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24/07/2005 - 10h00

"Vovô" aos 30, Scherer vira aposta única do Brasil no Mundial

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GUILHERME ROSEGUINI
da Folha de S.Paulo

A idéia era fazer do torneio uma apoteose da nova geração. Só que a seleção brasileira que cai na água neste domingo para disputar a 11ª edição do Mundial de Desportos Aquáticos ainda depende de seu mais velho integrante para sonhar com um lugar ao sol.

Fernando Scherer, 30, é o único dos 11 competidores com chances reais de conquistar uma medalha nas piscinas de Montréal, cidade canadense que abriga o torneio.

A análise é da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e revela como a delegação, apesar de propalar o nascimento de prodígios, precisa olhar para o passado quando o desafio é derrubar um tabu que perdura por 11 anos.

O Brasil subiu no pódio do Mundial pela última vez em 1994. Na época, o mesmo Scherer ajudou o revezamento 4 x 100 m livre a conquistar um bronze. Gustavo Borges, que abandonou as piscinas após a Olimpíada de Atenas-2004, conseguiu outro terceiro lugar, nos 100 m livre.

"Está muito claro que o Scherer é nosso atleta com mais chances de medalha. Creio que outros mais jovens também podem conseguir, mas não posso negar que seriam surpresas", diz Ricardo Moura, diretor técnico da CBDA.

Tais surpresas, segundo o dirigente, podem aparecer com Joanna Maranhão e Gabriel Mangabeira, ambos finalistas olímpicos --ela, quinta colocada nos 400 m medley; ele, 6º nos 100 m borboleta. Os dois afirmam, porém, que um lugar entre os oito melhores em Montréal já pode ser descrito como performance satisfatória.

Scherer é o único com discurso dissonante. "É difícil de acreditar, mas estou na melhor fase de minha carreira e tenho totais condições de ganhar uma medalha de ouro. Nunca me senti tão bem como agora", narra o nadador.

As declarações podem soar pretensiosas, mas Scherer busca reforçá-las com seu retrospecto.

Dono de dois bronzes olímpicos (Atlanta-1996 e Sydney-2000), ele aposta suas fichas nos 50 m borboleta, evento que não faz parte do programa olímpico.

"No Mundial de 2003, eu fui para a final dessa prova sem treinar especificamente para ela. Agora, me preparei muito. Tenho condições de melhorar o recorde sul-americano [23s86] e até de bater o recorde mundial [23s43]", conta.

A final que ele atingiu na última edição do torneio, aliás, foi a única obtida pelo Brasil. Não por acaso, a CBDA torce para Scherer tornar seu discurso realidade. É um caminho para recolocar o Brasil em posição de destaque no cenário internacional.

Esporte que abocanha anualmente cerca de R$ 8,5 milhões em verba pública --R$ 6 milhões dos Correios e R$ 2,5 milhões das loterias federais--, a natação voltou da última Olimpíada com um balanço contraditório.

Por um lado, celebrou o fato de ter colocado cinco atletas entre os oito primeiro colocados --na Austrália, havia classificado apenas um. Por outro, lamentou ter ficado fora do pódio pela primeira vez desde Seul-1988.

"Estamos cumprindo nossas metas com paciência. Em Montréal, queremos fazer mais finais do que em Barcelona [2003]. Mas é claro que uma medalha cairia muito bem", conta Moura.

O país tem importante desfalque para este Mundial: Thiago Pereira, 19, quinto nos Jogos gregos e principal aposta da nova geração --é especialista nas provas de medley-, está fora por contusão.
 

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