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30/06/2004
-
00h38
ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo
Cinco anos depois de ter sido flagrado no antidoping, Jerome Young, 27, foi condenado a dois anos de suspensão --a punição terminou em 25 de junho de 2001.
Nesta terça, a Corte de Arbitragem do Esporte, em Lausanne (Suíça), deu ganho de causa à Iaaf (entidade que comanda o atletismo), que pedia a revisão do julgamento.
"Estamos satisfeitos que um caso que começou em 1999 possa agora ser finalizado. É importante mostrar que quem for pego no doping será punido de acordo com as regras", disse Lamine Diack, presidente da entidade.
Apto a competir, Young deve disputar as seletivas norte-americanas para os Jogos de Atenas, que serão em Sacramento (Califórnia), entre 9 e 18 de julho.
O velocista tem grande chance de obter vaga nos 400 m. No ano passado, ganhou a prova no Mundial de Paris. Não bastasse isso, Calvin Harrison, um de seus maiores rivais, é suspeito de doping e pode nem entrar na pista.
Como ele, outros competidores de ponta estão sendo investigados. Os principais nomes são o casal Marion Jones e Tim Montgomery, as duas maiores estrelas do atletismo norte-americano. Marion Jones conquistou cinco medalhas --três de ouro-- nos Jogos de Sydney-00. Montgomery é o atual recordista dos 100 m.
Mesmo podendo correr, Young lamentou a decisão da corte. "Estou decepcionado. Acredito que a sentença é fundamentalmente injusta. Fui liberado por um tribunal com três árbitros independentes, que refletiu sobre o caso antes deles e concluiu que a USATF (Federação de Atletismo dos EUA) falhou ao tentar provar o doping", disse Young, em um comunicado divulgado nesta terça.
O velocista teve exame antidoping positivo para norandrosterona em 26 de junho de 1999.
A substância encontrada é o resultado da metabolização da nandrolona, um esteróide anabólico, no organismo. A droga aumenta a força e a potência musculares.
Para provar inocência, Young utilizou dois exames a que havia se submetido, nos dias 12 de junho e 2 de julho, que tiveram resultado negativo. A alegação --incomum para casos de doping-- foi aceita pelo tribunal.
Liberado para competir, Jerome Young integrou a equipe norte-americana de revezamento 4 x 400 m que ganhou o ouro nos Jogos de Sydney-00. Apesar da punição retroativa, a corte não opinou sobre o destino da medalha.
"O tribunal não afirma que, com as circunstâncias desse caso, o resultado deva ser esse [cassação da medalha]", diz a sentença, que transfere essa responsabilidade para a Iaaf ou para o COI (Comitê Olímpico Internacional).
Consultada pela Folha, a federação de atletismo divulgou que irá analisar as marcas de Young entre 1999 e 2001 e anulá-las. Já o COI disse que espera uma deliberação da Iaaf antes de decidir o que fazer. Se os EUA forem punidos, a Nigéria herdará o ouro.
Especial
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre doping no atletismo
Doping pune velocista dos EUA, mas não o tira da corrida pelo ouro olímpico
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da Folha de S.Paulo
Cinco anos depois de ter sido flagrado no antidoping, Jerome Young, 27, foi condenado a dois anos de suspensão --a punição terminou em 25 de junho de 2001.
Nesta terça, a Corte de Arbitragem do Esporte, em Lausanne (Suíça), deu ganho de causa à Iaaf (entidade que comanda o atletismo), que pedia a revisão do julgamento.
"Estamos satisfeitos que um caso que começou em 1999 possa agora ser finalizado. É importante mostrar que quem for pego no doping será punido de acordo com as regras", disse Lamine Diack, presidente da entidade.
Apto a competir, Young deve disputar as seletivas norte-americanas para os Jogos de Atenas, que serão em Sacramento (Califórnia), entre 9 e 18 de julho.
O velocista tem grande chance de obter vaga nos 400 m. No ano passado, ganhou a prova no Mundial de Paris. Não bastasse isso, Calvin Harrison, um de seus maiores rivais, é suspeito de doping e pode nem entrar na pista.
Como ele, outros competidores de ponta estão sendo investigados. Os principais nomes são o casal Marion Jones e Tim Montgomery, as duas maiores estrelas do atletismo norte-americano. Marion Jones conquistou cinco medalhas --três de ouro-- nos Jogos de Sydney-00. Montgomery é o atual recordista dos 100 m.
Mesmo podendo correr, Young lamentou a decisão da corte. "Estou decepcionado. Acredito que a sentença é fundamentalmente injusta. Fui liberado por um tribunal com três árbitros independentes, que refletiu sobre o caso antes deles e concluiu que a USATF (Federação de Atletismo dos EUA) falhou ao tentar provar o doping", disse Young, em um comunicado divulgado nesta terça.
O velocista teve exame antidoping positivo para norandrosterona em 26 de junho de 1999.
A substância encontrada é o resultado da metabolização da nandrolona, um esteróide anabólico, no organismo. A droga aumenta a força e a potência musculares.
Para provar inocência, Young utilizou dois exames a que havia se submetido, nos dias 12 de junho e 2 de julho, que tiveram resultado negativo. A alegação --incomum para casos de doping-- foi aceita pelo tribunal.
Liberado para competir, Jerome Young integrou a equipe norte-americana de revezamento 4 x 400 m que ganhou o ouro nos Jogos de Sydney-00. Apesar da punição retroativa, a corte não opinou sobre o destino da medalha.
"O tribunal não afirma que, com as circunstâncias desse caso, o resultado deva ser esse [cassação da medalha]", diz a sentença, que transfere essa responsabilidade para a Iaaf ou para o COI (Comitê Olímpico Internacional).
Consultada pela Folha, a federação de atletismo divulgou que irá analisar as marcas de Young entre 1999 e 2001 e anulá-las. Já o COI disse que espera uma deliberação da Iaaf antes de decidir o que fazer. Se os EUA forem punidos, a Nigéria herdará o ouro.
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