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22/06/2004 - 00h25

Técnico do Santo André usa técnicas motivacionais

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MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo

Mais do que a prancheta, Péricles Chamusca usa a psicologia para transformar o Santo André em sensação da Copa do Brasil.

Segundo os jogadores, as técnicas motivacionais foram os principais trunfos do treinador para levar o time à decisão, a partir de quarta-feira, contra o Flamengo.

Enaltecido pelos atletas, Chamusca não teme a fama de "vice" caso aconteça um final infeliz para ele, a exemplo do que ocorreu em 2002, com o Brasiliense.

"Se for para chegar à final dez vezes com um time intermediário, é sinal de que existe um bom trabalho sendo feito", afirma o treinador, de 38 anos.

Naquele ano, a equipe perdeu o título para o Corinthians, em uma decisão que foi marcada por erros decisivos do árbitro Carlos Eugênio Simon, que favoreceram o clube da capital paulista.

Agora o adversário da final é novamente um clube de massa, em mais uma das coincidências que o próprio treinador aponta nas duas campanhas.

"Com o Brasiliense, eu também assumi o time nas quartas-de-final da competição. Além disso, lá eu também tinha um jogador que já havia trabalhado comigo no Vitória e que era o capitão da equipe", diz Chamusca, referindo-se ao volante Gil Baiano.

No Santo André, o treinador conta com o defensor Dedimar. "Os dois foram uma alavanca importante para o meu trabalho, pois passaram confiança aos outros jogadores a respeito da minha filosofia", afirma.

Já as diferenças entre as duas campanhas, segundo Chamusca, estariam ligadas ao lado psicológico das equipes.

"Nosso caminho no Santo André foi muito mais espinhoso. Peguei um time que não ganhava havia cinco jogos, perdera sete jogadores e que ainda havia perdido 12 pontos na Série B", afirma, referindo-se à decisão da Justiça Desportiva, devido a escalações irregulares de dois jogadores na segunda divisão do Nacional: a equipe ocupa a última posição.

A reestruturação de corações e mentes foi o primeiro desafio de Chamusca. "Era preciso fazer o time acreditar que tinha potencial para se superar", disse.

A solução encontrada por ele foi o uso de vídeos motivacionais, como documentários sobre Ayrton Senna e sobre atletas paraolímpicos. O resultado é aprovado pelos atletas da equipe.

"A chegada dele melhorou muito os ânimos do time, que não vinha numa fase boa. Ele está mais para um "paizão", mas sabe cobrar quando é necessário", afirmou o volante Ramalho, 23.

O trabalho vem dando resultado: o time chega à final da Copa do Brasil com o melhor ataque da competição, com 22 gols.

Nada mal para um técnico que surgiu em 1995, aos 29 anos, como o treinador mais jovem da primeira divisão do Brasil, comandando o Vitória, que acabou campeão baiano naquele ano.

O começo precoce se deveu à aprovação no vestibular, ao mesmo tempo em que a carreira como jogador, passando dos juniores aos profissionais, parecia incerta. "O Vitória parecia querer me emprestar, e, como eu achei que as coisas não estavam indo como eu queria, fui estudar educação física", afirma.

Hoje, diante do seu segundo desafio nacional, Chamusca diz acreditar no potencial do time. "Existe um favoritismo, mas vejo uma capacidade de quebrar essa vantagem do Flamengo", diz o treinador, que tem contrato com o Santo André até setembro, quando termina a fase classificatória da Série B. "Nosso time não tem estrelas, tem personalidade", declarou o treinador.

Especial
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