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31/08/2004 - 00h10

Medalha de Vanderlei Cordeiro premia paraíso colombiano

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MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo

A trajetória do bronze de Vanderlei Cordeiro de Lima começou a ser traçada em um rigoroso treinamento num pequeno paraíso turístico e esportivo na Colômbia, a 2.600 m de altitude. Lá, sua medalha também foi comemorada.

Paipa, conhecida em seu país como estação de águas termais, virou referência esportiva devido aos bons resultados de dois naturais da cidade, Jacinto López e Gérder Vázquez, que competem desde início dos anos 90 e são considerados os melhores fundistas da Colômbia atualmente.

O local recebe hoje atletas estrangeiros, graças a convites de Vázquez e López, que divulgaram a vocação esportiva da cidade da região de Boyacá, que não conta com verba do governo. "Na Colômbia, o atleta se torna atleta porque quer", diz Vázquez.

"É uma cidade saudável. O clima é bom e há muitos pontos de treinamento. No caso dos maratonistas, pode se treinar tanto em percurso plano quanto em variado", afirma Vázquez, que disputará a São Silvestre no fim deste ano. López, por sua vez, não tem a mesma certeza de que estará em São Paulo: ainda está sem patrocinador para a viagem.

"Tudo o que ganho invisto no esporte", afirma ele, que criou um centro de treinamento para atletas de alto nível, onde eles treinam, comem e dormem.

"Sempre quis fazer de Paipa um centro de excelência do atletismo", afirma López, que aponta como vantagem a altitude --em certos pontos, chega a 3.200 m. O treino em ar rarefeito exige do atleta um aumento da taxa de hemoglobina no sangue para normalizar a absorção de oxigênio.

"Nas duas primeiras semanas, a sensação é que a cabeça vai explodir. Depois, quando você corre ao nível do mar, parece que tem um balão de oxigênio do lado", diz Selma Reis, que está em Paipa para um treino de 40 dias visando a Meia Maratona do Rio, ao lado de outro fundista, Hudson de Souza.

Brasileiros na cidade são comuns desde que o ex-recordista mundial da maratona Ronaldo da Costa e Luiz Antônio dos Santos se prepararam lá pela primeira vez, em 93. Lá também treinaram André Luiz Ramos e Rômulo Wagner, que foram a Atenas.

Mas os atletas nacionais não são os únicos. Conhecidos da São Silvestre, como o mexicano Armando Quintanilla, e europeus, como a equipe italiana de marcha atlética, também são vistos por lá.

Hudson e Selma acompanharam os treinos de Lima na Colômbia. "Ele estava num ritmo muito forte. Era como se ele estivesse a 400 m. Quando ele foi, a gente sabia que ele ia voar", afirma Selma.

López concorda com ela desde a Meia Maratona de Bogotá, em 1º de agosto deste ano, quando chegou duas posições à frente de Lima, que terminou em quinto.

"Ele fez uma grande corrida na altitude, e já sabia que ele ficaria entre os cinco primeiros em Atenas. Tinha que ir bem porque estava bem preparado", diz López, revoltado com o fim da prova.

"Dá raiva quando um louco invade a maratona, ainda mais sem que o líder esteja protegido", diz ele, que festejou o bronze. "Foi a primeira medalha de Paipa."

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