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25/07/2004 - 07h30

Ineditismo marca a final entre Brasil e Argentina na Copa América

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FERNANDO MELLO
da Folha de S.Paulo, em Lima (PER)

A primeira final Brasil x Argentina da história. A primeira decisão de 9 dos 11 titulares da seleção B. O primeiro clássico sul-americano de sete deles. O ineditismo é a marca do duelo que definirá quem é a melhor equipe da América Latina, neste domingo, às 17h, em Lima.

O antes desacreditado time reserva de Carlos Alberto Parreira encontrará no estádio Nacional um adversário que enfrenta uma das piores crises de sua história. E, diante de um rival que não ganha um título de expressão há 11 anos, pode quebrar paradigmas e dar novas conquistas ao já vencedor currículo de seu técnico.

Com uma vitória neste domingo, o Brasil será a primeira seleção a conquistar a Copa América com um time reserva. Também se verá livre do fantasma que representa a ausência de Ronaldo. Desde que o artilheiro surgiu para o futebol mundial, em 1994, o time não sabe o que é uma taça quando seu maior expoente não está no grupo.

Com Ronaldo, o Brasil ganhou duas Copas do Mundo --1994 (era reserva) e 2002-- e duas Copas América (1997 e 1999). Sem ele, acumulou fiascos, o mais simbólico deles na edição passada do torneio continental (2001), quando foi eliminado por Honduras.

O triunfo contra a equipe A da Argentina também terá gosto especial para Parreira. Até o torneio no Peru, a performance dele na Copa América era pífia --tinha aproveitamento de 46% e enfrentou crises após as edições de 1983 e de 1993. Seria também o primeiro título da nova era Parreira.

Com a eventual conquista, o treinador, que pediu a seus atletas que se divirtam diante dos maiores rivais, ainda veria selado o sucesso de sua opção de risco para a Copa América --com aval do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, deixou todos os titulares em férias e apostou no que chama de "geração da Copa-2010".

"Temos que ter objetivos na vida. O nosso era observar, pensar no futuro. As pessoas têm que enxergar um palmo além do nariz. Com o título ou não, foi bom para todo mundo. Para mostrar que nossa filosofia não tem nada de errado", disse o treinador.

Para 9 dos 11 titulares hoje, a decisão da Copa América será a primeira chance de dar a volta olímpica com a camisa da seleção. Apenas Alex, que ganhou a competição em 1999, e Kleberson, pentacampeão em 2002, já ergueram um troféu pelo Brasil.

Alex, que ganhou a confiança de Parreira, terá a chance de levantar a taça pela primeira vez como capitão da seleção. "Já tive o privilégio quatro vezes com o Cruzeiro. Quero sentir o gosto na seleção. Não precisa de treino nem dói. É só perguntar para o Cafu se ele quer continuar levantando."

Dos 11 atletas que enfrentaram o Uruguai na semifinal, só quatro já viveram o desafio de pegar o arquiinimigo. "Sempre pensei como seria meu primeiro Brasil x Argentina. Está chegando, e sei que temos grandes chances de vencer", disse o volante Renato.

A final inesperada, a primeira "pura" entre os dois países na Copa América (antes decidiram só em jogos extras ou em pontos corridos), é motivo de festa para a Confederação Sul-Americana e para a Traffic, que montaram a tabela para ver Brasil x Peru hoje.

Na decisão do ineditismo, a avaliação geral é que apenas um time tem a perder. O próprio presidente da Associação de Futebol Argentino, Júlio Grondona, disse que não tem saída: se vencer, ganhou do time B; se perder, não volta a Buenos Aires.

Mas o antes desacreditado Brasil, que se dizia satisfeito só em revelar talentos, quer mais. Quer fazer história e carimbar em Parreira a certeza de que a equipe B poderia ser A. Um time de primeira.

BRASIL
Júlio César; Maicon, Luisão, Juan e Gustavo Nery; Kleberson, Renato e Edu; Alex, Luis Fabiano e Adriano
Técnico: Carlos Alberto Parreira

ARGENTINA
Abbondanzieri; Zanetti, Coloccini, Heinze e Sorin; Mascherano, Ayala e Luis González; Delgado, Tevez e Kily González
Técnico: Marcelo Bielsa

Local: Estádio Nacional, em Lima (Peru), às 17h, na Globo
Juiz: Carlos Amarilla (PAR)

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