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23/06/2004
-
08h00
FÁBIO VICTOR
da Folha de S.Paulo
"Sr. Jairo, por que o São Cae..." Antes que a pergunta seja concluída, o presidente do clube, Jairo Livolis, repara a gafe do repórter: "Santo André".
Nesta quarta, na primeira final da Copa do Brasil, às 21h45, no Parque Antarctica, o time presidido por Livolis joga por duas façanhas: bater o Flamengo e se livrar do espectro do vizinho do ABC paulista.
Quase todos no Santo André convivem com a sina de explicar que é lá, e não no São Caetano, que trabalham. "O pessoal da minha família sempre vem perguntar: 'E o São Caetano, como é que está?'. Fico até sem graça, às vezes nem me dou ao trabalho de corrigir", conta o zagueiro Alex.
O goleiro Júnior fala que sempre que viaja para Pimenta (MG), onde seu pai tem parentes, tem de esclarecer a confusão. "Todo mundo lá quer saber se estou satisfeito no São Caetano. Só melhorou um pouco depois que eliminamos o Atlético-MG [na segunda fase da Copa do Brasil]."
Motivos não faltam para embaralhar. As semelhanças são enormes: representam cidades conjugadas, são amparados pela prefeitura, têm santos no nome, jogam de azul e branco, têm torcidas acanhadas, trocam atletas com freqüência e, talvez o mais significativo, são emergentes da bola.
Mais velho que o São Caetano (36 anos contra 14), o Santo André só agora surpreende o Brasil, quatro anos depois do co-irmão. O desequilíbrio só ajuda a explicar o desejo do finalista da Copa do Brasil de "exorcizar" o vizinho.
"Cada um tem seu espaço. O São Caetano conseguiu o dele e já é um clube grande. O Santo André tem que seguir o caminho, mas sendo o Santo André", afirma o volante Ramalho.
"Tenho consciência de que é fácil confundir os dois. Como é fácil confundir o meu nome com o do presidente do São Caetano. O meu é Jairo, o dele é Nairo [Ferreira]. É um troca-troca danado", diz o presidente Livolis, cuja profissão acentua a simbiose entre os clubes.
Ele é dono da confecção Scudetto & Squadra, que produz material esportivo para marcas famosas, entre elas a Rhumell, fornecedora do Santo André, e a Wilson, que veste o São Caetano.
Mesmo ciente de tanta coincidência, o cartola, há 12 anos no comando do clube, mostra desconforto com a situação. "Santo André é Santo André, São Caetano é São Caetano. Cada um tem sua vida e suas particularidades."
A maior disparidade está na estrutura e nas finanças. Enquanto o Santo André tem uma folha salarial de R$ 250 mil, a do São Caetano passa de R$ 1 milhão.
"A infra-estrutura daqui é boa, mas a do São Caetano é ainda maior e melhor", avalia Gabriel, zagueiro do "Azulão" que está emprestado ao "Ramalhão".
O zagueiro e capitão Dedimar vai além: "Até eu queria jogar no São Caetano, pela estrutura deles. É o melhor elenco do Brasil."
"O Santo André tenta trilhar o mesmo caminho, mas não tem o mesmo investidor", completa Dedimar, aludindo ao suposto patrocínio das Casas Bahia, apontado por muitos como a chave do sucesso do São Caetano, mas negado pela empresa e pelo clube.
Para o jogo desta quarta, o Flamengo poderá ficar sem o meia Felipe, que sentiu dores na coxa esquerda e foi vetado do treino de terça. Douglas Silva, também com dores musculares, foi outro que foi poupado.
Com os desfalques, o técnico Abel Braga colocou Athirson e Julio Moraes no meio-campo, completado por Ibson e Da Silva.
SANTO ANDRÉ
Júlio César; Da Guia, Gabriel, Alex e Romerito; Dirceu, Dedimar, Ramalho e Elvis; Sandro Gaúcho e Osmar
Técnico: Péricles Chamusca
FLAMENGO
Júlio César; Reginaldo Araújo, André Bahia, Fabiano Eller e Roger; Da Silva, Douglas (Julio Moraes), Ibson e Jean; Felipe (Athirson) e Negreiros (Diogo)
Técnico: Abel Braga
Local: estádio do Parque Antarctica, em São Paulo
Horário: 21h45
Juiz: Wilson de Souza Mendonça (PE)
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Santo André joga por identidade na decisão da Copa do Brasil
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da Folha de S.Paulo
"Sr. Jairo, por que o São Cae..." Antes que a pergunta seja concluída, o presidente do clube, Jairo Livolis, repara a gafe do repórter: "Santo André".
