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29/08/2004 - 07h00

Após calmaria, Grécia fecha os Jogos com "bacanal"

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da Agência Folha

A Grécia venceu. Sob a desconfiança do mundo, o berço dos Jogos e da cultura ocidental correu contra o relógio e entregou tudo a tempo para a primeira Olimpíada do século 21. O esquema de segurança, tão questionado pelos norte-americanos, foi muito mais eficaz em Atenas que o fiasco de Atlanta, em 1996. Só o público não apareceu.

Mesmo assim, os gregos têm o que comemorar neste domingo, a partir das 21h15 (15h15 em Brasília), na cerimônia de encerramento do 28º Jogos Olímpicos da Era Moderna. "Ela [a cerimônia] será um bacanal divertido", indicou o diretor artístico Dimistris Papaioannou, que também foi o responsável pela bem sucedida cerimônia de abertura, que bateu todos os recordes de audiência da TV mundial.

"Será um pouco como a festa que fazemos quando um grupo de pessoas se senta à mesa para comer, todos juntos."

"Enquanto a cerimônia de abertura teve um caráter espiritual, o encerramento será uma festa em que vamos afrouxar o nó das gravatas. Se abertura teve um 'início apolônio' (em referência ao antigo deus Apolo), o encerramento terá um elemento 'bacanal' [das festas do deus do vinho, Baco]."

Protestos

Centenas de pessoas saíram em passeata pelas ruas de Atenas na sexta para protestar contra a visita de Colin Powell e contra a política americana para o Iraque. Os manifestantes desejavam seguir até a embaixada americana, mas a rota foi interrompida por centenas de homens da tropa de choque.

O secretário de Estado americano acabou cancelando a viagem que faria à Grécia para acompanhar o encerramento dos Jogos. Uma nota divulgada em Washington informou que Powell cancelou a visita por "pressões do trabalho". Não foi feita nenhuma menção aos protestos em Atenas.

Calmaria

Com exceção dos protestos contra a presença de Powell, as duas semanas de Jogos aconteceram em um cenário mais cor-de-rosa do que os próprios organizadores do esquema de segurança previam. Não houve mais nenhum caso grave de distúrbio até o momento.

Pode-se creditar o bom resultado ao US$ 1,5 bilhão gasto em segurança para Atenas-2004 --valor recorde. Câmeras, microfones, vigilância ostensiva (polícia e Exército), cooperação de agentes de outros países e diversas outras medidas para inibir atentados.

Não era só paranóia. Esta é a primeira edição dos Jogos Olímpicos desde o 11 de Setembro, o que contribuiu para um clima de incerteza. Atenas criou um ambiente hostil para terroristas, sejam estrangeiros ou anarquistas locais --que, para chamar atenção para suas causas, costumavam estourar bombas caseiras em frente a prédios públicos.

Os principais casos envolvendo segurança em Olimpíadas aconteceram na segunda semana de competição. Em Atlanta-96, uma bomba explodiu no Parque Centenário no nono dia de Jogos. Em Munique-72, terroristas palestinos tomaram por reféns atletas israelenses após dez dias de competição. Atenas-04 entrou hoje no seu último dia de competições.

Brasil

O maior atleta da natação do Brasil será o porta-bandeira da delegação no desfile de encerramento. Gustavo Borges, 31, que anunciou sua aposentadoria em Atenas, ficou na Grécia nesta semana só torcendo pelos atletas brasileiros que ficaram em disputa.

"Assisti a muita coisa. Gosto bastante de vôlei. Talvez até eu consiga uma vaga como meio-de-rede dessa seleção masculina. Também vi o Torben Grael ganhar uma medalha na vela e se distanciar de mim."

Borges e o velejador, que carregou a bandeira na cerimônia de abertura, dividiam até antes de Atenas o posto de esportista mais premiado do país nos Jogos, com quatro pódios cada um. Torben conquistou mais um ouro nesta edição.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a cerimônia de abertura
  • Leia mais notícias no especial dos Jogos Olímpicos-2004
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