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27/09/2005 - 09h11

CPI dos Bingos quer apurar escândalo da arbitragem

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RICARDO PERRONE
RODRIGO MATTOS
da Folha de S.Paulo

O esquema de manipulação de resultados no Brasileiro por meio de arbitragens viciadas pode chegar à CPI dos Bingos, no Senado. Integrantes da comissão pretendem investigar os sites de aposta clandestinos e a relação de donos de bingo com o suborno a juízes. Mas a oposição já se manifestou contra e tenta barrar.

Apurações da Polícia Federal e do Ministério Público mostraram que houve participação de três donos de casas de bingo no esquema. Segundo a apuração, eles davam dinheiro para o empresário Nagib Fayad, o Gibão, que subornava o árbitro Edilson Pereira de Carvalho para armar resultados.

Depois, o grupo apostava nos sites clandestinos Aebet e Futbet. Ontem, em depoimento à PF, Fayad negou que o esquema tenha relação com donos de bingos.

Três senadores manifestaram a intenção de incluir o caso nos trabalhos da comissão. A questão será discutida na reunião de hoje dos membros da CPI.

O relator da comissão, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), vai requerer hoje que o Ministério Público e a Polícia Federal (PF) enviem seus relatórios de investigação para a CPI. A partir do material que for recebido, ele pretende determinar quais os rumos de uma eventual apuração.

"Queremos atuar junto com o Ministério Público para apurar a relação dos donos de bingos com essa questão", afirmou Alves Filho. "Já temos investigações sobre donos de bingos e podemos ver se há pontos em comum."

Os senadores Tião Viana (PT-AC) e Ideli Salvatti (PT-SC) já requereram as convocação de Gibão e Carvalho para que deponham na CPI. Pediram também as quebras dos sigilos bancários, fiscal e telefônico deles.

"Se tem algo que precisa ser investigado pela CPI dos Bingos, é esse caso, umbilicalmente ligado a essas casas, pois um dono de bingo está envolvido", disse Salvatti.

Mas o bloco de oposição na CPI dos Bingos tentará barrar os pedidos. Membros da comissão, os senadores Agripino Maia (PFL-RN) e Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) são contra a idéia.

No plenário, Maia defendeu que a CPI deve se limitar a investigar desvios de dinheiro público.

"Temos que analisar se o governo não tenta desviar o foco da apuração principal", disse o senador Leonel Pavan (PSDB-SC), membro da CPI. Ele diz que pode ser criada uma comissão paralela.

"Para a oposição, só deve entrar na CPI o que atinge o governo, esse caso não atinge", falou Salvatti.

Dos 15 membros da comissão, seis fazem parte do bloco da oposição (PFL, PSDB e PDT). O PT tem quatro intengrantes.

Há ainda um grupo de quatro senadores do PMDB e um do PTB. Apesar da intenção da oposição, Alvaro Dias (PSDB-PR), quer que ela seja feita.

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