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16/04/2004 - 09h20

Paulista já desfila como filial de potência européia

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da Folha de S.Paulo

O Paulista pode estar longe de seu primeiro título. Mas está a uma assinatura de se tornar um clube europeu. Ou quase isso.

Até o final deste mês, o time de Jundiaí e o PSV, da Holanda, devem oficializar um namoro que já dura mais de seis meses.

Pela minuta, já aprovada pelo conselho de gestão do time da Philips, o PSV terá controle de 100% do futebol do Paulista. Será o primeiro clube do futebol brasileiro a virar filial de uma equipe poderosa do velho continente --os holandeses fazem parte do G14, a associação que reúne os 18 principais times da Europa.

O próximo passo será a aprovação do acordo pelo Conselho Deliberativo do Paulista, que terá que autorizar a compra de ações da Paulista Ltda. pelos europeus.

Segundo a Folha apurou, o PSV já incluiu os gastos com a parceria na programação do clube para a temporada 2004/2005.

O entusiasmo com um desfecho positivo é tamanho que Eduardo Palhares, presidente do clube, desfilou pelo prédio da Federação Paulista com um pin do PSV abotoado na lapela do paletó, logo acima do escudo do Paulista.

Durante o evento de lançamento da revista da FPF, na terça-feira à noite, a reportagem flagrou o dirigente convidando um executivo de TV para a assinatura do contrato, na Holanda.

"Estou muito otimista. O Paulista vai se tornar uma referência. Precisamos de receita, vamos nos aliar a um time rico, que quer investir", afirma Palhares.

A diferença da parceria em relação às demais firmadas por clubes brasileiros, como a do São Paulo com o inglês Manchester United, é que o PSV mandará no futebol do clube, tanto no profissional quanto nas categorias de base.

O controle será tal que haverá dois "managers" para tocar a parceria. Um na área técnica, para cuidar do campo, e outro na financeira. Os dois indicados pela Philips, provavelmente europeus.

Com o novo organograma, Palhares teria cargo diplomático, de representação do Paulista na política do futebol nacional.

Ainda faltam detalhes para a assinatura, que, segundo a carta de intenções, deve ser definida até 30 de abril. Um deles é a participação acionária do PSV (ou da Philips, gigante da indústria holandesa, que é dona do time) no Paulista Ltda., a empresa criada pelo clube para gerenciar o futebol.

O projeto, elaborado pelo professor João Paulo Medina, prevê ainda a exposição da marca Philips na camisa do Paulista --o que depende do aval da subsidiária da multinacional no Brasil.

Até a configuração do novo uniforme do clube, que precisa vencer o São Caetano por três gols de diferença para ganhar o Estadual no domingo, foi inspirado na camisa do PSV.

Questionado pela reportagem, Palhares não quis adiantar valores. "O importante é que eles vão investir pelo menos US$ 8 milhões na construção de um CT de excelência. Para tornar o Paulista viável, precisamos de uma verba anual de US$ 1 milhão."

Pela minuta, o estádio Jaime Cintra, que tem capacidade para 15.935 pessoas, não será incluído na parceria. A Philips também teria que investir um valor mínimo na modernização do estádio, que foi interditado pela Federação Paulista e não pôde abrigar a final.

O PSV, ao se tornar sócio majoritário da equipe paulista, terá direito à maior parte das vendas dos jogadores formados em Jundiaí. Também terá prioridade para contratar atletas da filial.

"Eles querem ter um clube brasileiro na primeira divisão. Se investirem aqui, têm grande chance de conseguir ter um pé na elite do maior produtor de jogador do mundo", gaba-se Palhares. O Paulista, fundado em 1909, jamais participou da Série A de um torneio nacional --em 2004, disputará a segunda divisão.

A única exigência feita pelos jundiaienses foi a manutenção do Paulista como nome do clube. Desde que nasceu, a equipe já teve seis nomes, devido às parcerias firmadas com empresas.

Além do Paulista, o futebol holandês terá dois "pés" no Brasil. O Cruzeiro está para firmar parceria com o Ajax, e o Feyernoord tem convênio com o América-MG.

Especial
  • Leia mais notícias no especial do Paulista-2004
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