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30/01/2005 - 10h00

MSI Brasil vale R$ 1.000 e não lista Kia como sócio

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da Folha de S.Paulo

O iraniano Kia Joorabchian não está entre os sócios da MSI Licenciamentos e Administração Ltda. O braço brasileiro da parceira corintiana tem dois advogados como seus responsáveis e ostenta um capital de apenas R$ 1.000.

De acordo com o registro da empresa na Junta Comercial de São Paulo, os sócios são Carlos Fernando Sampaio Marques, que tem participação de R$ 1, e Maurício Fleury Pereira Leitão, que possui os outros R$ 999.

A MSI justifica o valor proporcionalmente pequeno, se comparado aos negócios da empresa, que envolvem somas milionárias, com o argumento de que na ocasião (outubro de 2004) ainda estava em processo de abertura.

Ambos trabalham no escritório de advocacia Veirano Associados, que presta serviços para a MSI.

A parceira corintiana funciona e está registrada com o mesmo endereço da Veirano. Como não é legalmente um dos sócios da firma, Kia (que tem participação na MSI britânica) está isento de responsabilidade legal sobre ela.

Marques e Leitão têm de responder por suas ações. Apesar disso, quem toma as decisões é o executivo iraniano.

O fato de Kia não assinar como sócio da MSI brasileira já chamou a atenção do Ministério Público, que investiga a parceria com o clube do Parque São Jorge.

Segundo a MSI, o nome de Kia não consta no documento porque ele não tinha à época visto de permanência no país. E diz que no futuro o iraniano se tornará sócio.

Também chamou a atenção do Ministério Público uma mudança feita entre os sócios da MSI, em poucos meses de funcionamento. Leitão substituiu Alexandre Verri, sócio da Veirano e um dos donos na constituição original.

O Ministério Público quer saber os motivos que o levaram a sair da empresa --ele continua no escritório de advocacia. A Folha telefonou na sexta-feira para Verri em seu escritório e foi informada de que o advogado estava viajando. Ele e os dois sócios atuais serão chamados pelo Ministério Público para prestar depoimento.

A empresa também já mudou sua denominação. Nasceu como MSI Brasil Participações Ltda. Ela foi constituída em 19 de outubro de 2004, cerca de dois meses antes de o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovar a parceria.

Isso demonstra a confiança que Kia e Alberto Dualib, presidente do clube, tinham na aprovação do acordo, apesar de terem sido necessárias três reuniões do órgão, duas delas tumultuadas.

Com um pequeno capital (de acordo com sua situação na Junta até a última quinta), a MSI Brasil terá de recrutar a maior parte de seu dinheiro no exterior.

Precisa de US$ 20 milhões para pagar as dívidas do clube.

O Banco Central já tem uma cópia do registro da empresa. Vai acompanhar se os dólares que ela precisa para honrar seus compromissos entrarão legalmente no país. Até agora só vieram US$ 2 milhões, em forma de empréstimo feito por uma outra empresa.

O órgão já investiga a compra de Tevez (ex-Boca Juniors), que custou cerca de R$ 60 millhões, que não passaram pelo país. O dinheiro foi direto para a Argentina.

Os dois donos não desfrutam na prática do status que gozam no papel. Leitão, por exemplo, divide uma sala com o assessor de imprensa da MSI, Fernando Mello.

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