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30/08/2004 - 00h30

Filho de Bernardinho herdou temperamento do pai

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MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo

Bruno ligou para o pai na sexta-feira e, como sempre faz antes de partidas decisivas, perguntou como estava o time. A resposta seca e direta o surpreendeu: "Ótimo".

"Nunca ouvi nada diferente de "mais ou menos". Meu pai é exigente demais. Ele sempre vê um defeito, uma coisa que possa melhorar. Por isso, senti que podia ficar tranqüilo, parecia um sinal", conta o filho de Bernardinho com a ex-jogadora Vera Mossa.

A eterna insatisfação do pai, porém, não o incomoda. Bruno, 18, não herdou de Bernardinho só a posição de levantador. Também tem os mesmos temperamento e obsessão.

O que fazem quando conseguem se encontrar? "A gente gosta de falar sobre vôlei."

Os encontros quase monotemáticos são esporádicos. Bruno mora em Florianópolis, Bernardinho, no Rio, e os dois vivem viajando. Mas isso não impede o pai de exercer seu lado "treinador". Bernardinho não só dá palpites na forma de atuar do filho, jogador da Unisul, como também exige dele empenho nos estudos.

"Ele pega no pé mesmo, é rigoroso, mas nem precisa. Eu sou como ele", conta. "Somos grandes amigos. Quando eu era novo, sentia a ausência. Agora tento mantê-lo sempre perto, nem que seja por telefone", diz ele, que tem uma irmã, Júlia, 2, filha de Bernardinho com Fernanda Venturini.

Nos contatos durante competições importantes, Bruno procura poupar o pai e tenta não falar sobre seus problemas, como agora.

"Preciso decidir coisas na minha vida, mas quero deixá-lo concentrado", afirma.

Bruno acompanhou Bernardinho na conquista da medalha de bronze em Sydney-00, com o time feminino. Desta vez, teve de ficar no Brasil, mas conseguiu notar uma diferença no comportamento do pai.

"Ele estava mais concentrado. Acho que nunca esteve tão preparado para vencer."

Determinado, vencedor, exemplo são algumas das palavras que Bruno escolhe para definir o pai, em uma clara relação com o técnico da seleção. Mas na hora de falar sobre o homem com quem às vezes foge para comer uma pizza, ele relembra uma história.

Na BVC Cup, torneio feminino realizado em 1995, Bernardinho fez uma promessa pelo título. Pularia em uma lago congelado com toda a comissão técnica. Ele venceu.

"Imagine a cena de todos eles pagando o mico, morrendo de frio", diverte-se. "Então, esse é meu pai. Um sujeito trabalhador, dedicado, vitorioso, mas também amigo, carinhoso e capaz de fazer maluquices como essa."

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