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01/06/2005
-
10h18
LUÍS FERRARI
da Folha de S.Paulo
Técnico da seleção que trouxe o primeiro Mundial júnior para o Brasil (em 1983), nos anos 80 e 90, quase sempre que um time grande perdia o técnico, Jair Pereira era um nome cotado para o posto.
Com isso, ele se tornou um dos treinadores mais rodados do país. Mas, após se submeter a uma cirurgia cardíaca em 2002, seu nome saiu dos holofotes.
Depois de passar 2004 desempregado --o último clube que comandou foi o América-MG, em 2003--, ele se impôs uma reciclagem. Em março, assumiu o Ceará, e hoje, diante do Fluminense (um dos times por que passou), pode classificar o time para a decisão da Copa do Brasil, o que, no mínimo, igualará o mais expressivo resultado da história do clube, o vice-campeonato de 1994.
"Quem sabe, quem conhece futebol, nunca esquece", fala o treinador, que diz ter perdido a conta do número de equipes que comandou, sobre seu ressurgimento no cenário nacional.
A presença de Jair Pereira, 59, entre os semifinalistas também marca a volta de um estilo mais simples de comando. O treinador nunca foi conhecido por declarações empoladas, como alguns técnicos mais jovens.
"Tem gente que fala bonitinho mas não sabe o que é um sistema tático, vacila na hora de substituir e não passa segurança aos jogadores", comenta ele, arrematando: "Não é necessário ter cultura geral para ser treinador de futebol. Ajuda, mas não é essencial. O necessário é conhecer o esporte."
Apesar de fazer questão de manter sua linguagem direta --que acredita fazer dele "um psicólogo do elenco"--, Jair Pereira se rendeu a determinadas práticas da geração mais nova. "Quem pára no tempo é ultrapassado".
Assim, o treinador conta que, durante o período que passou sem clube no ano passado, aproveitou para aperfeiçoar seu inglês, estudar microinformática e acompanhar jogos de futebol.
"Nos tempos da globalização, é fundamental ficar antenado com o que acontece nos gramados do mundo todo. Nesse período de reciclagem, investi ainda mais nisso. E, como sempre, não deixei de freqüentar o Maracanã", afirma o treinador, que diz ter rejeitado convites do futebol chinês e japonês para seguir investindo na modernização de sua carreira.
"O tempo do botão, prancheta e setinhas já era. Hoje só dou preleções com um sistema de animação computadorizada em três dimensões", diz ele, ressaltando que é importante também para os jogadores terem contato com equipamentos de tecnologia, como o laptop que costuma usar nas palestras. "Eles ficam mais atentos."
O técnico também diz preferir o olheiro virtual. Ele faz questão de mostrar aos jogadores fitas de vídeo das partidas do Ceará e de lances dos adversários. "Hoje há empresas especializadas em fornecer esse material, que é essencial para o trabalho do treinador."
Para entrar na história do Ceará, hoje ele só precisa de um empate em 0 a 0 ou 1 a 1. Se a igualdade for de 2 a 2, haverá pênaltis.
"Estou novinho em folha, recomeçando com tudo", diz o Jair Pereira versão 2005, que, ao afirmar "posso não falar bonitinho, mas já ganhei 16 títulos", mostra que mantém as características do original.
Especial
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Reciclado, técnico Jair Pereira ressurge no Ceará
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da Folha de S.Paulo
Técnico da seleção que trouxe o primeiro Mundial júnior para o Brasil (em 1983), nos anos 80 e 90, quase sempre que um time grande perdia o técnico, Jair Pereira era um nome cotado para o posto.
Com isso, ele se tornou um dos treinadores mais rodados do país. Mas, após se submeter a uma cirurgia cardíaca em 2002, seu nome saiu dos holofotes.
Depois de passar 2004 desempregado --o último clube que comandou foi o América-MG, em 2003--, ele se impôs uma reciclagem. Em março, assumiu o Ceará, e hoje, diante do Fluminense (um dos times por que passou), pode classificar o time para a decisão da Copa do Brasil, o que, no mínimo, igualará o mais expressivo resultado da história do clube, o vice-campeonato de 1994.
"Quem sabe, quem conhece futebol, nunca esquece", fala o treinador, que diz ter perdido a conta do número de equipes que comandou, sobre seu ressurgimento no cenário nacional.
A presença de Jair Pereira, 59, entre os semifinalistas também marca a volta de um estilo mais simples de comando. O treinador nunca foi conhecido por declarações empoladas, como alguns técnicos mais jovens.
"Tem gente que fala bonitinho mas não sabe o que é um sistema tático, vacila na hora de substituir e não passa segurança aos jogadores", comenta ele, arrematando: "Não é necessário ter cultura geral para ser treinador de futebol. Ajuda, mas não é essencial. O necessário é conhecer o esporte."
Apesar de fazer questão de manter sua linguagem direta --que acredita fazer dele "um psicólogo do elenco"--, Jair Pereira se rendeu a determinadas práticas da geração mais nova. "Quem pára no tempo é ultrapassado".
Assim, o treinador conta que, durante o período que passou sem clube no ano passado, aproveitou para aperfeiçoar seu inglês, estudar microinformática e acompanhar jogos de futebol.
"Nos tempos da globalização, é fundamental ficar antenado com o que acontece nos gramados do mundo todo. Nesse período de reciclagem, investi ainda mais nisso. E, como sempre, não deixei de freqüentar o Maracanã", afirma o treinador, que diz ter rejeitado convites do futebol chinês e japonês para seguir investindo na modernização de sua carreira.
"O tempo do botão, prancheta e setinhas já era. Hoje só dou preleções com um sistema de animação computadorizada em três dimensões", diz ele, ressaltando que é importante também para os jogadores terem contato com equipamentos de tecnologia, como o laptop que costuma usar nas palestras. "Eles ficam mais atentos."
O técnico também diz preferir o olheiro virtual. Ele faz questão de mostrar aos jogadores fitas de vídeo das partidas do Ceará e de lances dos adversários. "Hoje há empresas especializadas em fornecer esse material, que é essencial para o trabalho do treinador."
Para entrar na história do Ceará, hoje ele só precisa de um empate em 0 a 0 ou 1 a 1. Se a igualdade for de 2 a 2, haverá pênaltis.
"Estou novinho em folha, recomeçando com tudo", diz o Jair Pereira versão 2005, que, ao afirmar "posso não falar bonitinho, mas já ganhei 16 títulos", mostra que mantém as características do original.
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