29/08/2004 - 17h10

"Alvos da guerra" são aplaudidos, e norte-americanos recebem vaia

da Folha Online

Alvos americanos nas guerras que marcaram o mandato do presidente norte-americano George W. Bush, afegãos e iraquianos foram recebidos com entusiasmo durante os 16 dias de disputa dos Jogos Olímpicos em Atenas.

Ao contrário dos países atingidos pela chamada "Guerra contra o Terrorismo", muitos dos atletas que representaram os Estados Unidos despertaram antipatia aos espectadores da Olimpíada desde o primeiro dia de competição.

A primeira percepção de que norte-americanos não seriam recebidos com aplausos em muitas das ocasiões aconteceu logo na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, quando a delegação foi vaiada em pleno Estádio Olímpico. No mesmo desfile, iraquianos e afegãos entraram ovacionados pelos que assistiam ao evento.

Antes dos Jogos, os atletas da delegação norte-americana chegaram a receber instruções para não agitarem a bandeira de seu país após as conquistas de medalha nos Jogos, mas em nenhum momento foram alvo de polêmicas durante a competição.

Um dos principais marcos da Olimpíada de Atenas foi a participação iraquiana no torneio de futebol. Surpresa da competição, o time do Iraque chegou às semifinais da competição, mas acabou sem medalha após ser derrotado pela Itália na disputa do bronze.

Contrário à inserção de imagens de atletas iraquianos na campanha presidencial de George W. Bush, o técnico do Iraque, Adnan Haman, chegou a criticar a publicidade utilizada pelo atual presidente dos Estados Unidos.

"Você não pode falar que esse time representa a liberdade. Nós não temos liberdade no Iraque, temos uma força de ocupação. Essa é uma de nossas épocas mais infelizes. Liberdade é apenas uma palavra para a mídia. Vivemos tempos difíceis, sob ocupação", afirmou.

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