiros minutos de jogo e garantir o apoio dos 18.500 ponte-pretanos que devem prestigiar a partida.
"Nós vamos conseguir. Eu não tenho dúvida disso. Vai ser emocionante decidir o trabalho de 365 dias em 90 minutos", afirmou o treinador.
Para triunfar, porém, o time terá de superar problemas crônicos. Segundo o Datafolha, a Ponte tem o terceiro pior passe do torneio (78,4% de eficiência), ganhou só 42,4% dos pontos em casa e finaliza 12 vezes por jogo.
PONTE PRETA
Lauro; Luís Carlos, Gérson e Alan; Marquinhos, Romeu, Rafael Ueta, Piá e Adrianinho; Jean e Lucas.
Técnico: Abel Braga
FORTALEZA
Jéfferson; Chiquinho, Ronaldo Angelim, Fernandão e Sérgio; Dude, Dino, Richarlysson e Mazinho Loyola; Rena e Vinícius.
Técnico: Márcio Araújo
Local: estádio Moisés Lucarelli, em Campinas (SP)
Horário: 16h
Juiz: Márcio Rezende de Freitas (SC)
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