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22/02/2004 - 08h00

Chipre atrai atletas olímpicos norte-americanos e britânicos

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FÁBIO SEIXAS
da Folha de S.Paulo

A nata do esporte mundial iniciará sua aclimatação para a Olimpíada já no mês que vem. Às margens do Mediterrâneo, sob um céu claro, clima quente e seco, ouvindo grego pelas ruas.

Mas esqueça Atenas por enquanto. Em detrimento da Grécia, equipes dos EUA, da Rússia, do Reino Unido e da Holanda, entre outras potências, escolheram o Chipre para a preparação final aos Jogos, que acontecem em agosto.

O minúsculo país, uma ilha com pouco menos da metade da área de Sergipe, receberá celebridades como Marion Jones, Tim Montgomery, Dwain Chambers (atletismo), Pieter van den Hoogenband e Inge de Bruijn (natação).

"O Comitê Olímpico Britânico, por exemplo, fez sua base aqui. Pelo menos 500 britânicos, entre atletas, técnicos e dirigentes, deverão passar por nossos campos de treinamento até os Jogos", afirmou à Folha de S.Paulo Yiannis Michaelides, da LTV Sport, empresa integrante do programa "Train in Cyprus" (em inglês, treine no Chipre).

O projeto, que envolve o governo do país, é ambicioso. Pretende aproveitar a situação para firmar o Chipre como destino de atletas também após os Jogos e, assim, estabelecer um fluxo constante de visitantes --atualmente, o turismo é sazonal, e hotéis chegam a fechar as portas no inverno.

"Oferecemos uma série de vantagens. Por sermos um país turístico, temos uma boa infra-estrutura hoteleira, e a maioria da população sabe falar inglês. Ainda estamos no mesmo fuso horário de Atenas, com vôos para a Grécia a toda hora. O clima, a língua local e a cultura são idênticos. O atleta que vier pra cá chegará aos Jogos totalmente ambientado", disse Michaelides, numa cantilena que é destacada no site do programa (www.trainincyprus.com) e que é repetida pelos seus "clientes".

"Escolhemos o Chipre porque é perto de Atenas e porque o clima é o mesmo. Além disso, eles contam com boas instalações para treinamento", declarou Philip Pope, assessor do comitê britânico.

"Nosso atletismo vai para o Chipre. Os dirigentes fizeram uma seleção rigorosa e descobriram que o país será o local ideal para treinos. Fizemos aclimatações semelhantes nas últimas Olimpíadas e tivemos sucesso", completou Bob Condron, do comitê dos EUA.

A natação e o tênis da Holanda e da Suécia, o atletismo, a esgrima e o boxe da Rússia e equipes de outros 15 países, segundo os cipriotas, fizeram a mesma escolha.

Pelo tamanho reduzido e pela tradição olímpica nula --jamais conquistou uma medalha em Jogos--, a quantidade e a qualidade das instalações esportivas do Chipre provocam surpresa.

O país possui 36 praças para prática de esportes. O maior centro é Nicósia, capital do Chipre, uma cidade de 230 mil habitantes e que oferece 11 locais de treinamento para os atletas olímpicos.

O destaque é o complexo GSP, com dois campos de futebol, duas pistas de atletismo, três áreas para treinamento de arremessos, salas de imprensa, de fisioterapia, de musculação e até um setor preparado para exames antidoping.

"E o melhor de tudo é que fugiremos da confusão de Atenas, que estará correndo para finalizar as obras para os Jogos. Será ótimo escapar daquele trânsito caótico", disse Pope, talvez revelando o maior motivo para trocar a Grécia pelo Chipre --além disso, o país usa a mão inglesa (direção pelo lado direito). "Desde o início do mês já temos nadadores em Paphos (cidade litorânea de 40 mil habitantes, cercada de resorts)."

A idéia dos britânicos e dos americanos é retardar o máximo possível o envio dos atletas para a Grécia. A viagem não seria nenhum problema: o vôo entre Nicósia e Atenas leva 90 minutos.

Assim, à Grécia caberá o evento principal. Ao Chipre, a "avant-première". E, após séculos acompanhando os vizinhos construírem a história do esporte, o gostinho de "roubar" um pouco do brilho dos seus Jogos Olímpicos.
 

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