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31/08/2004
-
00h05
ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo, enviado especial a Atenas
Pouco antes de seguir para a largada da maratona olímpica, onde ganhou o bronze, no último domingo, o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, 35, recebeu carta de seu treinador, Ricardo D'Angelo, que não pôde acompanhá-lo na Vila Olímpica devido à limitação de credenciais. Desacreditado e sem nunca ter sido apontado entre os favoritos, Vanderlei percebeu que nem todos tinham a mesma visão.
"Infelizmente, não estarei na largada. Mas tenha certeza de que meu espírito e coração estarão. Não só na largada, como durante todo o percurso. Estou muito confiante em um excelente resultado, como já conversamos", escreveu D'Angelo, que viu o pupilo ser aclamado no estádio Panathinaiko, 2h12min11s depois. Foi mais aplaudido até que o italiano Stefano Baldini, 33, o vencedor.
"Pouca gente acreditava nele. Eu sempre tive confiança. O Vanderlei amadureceu muito, está em uma excelente fase e, se não fosse derrubado, teria vencido a maratona", apontou o técnico.
Na carta, D'Angelo lembrou os anos de preparação de Vanderlei sob seu comando. "Este é um sonho que estamos acalentando há muito tempo. Saiba que, seja qual for o resultado, você sempre terá meu apoio e confiança", afirmou.
O sonho quase virou pesadelo quando ele foi abalroado pelo manifestante irlandês Cornelius Horan no 36º km da prova. Se a queda não custou-lhe a liderança, fez Vanderlei perder segundos preciosos, ritmo e concentração. Mas não retirou-lhe a confiança.
"Queria ganhar uma medalha olímpica e consegui o bronze. Abdiquei de muita coisa na minha vida para isso. Não foi por acaso e nem foi sozinho. Agora sou um cara realizado", disse o atleta.
Dois dias depois de encerrada a competição, ainda há disputa pelo ouro. Outra carta pode viabilizar a vitória do brasileiro. "Não queremos tirar o título do italiano, mas o Vanderlei também merece um ouro", afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
A entidade enviará carta ao presidente da Iaaf, federação que rege o atletismo, Lamine Diack, pedindo que seja concedido um ouro ao fundista. O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques Rogge, já deu sinais de que acataria as determinações do órgão responsável pelo atletismo.
O problema é que o próprio Tribunal de Apelação da Iaaf já mostrou ser contra a divisão de medalha. "Vamos dar a chance de repararem erro histórico", disse Nuzman, que reclamou do Comitê Organizador dos Jogos de Atenas e da Iaaf pelo prejuízo brasileiro.
"Houve falha grave de segurança por parte do Athoc e da federação de atletismo, que eram os responsáveis pelo evento."
Caso Diack não "duplique" a medalha, o COB entrará com recurso na Corte de Arbitragem do Esporte, última instância para julgamentos na esfera esportiva. O tribunal montou um escritório em Atenas, mas não julgará o caso na cidade. "Essa discussão ainda será longa", acredita Roberto Gesta de Melo, presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
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da Folha de S.Paulo, enviado especial a Atenas
Pouco antes de seguir para a largada da maratona olímpica, onde ganhou o bronze, no último domingo, o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, 35, recebeu carta de seu treinador, Ricardo D'Angelo, que não pôde acompanhá-lo na Vila Olímpica devido à limitação de credenciais. Desacreditado e sem nunca ter sido apontado entre os favoritos, Vanderlei percebeu que nem todos tinham a mesma visão.
"Infelizmente, não estarei na largada. Mas tenha certeza de que meu espírito e coração estarão. Não só na largada, como durante todo o percurso. Estou muito confiante em um excelente resultado, como já conversamos", escreveu D'Angelo, que viu o pupilo ser aclamado no estádio Panathinaiko, 2h12min11s depois. Foi mais aplaudido até que o italiano Stefano Baldini, 33, o vencedor.
"Pouca gente acreditava nele. Eu sempre tive confiança. O Vanderlei amadureceu muito, está em uma excelente fase e, se não fosse derrubado, teria vencido a maratona", apontou o técnico.
Na carta, D'Angelo lembrou os anos de preparação de Vanderlei sob seu comando. "Este é um sonho que estamos acalentando há muito tempo. Saiba que, seja qual for o resultado, você sempre terá meu apoio e confiança", afirmou.
O sonho quase virou pesadelo quando ele foi abalroado pelo manifestante irlandês Cornelius Horan no 36º km da prova. Se a queda não custou-lhe a liderança, fez Vanderlei perder segundos preciosos, ritmo e concentração. Mas não retirou-lhe a confiança.
"Queria ganhar uma medalha olímpica e consegui o bronze. Abdiquei de muita coisa na minha vida para isso. Não foi por acaso e nem foi sozinho. Agora sou um cara realizado", disse o atleta.
Dois dias depois de encerrada a competição, ainda há disputa pelo ouro. Outra carta pode viabilizar a vitória do brasileiro. "Não queremos tirar o título do italiano, mas o Vanderlei também merece um ouro", afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
A entidade enviará carta ao presidente da Iaaf, federação que rege o atletismo, Lamine Diack, pedindo que seja concedido um ouro ao fundista. O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques Rogge, já deu sinais de que acataria as determinações do órgão responsável pelo atletismo.
O problema é que o próprio Tribunal de Apelação da Iaaf já mostrou ser contra a divisão de medalha. "Vamos dar a chance de repararem erro histórico", disse Nuzman, que reclamou do Comitê Organizador dos Jogos de Atenas e da Iaaf pelo prejuízo brasileiro.
"Houve falha grave de segurança por parte do Athoc e da federação de atletismo, que eram os responsáveis pelo evento."
Caso Diack não "duplique" a medalha, o COB entrará com recurso na Corte de Arbitragem do Esporte, última instância para julgamentos na esfera esportiva. O tribunal montou um escritório em Atenas, mas não julgará o caso na cidade. "Essa discussão ainda será longa", acredita Roberto Gesta de Melo, presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
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