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05/12/2004
-
10h00
KLEBER TOMAZ
da Folha Online
Helaine Cristina de Castro Cunha, viúva do zagueiro Serginho, do São Caetano, que morreu aos 30 anos, em outubro, em jogo realizado no Morumbi, disse em entrevista exclusiva que desde o início sempre acreditou que o jogador morreu por conta de uma "fatalidade".
O termo foi utilizado também pelos médicos Edimar Bocchi, do Incor, e Paulo Forte, do São Caetano, em nota pública divulgada no dia 29 de novembro.
Todos acima concordaram com o resultado do laudo do SVO (Serviço de Verificação de Óbito), que apontou como causa da morte uma doença --cardiomiopatia hipertrófica-- que não teria sido diagnosticada nos exames realizados pelo atleta entre fevereiro e junho no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas.
"Esse exame do SVO mostrou a todos que o Serginho realmente não sabia de risco nenhum [Bocchi, no entanto, havia escrito no prontuário do atleta que ele corria risco de morte]. Tanto que ele morreu de uma doença que nem os médicos detectaram antes", disse Helaine.
"Havia dois dias que eu não estava conseguindo dormir. Me senti melhor após esse resultado do SVO, que comprovou o que a gente já sabia: foi uma fatalidade", afirmou a viúva.
Apesar de comungarem da mesma idéia, Helaine pretende processar Bocchi e o Incor por danos morais. Na sua opinião, ambos macularam a memória de Serginho ao afirmarem categoricamente que o jogador fora informado sobre o risco de morte que corria caso continuasse a praticar futebol profissionalmente.
"Se havia risco de morte, ele [Bocchi] não passou para o Serginho. Meu marido nunca me falou que tivesse qualquer problema mais sério", afirmou.
Bocchi evitou comentar as acusações feitas por Helaine. "Eu sou só testemunha", afirmou Bocchi, por telefone.
Questionado sobre o fato de ter escrito a frase "tenha sorte pois a chance de óbito é grande" no prontuário de Serginho, Bocchi limitou-se a responder que é testemunha. "Testemunha não fala."
Para o promotor Rogério Leão Zagallo, da 5ª Vara do Júri, a família de Serginho só atribui a uma fatalidade a morte do jogador porque "não devem ter tido ciência de todos os dados do inquérito".
Zagallo entende que Serginho só morreu porque houve negligência do São Caetano. Tanto que irá denunciar o presidente Nairo de Souza e o médico Paulo Forte por homicídio doloso. "Eles sabiam do risco de morte e não fizeram nada para impedir isso", disse o promotor.
O caso também corre no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Neste segunda-feira, o clube do ABC pode perder até 24 pontos no julgamento do tribunal, que analisará se o São Caetano estava ciente do risco de morte a que Serginho estava sujeito se continuasse a jogar.
O CRM (Conselho Regional de Medicina) também abriu sindicância para apurar a conduta dos médicos envolvidos. Já a família de Serginho pretende processar o Incor e Bocchi por terem dito que o zagueiro fora avisado do risco de morte.
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Viúva de Serginho também vê "fatalidade" na morte do jogador
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Helaine Cristina de Castro Cunha, viúva do zagueiro Serginho, do São Caetano, que morreu aos 30 anos, em outubro, em jogo realizado no Morumbi, disse em entrevista exclusiva que desde o início sempre acreditou que o jogador morreu por conta de uma "fatalidade".
O termo foi utilizado também pelos médicos Edimar Bocchi, do Incor, e Paulo Forte, do São Caetano, em nota pública divulgada no dia 29 de novembro.
Todos acima concordaram com o resultado do laudo do SVO (Serviço de Verificação de Óbito), que apontou como causa da morte uma doença --cardiomiopatia hipertrófica-- que não teria sido diagnosticada nos exames realizados pelo atleta entre fevereiro e junho no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas.
"Esse exame do SVO mostrou a todos que o Serginho realmente não sabia de risco nenhum [Bocchi, no entanto, havia escrito no prontuário do atleta que ele corria risco de morte]. Tanto que ele morreu de uma doença que nem os médicos detectaram antes", disse Helaine.
"Havia dois dias que eu não estava conseguindo dormir. Me senti melhor após esse resultado do SVO, que comprovou o que a gente já sabia: foi uma fatalidade", afirmou a viúva.
Apesar de comungarem da mesma idéia, Helaine pretende processar Bocchi e o Incor por danos morais. Na sua opinião, ambos macularam a memória de Serginho ao afirmarem categoricamente que o jogador fora informado sobre o risco de morte que corria caso continuasse a praticar futebol profissionalmente.
"Se havia risco de morte, ele [Bocchi] não passou para o Serginho. Meu marido nunca me falou que tivesse qualquer problema mais sério", afirmou.
Bocchi evitou comentar as acusações feitas por Helaine. "Eu sou só testemunha", afirmou Bocchi, por telefone.
Questionado sobre o fato de ter escrito a frase "tenha sorte pois a chance de óbito é grande" no prontuário de Serginho, Bocchi limitou-se a responder que é testemunha. "Testemunha não fala."
Para o promotor Rogério Leão Zagallo, da 5ª Vara do Júri, a família de Serginho só atribui a uma fatalidade a morte do jogador porque "não devem ter tido ciência de todos os dados do inquérito".
Zagallo entende que Serginho só morreu porque houve negligência do São Caetano. Tanto que irá denunciar o presidente Nairo de Souza e o médico Paulo Forte por homicídio doloso. "Eles sabiam do risco de morte e não fizeram nada para impedir isso", disse o promotor.
O caso também corre no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Neste segunda-feira, o clube do ABC pode perder até 24 pontos no julgamento do tribunal, que analisará se o São Caetano estava ciente do risco de morte a que Serginho estava sujeito se continuasse a jogar.
O CRM (Conselho Regional de Medicina) também abriu sindicância para apurar a conduta dos médicos envolvidos. Já a família de Serginho pretende processar o Incor e Bocchi por terem dito que o zagueiro fora avisado do risco de morte.
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