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07/12/2004
-
02h39
da Folha Online
O São Caetano foi punido na madrugada desta terça-feira pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) com a perda de 24 pontos no Campeonato Brasileiro por ter escalado o zagueiro Serginho em quatro jogos de maneira irregular --conforme o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
Com a punição, o São Caetano, que tinha 77 pontos, possui agora apenas 53 e caiu da quarta para a 14ª colocação. Apesar de não ter mais chance de conquistar uma vaga nem mesmo na Copa Sul-Americana, o time está livre do rebaixamento.
O presidente do time do ABC, Nairo Ferreira de Souza, foi suspenso por 720 dias por omitir a informação de que o jogador tinha uma recomendação do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP para se afastar da prática esportiva profissional sob risco de morte.
O médico Paulo Forte teve uma punição mais dura: pelo mesmo motivo, ele não poderá exercer nenhuma atividade na área esportiva durante quatro anos. Além disso, o clube também terá de pagar multa de R$ 50 mil.
A decisão dos quatro auditores da comissão disciplinar do STJD foi unânime. O São Caetano tem o prazo de 72 horas para recorrer.
O advogado do São Caetano, João Zanforlin, disse que o clube vai recorrer do veredicto. Zanforlin declarou após o julgamento "que se o médico do Incor tivesse avisado Serginho de que sofria do coração, ele [Serginho] jamais voltaria a jogar". O recurso deve ser julgado na semana que vem, na segunda instância do STJD.
O julgamento começou às 17h37 e durou mais de oito horas.
Um dos auditores da comissão, Antonio Maria Zorzi, disse que o julgamento "foi um marco". Ele afirma que "os times agora não poderão colocar os atletas para jogar e ver no que vai dar".
Zanforlin criticou o comportamento da imprensa no caso. Para ele, "o caso foi julgado pela mídia, falou-se demais da responsabilidade do clube, do médico e do presidente".
Durante o discurso final de defesa do São Caetano, Zanforlin cometeu um deslize. Ele disse que "tirar 24 pontos do São Caetano é cometer um outro assassinato".
Serginho morreu no último dia 27 de outubro, após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante jogo contra o São Paulo, no Morumbi.
Chegou a ser cogitado que o clube do ABC perdesse pontos (seis por partida) relativos a todos que o atleta disputou desde 11 de fevereiro, data do primeiro laudo do Incor a respeito do estado de saúde do jogador. Porém apenas as quatro partidas compreendidas nos 60 dias anteriores à data em que foi oferecida a denúncia foram consideradas.
No prontuário de Serginho, o médico do Incor Edimar Bocchi foi enfático ao escrever, em 20 de fevereiro, "tenha sorte, pois a chance de óbito é grande" caso o jogador continuasse atuando. No último dia 19 de novembro, ele declarou à polícia que alertara Paulo Forte, médico do São Caetano, quatro vezes sobre o risco de morte a que o atleta estava sujeito se jogasse.
Porém no dia 30 de novembro ele divulgou nota pública conjunta com Forte sustentando que os exames a que o jogador se submeteu no início do ano não deram indícios de que Serginho sofria da doença hipertrófica do coração --a causa de sua morte, ao lado do edema pulmonar, segundo o laudo do Serviço de Verificação de Óbitos.
Para o STJD, no entanto, as recomendações feitas após os exames de fevereiro foram suficientes para caracterizar a negligência do clube.
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São Caetano perde 24 pontos no Campeonato Brasileiro
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O São Caetano foi punido na madrugada desta terça-feira pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) com a perda de 24 pontos no Campeonato Brasileiro por ter escalado o zagueiro Serginho em quatro jogos de maneira irregular --conforme o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
Com a punição, o São Caetano, que tinha 77 pontos, possui agora apenas 53 e caiu da quarta para a 14ª colocação. Apesar de não ter mais chance de conquistar uma vaga nem mesmo na Copa Sul-Americana, o time está livre do rebaixamento.
O presidente do time do ABC, Nairo Ferreira de Souza, foi suspenso por 720 dias por omitir a informação de que o jogador tinha uma recomendação do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP para se afastar da prática esportiva profissional sob risco de morte.
O médico Paulo Forte teve uma punição mais dura: pelo mesmo motivo, ele não poderá exercer nenhuma atividade na área esportiva durante quatro anos. Além disso, o clube também terá de pagar multa de R$ 50 mil.
A decisão dos quatro auditores da comissão disciplinar do STJD foi unânime. O São Caetano tem o prazo de 72 horas para recorrer.
O advogado do São Caetano, João Zanforlin, disse que o clube vai recorrer do veredicto. Zanforlin declarou após o julgamento "que se o médico do Incor tivesse avisado Serginho de que sofria do coração, ele [Serginho] jamais voltaria a jogar". O recurso deve ser julgado na semana que vem, na segunda instância do STJD.
O julgamento começou às 17h37 e durou mais de oito horas.
Um dos auditores da comissão, Antonio Maria Zorzi, disse que o julgamento "foi um marco". Ele afirma que "os times agora não poderão colocar os atletas para jogar e ver no que vai dar".
Zanforlin criticou o comportamento da imprensa no caso. Para ele, "o caso foi julgado pela mídia, falou-se demais da responsabilidade do clube, do médico e do presidente".
Durante o discurso final de defesa do São Caetano, Zanforlin cometeu um deslize. Ele disse que "tirar 24 pontos do São Caetano é cometer um outro assassinato".
Serginho morreu no último dia 27 de outubro, após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante jogo contra o São Paulo, no Morumbi.
Chegou a ser cogitado que o clube do ABC perdesse pontos (seis por partida) relativos a todos que o atleta disputou desde 11 de fevereiro, data do primeiro laudo do Incor a respeito do estado de saúde do jogador. Porém apenas as quatro partidas compreendidas nos 60 dias anteriores à data em que foi oferecida a denúncia foram consideradas.
No prontuário de Serginho, o médico do Incor Edimar Bocchi foi enfático ao escrever, em 20 de fevereiro, "tenha sorte, pois a chance de óbito é grande" caso o jogador continuasse atuando. No último dia 19 de novembro, ele declarou à polícia que alertara Paulo Forte, médico do São Caetano, quatro vezes sobre o risco de morte a que o atleta estava sujeito se jogasse.
Porém no dia 30 de novembro ele divulgou nota pública conjunta com Forte sustentando que os exames a que o jogador se submeteu no início do ano não deram indícios de que Serginho sofria da doença hipertrófica do coração --a causa de sua morte, ao lado do edema pulmonar, segundo o laudo do Serviço de Verificação de Óbitos.
Para o STJD, no entanto, as recomendações feitas após os exames de fevereiro foram suficientes para caracterizar a negligência do clube.
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