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06/10/2005 - 09h22

Câmara quer ouvir Ricardo Teixeira e envolvidos em escândalo

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RICARDO PERRONE
da Folha de S.Paulo

A Câmara quer ouvir todos os envolvidos no escândalo do apito e alguns dos principais dirigentes brasileiros, entre eles Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

Os requerimentos para que eles sejam convidados foram aprovados ontem pela Comissão de Turismo e Desporto da casa.

Serão chamados, além de Teixeira, Luiz Zveiter, presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Marco Polo del Nero, que preside a Federação Paulista de Futebol, os dois juízes envolvidos (Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon), o empresário Nagib Fayad, controlador do sistema de apostas ligado à manipulação dos jogos, e José de Assis Aragão, presidente da Associação Nacional dos Árbitros.

Como não se trata de uma convocação nenhum deles é obrigado a comparecer. Segundo a assessoria de imprensa da CBF, Teixeira deve atender ao pedido.

A revelação do caso atrapalhou os planos do dirigente de recuperar a imagem do futebol brasileiro após as investigações feitas por CPIs em 2001. Além disso, as novas denúncias ocorrem no momento em que ele acabara de integrar comissão da Fifa para investigar, entre outras coisas, a manipulação de resultados de partidas ligadas a apostas.

O convite a Teixeira foi o único que passou por votação nominal, os outros depoimentos foram aprovados por consenso.

"A bancada da bola tentou impedir o convite ao Ricardo Teixeira, mas perdeu por seis votos a quatro", disse o deputado Sílvio Torres (PSDB-SP). Ele foi o autor dos requerimentos.

"Não temos o poder de uma CPI, mas queremos esclarecer esses fatos gravíssimos. Os depoimentos vão servir para que sejam feitas mudanças no Estatuto do Desporto visando coibir esquemas como esse", disse Torres.

O estatuto, que está sendo elaborado, dedica um capítulo só para a arbitragem.

Também convocado para depor, Marco Polo del Nero só ficou sabendo do convite da Câmara pela reportagem da Folha de S.Paulo. Ele, no entanto, não vê problemas em depor sobre o esquema de manipulação de jogos no Campeonato Brasileiro e Paulista.

"Não estava sabendo disso [depor na Câmara]. Mas tudo bem, sem problemas. Toda vez que puder contribuir, vamos contribuir. Se os deputados entendem assim, tudo bem", disse Del Nero.

Ontem, Carvalho escapara de ser chamado a depor na CPI dos Bingos, em andamento no Senado. A comissão aprovou apenas o depoimento de Fayad.

A convocação de Carvalho foi recusada. A oposição alega que o PT queria incluir o apito na CPI para desviar a atenção de casos ligados diretamente ao governo.

Há ainda a possibilidade de criação de uma CPI na Câmara só para o escândalo da arbitragem. Para que ela seja aprovada terá de ir à votação em plenário, já que não há mais espaço para a instalação de CPIs pedidas por requerimento, como é o caso da proposta para investigar a arbitragem. A oposição diz que o assunto já está sendo investigado pelo Ministério Público e que, por isso não há a necessidade de criação de uma nova comissão.

Outra disputa é travada na Assembléia Legislativa de São Paulo. Nesse caso, a oposição argumenta que o governo não quer a criação da comissão. Nesta semana, o senador Romeu Tuma Júnior liderou a tentativa de aprovar a comissão, sem sucesso.

Também na assembléia a alternativa é chamar os envolvidos para prestar esclarecimentos em outra comissão, no caso a que cuida dos direitos do consumidor. A idéia é convidar todos os envolvidos no escândalo.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Ricardo Teixeira
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