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15/06/2004 - 00h04

Só Guga assegura vaga entre os tenistas brasileiros em Atenas-04

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ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo

Inflado por verba da Lei Piva nos últimos anos e abalado por uma polêmica institucional em 2004, o tênis brasileiro perdeu representatividade olímpica. Só Gustavo Kuerten, 24º do ranking de entradas, tem vaga assegurada nos Jogos de Atenas, em agosto. A classificação olímpica pelo ranking foi definida pela lista divulgada nesta segunda pela ATP.

Em Sydney-00, o país contou com quatro tenistas. Além de Guga (simples e duplas), Jaime Oncins, Vanessa Menga e Joana Cortez atuaram no torneio de duplas.

No torneio individual, os 48 primeiros colocados do ranking irão à Grécia. Cada país leva, no máximo, quatro tenistas de simples.

Esse critério abriu a possibilidade de Nicolas Escude, 58º da tabela, ficar com a quarta vaga francesa. Por outro lado, tirou da disputa por medalha o norte-americano Taylor Dent, 31º da lista.

Para o Brasil colocar Flávio Saretta, seu segundo tenista, na Olimpíada, será necessário a desistência de dez competidores. O paulista é o atual 75º do ranking. "Acredito que é com ele que temos mais chance de obter outra vaga olímpica", diz Carlos Alberto Martelotte, superintendente da Confederação Brasileira de Tênis.

Nas duplas masculinas, as chances são mais remotas. André Sá, em 70º lugar, é o melhor brasileiro. Saretta é o 132º colocado.

Apenas as 24 duplas melhores ranqueadas obtêm vaga diretamente. O resto é preenchido por convites. "Mas o COB não aceita convites", lamenta o dirigente.

Entre as mulheres, a situação é pior. Ninguém ganhou vaga pelo ranking. A melhor brasileira é Maria Fernanda Alves, que está em 217º lugar na classificação da WTA, a entidade que controla o tênis feminino. Nas duplas, as chances também não são boas. Maria Fernanda está em 190º lugar, e Joana Cortez, a segunda melhor do país, é a 222ª colocada.

"É necessário saber quantas duplas cada país inscreveu, mas acredito que será difícil [obter vaga]", afirma Martelotte, lembrando que a lista de inscritos será divulgada pela Federação Internacional de Tênis na quinta-feira.

Para ele, os critérios da FIT dificultaram a classificação olímpica. Cada país pode ter até duas duplas em Atenas, com um máximo de seis tenistas nos dois torneios.

"A mudança no regulamento fez o torneio ganhar nível técnico, mas ficou complicado conseguir uma vaga", analisa Martelotte.

A má atuação do feminino atinge diretamente a CBT, que montou uma estratégia para assegurar vaga para as mulheres nos Jogos.

Depois do Pan-03, animada com o ouro da dupla Cortez/Bruna Colósio, a CBT financiou viagens das brasileiras para disputar torneios no exterior. Além das duas, Maria Fernanda, Carla Tiene, Letícia Sobral e Larissa Carvalho puderam atuar fora do país. Para isso, a CBT usou recursos da Lei Piva, que destina parte da arrecadação das loterias da Caixa ao esporte olímpico e paraolímpico.

"O feminino não tem os mesmos recursos do masculino. Por isso, a confederação teve que investir", afirma o dirigente.

Em 2003, a CBT recebeu cerca de R$ 1 milhão em verbas da Lei Piva. Neste ano, a previsão é que ganhe R$ 800 mil.

Além da perda de arrecadação, a entidade vive grave crise institucional. Guga liderou um boicote à Davis enquanto Nelson Nastás for presidente da entidade.

O dirigente prometeu deixar o cargo antes do fim do mandato, em dezembro. Mas, até agora, não foi marcada a data da eleição.

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