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06/10/2005 - 10h35

Vice da CBF tentou influir na arbitragem, relata Edilson

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RICARDO PERRONE
EDUARDO ARRUDA
da Folha de S.Paulo

Em depoimento sigiloso ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Edilson Pereira de Carvalho citou Nabi Abi Chedid, vice da Confederação Brasileira de Futebol, como dirigente que tenta influenciar a arbitragem.

O ex-presidente da Federação Paulista e do Bragantino é o primeiro cartola envolvido pelo pivô do escândalo da arbitragem.

O STJD não revela detalhes do depoimento, na quarta da semana passada, quando membros do órgão estiveram na sede da Polícia Federal, onde Carvalho ficou preso após estourar o caso.

A Folha apurou que a denúncia não envolve Nabi no esquema que liga apostas em sites à armação de resultados no Brasileiro, no Paulista e na Libertadores. A pressão seria feita para atender a interesses de dirigentes e clubes.

A família de Nabi mantém estreita relação com o Bragantino, que assegurou nesta temporada vaga na elite do Paulista.

Ao Ministério Público paulista, o juiz não fez nenhuma menção ao vice-presidente, que assume freqüentemente o posto máximo da CBF durante as viagens de Ricardo Teixeira --também assumiu o posto quando o presidente pediu licença do cargo.

O Gaeco, grupo de combate ao crime organizado do Ministério Público, soube desse depoimento de Carvalho. Por enquanto, avalia que não deve investigar o suposto envolvimento de Nabi com o juiz. Não quer desviar a atenção do esquema ligado às apostas.

Luiz Zveiter, presidente do STJD, porém, afirmou que enviou cópia do depoimento de Carvalho aos promotores.

"Tudo o que nós apurarmos pode ajudá-los, assim como estamos usando também a investigação deles", afirmou Zveiter.

Ele não confirmou nem negou o fato de Carvalho ter citado o vice da CBF. Alegou que divulgar detalhes atrapalharia a investigação. O presidente do STJD também não esclareceu se outros dirigentes da entidade ou de clubes foram citados no depoimento.

Zveiter afirmou que o órgão irá ouvir todos os envolvidos no caso, apesar de ele já dar por encerrado o processo de anulação dos 11 jogos relacionados ao esquema. Assim, chamará para depor Paulo José Danelon, outro juiz do escândalo, o empresário Nagib Fayad e Vanderlei Pololi, suposto envolvido no esquema. Ele não definiu as datas do depoimento.

Como o STJD não tem poder de polícia, os três podem se recusar a prestar os depoimentos no Rio de Janeiro.

As declarações de Carvalho foram ouvidas por Luiz Geraldo Sant'Ana Lanfredi, auditor do STJD e membro da comissão criada por Zveiter para investigar o escândalo do apito. Até o fechamento desta edição ele não respondeu aos recados deixado pela Folha em seu gabinete.

A reportagem também telefonou para Carvalho em sua casa, em Jacareí, e uma mulher que não quis se identificar disse que ele havia saído. Os advogados dele disseram que não tomaram conhecimento do depoimento de Carvalho ao STJD. Afirmaram que defendem o árbitro na esfera criminal e, como as declarações de Carvalho dizem respeito apenas à parte administrativa, não têm relevância no processo.

"Não quero nem ficar sabendo o que ele disse ao STJD", afirmou Marcelo Jacob, um dos advogados de Carvalho. "O que ele comentou comigo é que apitar jogos do Vasco e de outros clubes do Rio era perigoso porque você poderia parar na geladeira se fizesse algo errado", declarou o advogado Areovaldo Alves.

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