Nesta quarta, na primeira final da Copa do Brasil, às 21h45, no Parque Antarctica, o time presidido por Livolis joga por duas façanhas: bater o Flamengo e se livrar do espectro do vizinho do ABC paulista.
Quase todos no Santo André convivem com a sina de explicar que é lá, e não no São Caetano, que trabalham. "O pessoal da minha família sempre vem perguntar: 'E o São Caetano, como é que está?'. Fico até sem graça, às vezes nem me dou ao trabalho de corrigir", conta o zagueiro Alex.
O goleiro Júnior fala que sempre que viaja para Pimenta (MG), onde seu pai tem parentes, tem de esclarecer a confusão. "Todo mundo lá quer saber se estou satisfeito no São Caetano. Só melhorou um pouco depois que eliminamos o Atlético-MG [na segunda fase da Copa do Brasil]."
Motivos não faltam para embaralhar. As semelhanças são enormes: representam cidades conjugadas, são amparados pela prefeitura, têm santos no nome, jogam de azul e branco, têm torcidas acanhadas, trocam atletas com freqüência e, talvez o mais significativo, são emergentes da bola.
Mais velho que o São Caetano (36 anos contra 14), o Santo André só agora surpreende o Brasil, quatro anos depois do co-irmão. O desequilíbrio só ajuda a explicar o desejo do finalista da Copa do Brasil de "exorcizar" o vizinho.
"Cada um tem seu espaço. O São Caetano conseguiu o dele e já é um clube grande. O Santo André tem que seguir o caminho, mas sendo o Santo André", afirma o volante Ramalho.
"Tenho consciência de que é fácil confundir os dois. Como é fácil confundir o meu nome com o do presidente do São Caetano. O meu é Jairo, o dele é Nairo [Ferreira]. É um troca-troca danado", diz o presidente Livolis, cuja profissão acentua a simbiose entre os clubes.
Ele é dono da confecção Scudetto & Squadra, que produz material esportivo para marcas famosas, entre elas a Rhumell, fornecedora do Santo André, e a Wilson, que veste o São Caetano.
Mesmo ciente de tanta coincidência, o cartola, há 12 anos no comando do clube, mostra desconforto com a situação. "Santo André é Santo André, São Caetano é São Caetano. Cada um tem sua vida e suas particularidades."
A maior disparidade está na estrutura e nas finanças. Enquanto o Santo André tem uma folha salarial de R$ 250 mil, a do São Caetano passa de R$ 1 milhão.
"A infra-estrutura daqui é boa, mas a do São Caetano é ainda maior e melhor", avalia Gabriel, zagueiro do "Azulão" que está emprestado ao "Ramalhão".
O zagueiro e capitão Dedimar vai além: "Até eu queria jogar no São Caetano, pela estrutura deles. É o melhor elenco do Brasil."
"O Santo André tenta trilhar o mesmo caminho, mas não tem o mesmo investidor", completa Dedimar, aludindo ao suposto patrocínio das Casas Bahia, apontado por muitos como a chave do sucesso do São Caetano, mas negado pela empresa e pelo clube.
Para o jogo desta quarta, o Flamengo poderá ficar sem o meia Felipe, que sentiu dores na coxa esquerda e foi vetado do treino de terça. Douglas Silva, também com dores musculares, foi outro que foi poupado.
Com os desfalques, o técnico Abel Braga colocou Athirson e Julio Moraes no meio-campo, completado por Ibson e Da Silva.
SANTO ANDRÉ
Júlio César; Da Guia, Gabriel, Alex e Romerito; Dirceu, Dedimar, Ramalho e Elvis; Sandro Gaúcho e Osmar
Técnico: Péricles Chamusca
FLAMENGO
Júlio César; Reginaldo Araújo, André Bahia, Fabiano Eller e Roger; Da Silva, Douglas (Julio Moraes), Ibson e Jean; Felipe (Athirson) e Negreiros (Diogo)
Técnico: Abel Braga
Local: estádio do Parque Antarctica, em São Paulo
Horário: 21h45
Juiz: Wilson de Souza Mendonça (PE)
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