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01/01/2004
-
08h51
da Folha de S.Paulo
Mais tradicional prova de rua do país, a São Silvestre, que na quarta-feira realizou sua 79ª edição, não dá valor ao recorde mundial. Oficializadas em 2003 pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), as melhores marcas de provas de rua ganharam o mesmo status das de pista.
Porém, com um percurso irregular e geralmente disputada sob forte calor (a chuva que caiu ontem aliviou o problema para os competidores), a São Silvestre não dá condições para os atletas conseguirem tempos expressivos.
Mesmo já tendo contado com alguns dos competidores mais badalados do circuito mundial, os tempos da prova são modestos.
Dono da melhor marca da maratona (2h04min55s), Paul Tergat, pentacampeão da São Silvestre (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000), também é o recordista da prova paulistana. Em 1995, ele fez o tempo de 43min12s. Marilson Gomes, vencedor da edição 2003 da prova masculina, cumpriu os 15 km em 43min49s.
No entanto, em nível mundial, esses tempos são fracos. O recorde da distância pertence ao queniano Félix Limo (41min29s).
Para Júlio Deodoro, coordenador da São Silvestre, a dificuldade de se obter recordes em São Paulo não irá tirar o brilho da disputa.
"Um tempo de 43 minutos em São Paulo é muito mais forte do que 41 minutos em um percurso plano. A São Silvestre é uma corrida diferente das outras. Ela não precisa desse tipo de artifício para ser promovida", crê Deodoro.
Se as marcas do masculino não são expressivas, o problema é maior no feminino. O recorde da prova é, desde 1993, da queniana Hellen Kimayio (50min26s). Margaret Okayo, a ganhadora deste ano, foi mais lenta: terminou em 51min24s. O recorde (46min57s) é da sul-africana Elana Meyer, que obteve a marca em 1991, na Cidade do Cabo.
Para facilitar a vida dos competidores, a maioria dos países promove as corridas em horários com temperatura mais amena e com um percursos planos.
Alheio a isso, Deodoro cita o período em que acontece a São Silvestre como um trunfo para a obtenção de resultados expressivos.
"O atleta sabe que, se bater o recorde em São Paulo, terminará o ano em primeiro lugar no ranking mundial", argumenta ele, que não quer fazer grandes mudanças.
"Seguimos as regras da Iaaf para que a prova seja oficial. Temos que fazer a chegada em um nível semelhante ao da largada. Não posso promover muitas alterações pensando só em recordes."
Sem isso, dificilmente a prova ganhará repercussão internacional devido a marcas importantes. Apesar disso, alguns atletas dão primazia a correr em São Paulo.
"Prefiro assim. Quando o percurso é plano, desanima. Parece que a reta não acaba", reclama Maria Zeferina Baldaia, que abandonou a prova de quarta-feira.
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Mais tradicional prova de rua do país, a São Silvestre, que na quarta-feira realizou sua 79ª edição, não dá valor ao recorde mundial. Oficializadas em 2003 pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), as melhores marcas de provas de rua ganharam o mesmo status das de pista.
Porém, com um percurso irregular e geralmente disputada sob forte calor (a chuva que caiu ontem aliviou o problema para os competidores), a São Silvestre não dá condições para os atletas conseguirem tempos expressivos.
Mesmo já tendo contado com alguns dos competidores mais badalados do circuito mundial, os tempos da prova são modestos.
Dono da melhor marca da maratona (2h04min55s), Paul Tergat, pentacampeão da São Silvestre (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000), também é o recordista da prova paulistana. Em 1995, ele fez o tempo de 43min12s. Marilson Gomes, vencedor da edição 2003 da prova masculina, cumpriu os 15 km em 43min49s.
No entanto, em nível mundial, esses tempos são fracos. O recorde da distância pertence ao queniano Félix Limo (41min29s).
Para Júlio Deodoro, coordenador da São Silvestre, a dificuldade de se obter recordes em São Paulo não irá tirar o brilho da disputa.
"Um tempo de 43 minutos em São Paulo é muito mais forte do que 41 minutos em um percurso plano. A São Silvestre é uma corrida diferente das outras. Ela não precisa desse tipo de artifício para ser promovida", crê Deodoro.
Se as marcas do masculino não são expressivas, o problema é maior no feminino. O recorde da prova é, desde 1993, da queniana Hellen Kimayio (50min26s). Margaret Okayo, a ganhadora deste ano, foi mais lenta: terminou em 51min24s. O recorde (46min57s) é da sul-africana Elana Meyer, que obteve a marca em 1991, na Cidade do Cabo.
Para facilitar a vida dos competidores, a maioria dos países promove as corridas em horários com temperatura mais amena e com um percursos planos.
Alheio a isso, Deodoro cita o período em que acontece a São Silvestre como um trunfo para a obtenção de resultados expressivos.
"O atleta sabe que, se bater o recorde em São Paulo, terminará o ano em primeiro lugar no ranking mundial", argumenta ele, que não quer fazer grandes mudanças.
"Seguimos as regras da Iaaf para que a prova seja oficial. Temos que fazer a chegada em um nível semelhante ao da largada. Não posso promover muitas alterações pensando só em recordes."
Sem isso, dificilmente a prova ganhará repercussão internacional devido a marcas importantes. Apesar disso, alguns atletas dão primazia a correr em São Paulo.
"Prefiro assim. Quando o percurso é plano, desanima. Parece que a reta não acaba", reclama Maria Zeferina Baldaia, que abandonou a prova de quarta-feira.
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