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20/12/2003
-
00h15
MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo
Em 1992, seu parceiro Clésio foi convocado para a seleção juvenil. De uma hora para outra, Emanuel se viu sozinho na areia. O jeito foi pular de dupla em dupla.
"Até perdi a conta de quantos parceiros eu tive naquele ano. Joguei com todo mundo", conta.
A "infidelidade" do início se transformou em regra na carreira do mais vitorioso jogador de vôlei de praia do planeta. Enquanto muitos jogadores reclamam do vai-e-vem, Emanuel usa a troca constante de parceria como arma.
"É como a contratação de um reforço em um time de futebol. Com cada dupla você melhora um aspecto do seu jogo", defende. "Mas a mudança tem de durar uns dois anos ou é improdutiva. Muitos usam a troca como uma jogada para conseguir alguma outra coisa, aí é um erro", fala o curitibano de 30 anos, que herdou da influência alemã do Sul do país o jeito sério e reservado.
Nos 13 anos do Circuito Nacional masculino, nove duplas levantaram o troféu. Emanuel esteve no topo do pódio cinco vezes, com três parceiros diferentes.
Ele foi o único a acumular títulos seguidos com a mesma pessoa: 1994 e 1995, com Zé Marco, e 2002 e 2003, com Ricardo.
Neste sábado, em cerimônia na etapa do Recife, que encerra a temporada, receberá o quinto troféu, conquistado de forma antecipada. Ele é também dono do maior número de pódios no Circuito Mundial: foi campeão cinco vezes.
A "promiscuidade" que faz sucesso nos circuitos masculinos não encontra eco entre as mulheres. As brasileiras Adriana Behar e Shelda são soberanas: sete títulos nacionais e cinco mundiais.
"Acho que se a dupla consegue se manter jogando em alto nível, dificilmente se desfaz", opina Ricardo, parceiro de Emanuel.
Eles decidiram começar a jogar juntos no ano passado. O objetivo: formar uma dupla capaz de buscar o ouro em Atenas-2004. Em menos de dois anos, acumulam o bi mundial e o título brasileiro desta temporada.
Além da troca de parceria --estava jogando com Tande--, Emanuel decidiu mudar sua postura para não ver a estabilidade se transformar em fracasso olímpico, como em Sydney-2000.
A eliminação nas oitavas-de-final, ao lado de Loiola, é apontada por ele como o maior fracasso de sua carreira.
"Fiquei uns dois dias sem dormir direito. Deu vontade de parar de jogar", afirma ele, que hoje também busca apoio nos ombros da namorada Leila, 32, musa da seleção nos anos 90. Ela deixou a praia neste ano para tentar ir às quadras de Atenas.
Emanuel conta que aprendeu a lidar com a pressão pelo ouro e com o estigma de que, "na hora H", o vôlei de praia do Brasil falha --em Sydney-2000, os favoritos Behar/Shelda e Zé Marco/Ricardo ficaram com a medalha de prata.
"As pessoas têm de cobrar mesmo. Nós somos os melhores do mundo, ganhamos tudo... Antes, eu fugia disso. Agora, assumo: eu sou favorito e vou provar para mim mesmo que sou o melhor".
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Soberano, Emanuel celebra "infidelidade" no vôlei de praia
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da Folha de S.Paulo
Em 1992, seu parceiro Clésio foi convocado para a seleção juvenil. De uma hora para outra, Emanuel se viu sozinho na areia. O jeito foi pular de dupla em dupla.
"Até perdi a conta de quantos parceiros eu tive naquele ano. Joguei com todo mundo", conta.
A "infidelidade" do início se transformou em regra na carreira do mais vitorioso jogador de vôlei de praia do planeta. Enquanto muitos jogadores reclamam do vai-e-vem, Emanuel usa a troca constante de parceria como arma.
"É como a contratação de um reforço em um time de futebol. Com cada dupla você melhora um aspecto do seu jogo", defende. "Mas a mudança tem de durar uns dois anos ou é improdutiva. Muitos usam a troca como uma jogada para conseguir alguma outra coisa, aí é um erro", fala o curitibano de 30 anos, que herdou da influência alemã do Sul do país o jeito sério e reservado.
Nos 13 anos do Circuito Nacional masculino, nove duplas levantaram o troféu. Emanuel esteve no topo do pódio cinco vezes, com três parceiros diferentes.
Ele foi o único a acumular títulos seguidos com a mesma pessoa: 1994 e 1995, com Zé Marco, e 2002 e 2003, com Ricardo.
Neste sábado, em cerimônia na etapa do Recife, que encerra a temporada, receberá o quinto troféu, conquistado de forma antecipada. Ele é também dono do maior número de pódios no Circuito Mundial: foi campeão cinco vezes.
A "promiscuidade" que faz sucesso nos circuitos masculinos não encontra eco entre as mulheres. As brasileiras Adriana Behar e Shelda são soberanas: sete títulos nacionais e cinco mundiais.
"Acho que se a dupla consegue se manter jogando em alto nível, dificilmente se desfaz", opina Ricardo, parceiro de Emanuel.
Eles decidiram começar a jogar juntos no ano passado. O objetivo: formar uma dupla capaz de buscar o ouro em Atenas-2004. Em menos de dois anos, acumulam o bi mundial e o título brasileiro desta temporada.
Além da troca de parceria --estava jogando com Tande--, Emanuel decidiu mudar sua postura para não ver a estabilidade se transformar em fracasso olímpico, como em Sydney-2000.
A eliminação nas oitavas-de-final, ao lado de Loiola, é apontada por ele como o maior fracasso de sua carreira.
"Fiquei uns dois dias sem dormir direito. Deu vontade de parar de jogar", afirma ele, que hoje também busca apoio nos ombros da namorada Leila, 32, musa da seleção nos anos 90. Ela deixou a praia neste ano para tentar ir às quadras de Atenas.
Emanuel conta que aprendeu a lidar com a pressão pelo ouro e com o estigma de que, "na hora H", o vôlei de praia do Brasil falha --em Sydney-2000, os favoritos Behar/Shelda e Zé Marco/Ricardo ficaram com a medalha de prata.
"As pessoas têm de cobrar mesmo. Nós somos os melhores do mundo, ganhamos tudo... Antes, eu fugia disso. Agora, assumo: eu sou favorito e vou provar para mim mesmo que sou o melhor".
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