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29/08/2004 - 17h10

Brasil faz melhor Olimpíada da história e justifica investimento e delegação recorde

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da Folha Online

A medalha de ouro da seleção masculina de vôlei salvou o desempenho da maior delegação brasileira já enviada a uma Olimpíada --247 atletas do país disputaram os Jogos de Atenas, 42 a mais do que em Sydney-2000. Com a conquista, o país subiu ao lugar mais alto do pódio quatro vezes na Grécia, recorde histórico, superando os três ouros de Atlanta-1996, e justificou o aporte de recursos públicos de proporções inéditas.

Graças à Lei Piva, que destina verba das loterias ao esporte, federações esportivas brasileiras receberam injeção de R$ 163 milhões nos últimos três anos, cifra recorde.

Apesar de o número total de medalhas brasileiras ter sofrido regressão pela segunda vez consecutiva --foram dez no total na capital grega, contra 12 de Sydney e 15 de Atlanta--, o avanço qualitativo dá motivos de comemoração ao Brasil, principalmente após as decepções colhidas na Austrália, quando não foi conquistada nenhuma medalha de ouro.

O desempenho colocou o Brasil na 18ª colocação geral no quadro de medalhas, a melhor desde os Jogos de Moscou-1980, quando foi 17º. Apesar de ter tido menos medalhas na ex-União Soviética, o país foi beneficiado na classificação devido ao grande boicote sofrido pela Olimpíada por causa da Guerra Fria.

Na capital grega, o primeiro campeão nacional foi o iatista Robert Scheidt, um dos que buscavam redenção depois da Olimpíada australiana. Ouro em Atlanta-96 e prata em Sydney (perdeu o primeiro lugar na última regata), o atleta conquistou o bi e foi o primeiro a igualar o triplista Adhemar Ferreira da Silva --ouro em Helsinque-1952 e Melbourne-1956.

Em seguida, mais um vice-campeão conseguiu a recuperação. Ao lado de Emanuel, Ricardo venceu os espanhóis Javier Bosma e Pablo Herrera por 2 sets a 0 na decisão e garantiu o primeiro ouro masculino do Brasil no vôlei de praia em Olimpíadas, consolidando a hegemonia que já era registrada no Circuito Mundial.

Do mar veio mais uma conquista. Torben Grael e Marcelo Ferreira, ambos ouro em Atlanta e bronze em Sydney, na classe star da vela, e também ingressaram no rol dos bicampeões. Para Torben, a medalha teve ainda mais valor. Ele se tornou o maior medalhista brasileiro de todos os tempos, acumulando no total dois ouros, uma prata e dois bronzes. Com o quinto pódio, ele passou a figurar também como o iatista com maior número de pódios olímpicos em todo o mundo.

Neste domingo, na decisão do vôlei masculino, a seleção brasileira confirmou seu favoritismo e o status de melhor time do mundo com uma vitória por 3 sets a 1 sobre a Itália, repetindo o ouro de Barcelona-1992. Dois jogadores integraram os dois grupos e receberam a segunda medalha de ouro: o levantador Maurício e o atacante Giovane.

Além dos ouros, o Brasil conseguiu também três pratas, com Adriana Behar e Shelda, no vôlei de praia, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, no concurso individual de saltos do hipismo, e com a seleção feminina de futebol, que perdeu na final para os EUA.

Vieram ainda três bronzes, o último deles na prova derradeira dos Jogos. Vanderlei Cordeiro de Lima ficou em terceiro na maratona, apesar de ter sido agarrado por um espectador e perdido muito tempo na altura do km 32, quando liderava a prova. Os outros dois foram conquistados no judô, com o leve Leandro Guilheiro e o meio-médio Flávio Canto.

Outro ponto negativo na campanha brasileira em Atenas foi o retrocesso no número de modalidades premiadas. Na Grécia, sete esportes diferentes conseguiram pódio, contra oito de Sydney-2000 e nove de Atlanta-1996.

As mulheres brasileiras também deixaram a desejar na 28ª edição dos Jogos. Apesar de figurarem com praticamente 50% da delegação --122 mulheres e 125 homens--, nenhuma brasileira chegou ao lugar mais alto do pódio. As únicas campeãs olímpicas do país seguem sendo Jacqueline e Sandra, ouro no vôlei de praia em Atlanta.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Brasil na Olimpíada de Atenas
  • Leia mais notícias no especial dos Jogos Olímpicos-2004
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