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01/05/2004 - 06h28

Senna é alento contra violência na periferia de SP

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MARCUS VINÍCIUS MARINHO
da Folha de S.Paulo

"Ontem mesmo houve um tiroteio aqui do lado. Saber mais sobre o Senna é importante para as crianças perceberem que também existem muitos brasileiros bons." Nos arredores da Escola Municipal de Educação Infantil Ayrton Senna, no Jardim Miriam, na zona sul de São Paulo, a violência paira como uma sombra. Na quinta, segundo moradores, um adolescente foi alvejado em troca de tiros entre a polícia e bandidos bem na frente da escola.

A frase citada, da professora Sandra Rodrigues, 37, sobre a visita da exposição "Ayrton Senna do Brasil - Meu Sonho Não Tem Fim" a seu local de trabalho, reflete a carência de um ídolo como o tricampeão em uma das comunidades mais pobres da capital.

"Já me disseram em outras escolas que, se a gente não mostrar um exemplo como o do Ayrton, o exemplo vai ser o traficante", afirma o publicitário Alex Cardoso de Melo, 33, que preside a ONG de mesmo nome da exposição e que já realizou o evento em 35 comunidades carentes.

A mostra sobre o legado de Senna, parte das celebrações de dez anos de sua morte, foi levada ontem à escola paulistana que tem seu nome e na qual estudam 1.100 crianças de quatro a sete anos.

Na exposição, livros, revistas, material interativo, documentário, capacete, réplicas de carros de F-1 e painéis com fotos e frases do piloto têm contato com crianças que, como Éverton, 5, não tiveram oportunidade de acompanhar a carreira do piloto em vida.

"Esse é o Rubinho, tio?", diz o garoto ao ver uma foto de 92 de Senna a bordo de um McLaren.

Outros já conhecem mais sobre a vida do piloto. "Ele não namorou a Xuxa?", pergunta Caíco, 6. "Minha mãe foi no cemitério dele", diz Bárbara, da mesma idade.

A escola por si só já é um tributo à memória de Senna. Antes chamada EMEI Jardim Miriam, foi renomeada em homenagem ao piloto no ano de sua morte. Um desenho em grafite de Senna agora figura na parede da instituição, bem como um retrato do tricampeão sobre a porta da direção.

A maior parte das crianças, porém, nem sabia quem havia sido o patrono da escola antes da mostra.

A ONG "Meu Sonho Não Tem Fim" foi fundada por Melo em 97, tendo por base a idolatria do publicitário pelo piloto e por objetivo a difusão do legado e da carreira de Senna a crianças carentes sem idade para tê-lo conhecido.

"Decidi fazer isso numa festinha do meu filho de cinco anos. Ele estava com alguns coleguinhas e vestia uma camiseta com o S do Senna. As crianças perguntavam por que S, se o nome do meu filho começa com G. Fiquei indignado ao ver que essa nova geração nada conhece dele", diz Melo, que planeja construir um asilo e uma creche em memória de Senna.

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